do site Ópera Mundi
Autoridades norte-americanas cancelaram de
forma silenciosa um programa educacional destinado a estudantes da Faixa de
Gaza que procuram cursar universidade, mas não possuem condições financeiras,
informou a Associated
Press.
O programa, lançado há dois anos com muito estardalhaço pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fornece 30 bolsas de estudo por ano a alunos com destaque nas escolas do território ocupado em universidades palestinas, localizadas na Cisjordânia.
O programa, lançado há dois anos com muito estardalhaço pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fornece 30 bolsas de estudo por ano a alunos com destaque nas escolas do território ocupado em universidades palestinas, localizadas na Cisjordânia.
O governo israelense, que controla a Faixa
de Gaza, autorizou o projeto até este ano. Agora, “por questões de segurança”,
as autoridades se recusam a emitir vistos para estudantes palestinos viajarem
até suas universidades na Cisjordânia, o que inviabilizou a continuidade do
programa.
De acordo com Israel, o ensino superior palestino está focado em construir e cooptar jovens para o terrorismo de modo que os universitários podem planejar atentados. Em setembro deste ano, a decisão foi aprovada pela Suprema Corte israelense.
Uma das explicações fornecidas pelo governo israelense ao veto é a de que os estudantes apresentam um “perfil de risco”. Apesar disso, a proibição também se aplica a indivíduos que não são suspeitos de nenhuma atividade que possa ameaçar a segurança do país.
“Hamas faz grandes esforços para estabelecer novos afiliados à infraestrutura da região e para transferir conhecimento para fortalecer a estrutura existente hoje na Cisjordânia”, sustentou Guy Inbar, porta-voz das Forças Armadas de Israel.
Inbar ainda observou que cerca de 300 estudantes palestinos receberam a permissão para estudar no exterior desde 2010. Na Faixa de Gaza, mais da metade da população é jovem, o que significa a existência de mais de 900 mil possíveis universitários que podem cursar apenas nove universidades.
De acordo com Israel, o ensino superior palestino está focado em construir e cooptar jovens para o terrorismo de modo que os universitários podem planejar atentados. Em setembro deste ano, a decisão foi aprovada pela Suprema Corte israelense.
Uma das explicações fornecidas pelo governo israelense ao veto é a de que os estudantes apresentam um “perfil de risco”. Apesar disso, a proibição também se aplica a indivíduos que não são suspeitos de nenhuma atividade que possa ameaçar a segurança do país.
“Hamas faz grandes esforços para estabelecer novos afiliados à infraestrutura da região e para transferir conhecimento para fortalecer a estrutura existente hoje na Cisjordânia”, sustentou Guy Inbar, porta-voz das Forças Armadas de Israel.
Inbar ainda observou que cerca de 300 estudantes palestinos receberam a permissão para estudar no exterior desde 2010. Na Faixa de Gaza, mais da metade da população é jovem, o que significa a existência de mais de 900 mil possíveis universitários que podem cursar apenas nove universidades.
Em comunicado, o Consulado dos EUA em
Jerusalém afirmou que todas as bolsas para residentes da Faixa de Gaza haviam
sido cortadas neste primeiro semestre letivo por conta da proibição israelense.
“Por conta do risco de perder o financiamento, bolsas de estudo disponíveis
foram atribuídas a outros candidatos”, diz o texto. “Esperamos incluir
estudantes de Gaza em programas futuros."
“É lamentável e revelador que o governo dos EUA não possa convencer seu aliado mais próximo na região a dar vistos para os seus bolsistas viajarem até a Cisjordânia, por medo de entrar em conflito”, afirmou Sari Bashi, diretor da Gisha, organização israelense de direitos humanos.
Leia também :
Israel deu bofetada na legalidade internacional
Para além do programa norte-americano
Jovens que não estão incluídos no programa de bolsas do governo dos EUA também foram afetados pelo veto israelense.
Cinco estudantes palestinas que moram na Faixa de Gaza estão impedidas de continuar seus estudos de mestrado nos cursos de gênero, democracia e direito na Universidade de Birzeit, na Cisjordânia. Andaleeb, Amal, Suhair e Azza não foram proibidas de frequentar a faculdade por seus pais ou familiares, mas pelo estado de Israel, que desde 2000 proíbe palestinos de viajarem para estudar.
À pedido da Suprema Corte israelense, o governo reconsiderou o caso das mulheres, mas, no final de julho, o Ministério de Defesa anunciou que mantém sua decisão de negar o visto de viagem às estudantes por questões de segurança nacional. Segundo a nota assinada pelo General Eitan Dangot, o estado possui “substanciais razões políticas e de segurança” para tal.
Em audiência em maio sobre o caso, no entanto, o ministério chegou a admitir que não existe nenhuma alegação de que as estudantes apresentem risco à segurança do país. A regra faz parte, na verdade, do veto aplicado a todos os moradores da Faixa de Gaza que precisam da aprovação de Israel para sair do território em direção à outra parte palestina do país uma vez que o governo israelense controla todas as rotas de acesso a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Segundo a organização israelense de direitos humanos Gisha, Israel não só está ferindo todas as suas obrigações em relação ao direito internacional, como também os Acordos de Oslo, sob o qual concordou em reconhecer a Faixa de Gaza e a Cisjordânia como uma unidade territorial.
Bloqueio à Gaza
A Faixa de Gaza sofre com sanções do governo israelense desde 2001 quando palestinos tomaram às ruas contra a ocupação israelense e foram intensificadas em 2007 após as eleições legislativas que levaram o Hamas democraticamente ao poder. Além de controlar a entrada e saída de pessoas, os militares israelenses também verificam os produtos que chegam no território.
Instrumentos musicais, roupas, lençóis de cama, itens culinários, materiais de construção, sucos e até mesmo alimentos, como chocolate e marmelada, sofrem restrições.
“É lamentável e revelador que o governo dos EUA não possa convencer seu aliado mais próximo na região a dar vistos para os seus bolsistas viajarem até a Cisjordânia, por medo de entrar em conflito”, afirmou Sari Bashi, diretor da Gisha, organização israelense de direitos humanos.
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Jovens que não estão incluídos no programa de bolsas do governo dos EUA também foram afetados pelo veto israelense.
Cinco estudantes palestinas que moram na Faixa de Gaza estão impedidas de continuar seus estudos de mestrado nos cursos de gênero, democracia e direito na Universidade de Birzeit, na Cisjordânia. Andaleeb, Amal, Suhair e Azza não foram proibidas de frequentar a faculdade por seus pais ou familiares, mas pelo estado de Israel, que desde 2000 proíbe palestinos de viajarem para estudar.
À pedido da Suprema Corte israelense, o governo reconsiderou o caso das mulheres, mas, no final de julho, o Ministério de Defesa anunciou que mantém sua decisão de negar o visto de viagem às estudantes por questões de segurança nacional. Segundo a nota assinada pelo General Eitan Dangot, o estado possui “substanciais razões políticas e de segurança” para tal.
Em audiência em maio sobre o caso, no entanto, o ministério chegou a admitir que não existe nenhuma alegação de que as estudantes apresentem risco à segurança do país. A regra faz parte, na verdade, do veto aplicado a todos os moradores da Faixa de Gaza que precisam da aprovação de Israel para sair do território em direção à outra parte palestina do país uma vez que o governo israelense controla todas as rotas de acesso a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Segundo a organização israelense de direitos humanos Gisha, Israel não só está ferindo todas as suas obrigações em relação ao direito internacional, como também os Acordos de Oslo, sob o qual concordou em reconhecer a Faixa de Gaza e a Cisjordânia como uma unidade territorial.
Bloqueio à Gaza
A Faixa de Gaza sofre com sanções do governo israelense desde 2001 quando palestinos tomaram às ruas contra a ocupação israelense e foram intensificadas em 2007 após as eleições legislativas que levaram o Hamas democraticamente ao poder. Além de controlar a entrada e saída de pessoas, os militares israelenses também verificam os produtos que chegam no território.
Instrumentos musicais, roupas, lençóis de cama, itens culinários, materiais de construção, sucos e até mesmo alimentos, como chocolate e marmelada, sofrem restrições.
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