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quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Último Grande Filme Brasileiro






  Nos últimos anos, a evolução técnica do cinema brasileiro foi impressionante.

  Houve uma época em que o artista tinha que gravar sua participação no filme e depois, em estúdio, redublar suas falas. Uma vergonha. E isso perdurou até os anos 80.
  Um longo caminho até a chamada “retomada”.

  O ano era 1994, e o cinema, assim como a economia dava sinais de franca recuperação. Terra Estrangeira talvez tenha sido a “pedra fundamental” nesse processo. O bom filme com Fernanda Torres mostrava as agruras de brasileiros que tentavam a sorte em Portugal.

  A partir daí o som e a imagem (hoje em HD) e até as salas de projeção se tornaram compatíveis.

  Tudo, menos os roteiros. Mesmo com alguns filmes sendo indicados ao Oscar de Filme Estrangeiro (O QUATRILHO/ O QUE É ISSO, COMPANHEIRO/CENTRAL DO BRASIL/CIDADE DE DEUS), nenhum deles se comparava a “O Pagador de Promessas”.




  Clássico absoluto da história do nosso cinema (ao lado de VIDAS SECAS e LIMITE) é uma adaptação da peça magistral de Dias Gomes.

  Gomes criticava duramente a igreja, a imprensa, a polícia, a ausência de uma reforma agrária no país e o falso moralismo vigente à época.

  Ganhador da Palma de Ouro em Cannes em 1962 (desbancando gênios como Buñuel, Antonioni, Fellini, Visconti e Lumet) e indicado ao Oscar de produção estrangeira, perdendo de maneira injusta.

  O resultado da obra de Anselmo Duarte é impressionante e inigualável até os dias de hoje.

  Até o elenco suplanta boa parte das produções atuais, apinhadas de rostos bonitinhos das novelas globais, mas que são incapazes de repetir duas frases sem tropeçar as vogais.

  O cinema nacional já viveu dias de glória e quem o comanda agora deveria se preocupar mais com a sétima arte em si, do que tentar ganhar, desesperadamente, um Oscar; uma obsessão que custará caro ao país.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ator Caio Blat critica a Globo em entrevista











Um dos atores mais importantes do cinema nacional atualmente, Caio Blat participou de um evento promovido pela prefeitura de Suzano e, durante bate-papo com o público, acabou criticando a Globo. O encontro ocorreu em maio, mas um vídeo com as declarações do artista durante só foi publicado neste mês.
Falando sobre a divulgação do cinema nacional, o ator afirmou: “Ia ao ‘Vídeo Show’, ao programa do Serginho Groisman para falar do filme. Achava que era um trabalho natural de divulgação, foi quando descobri que essas coisas são pagas. Quando vou ao ‘Programa do Jô’ fazer uma entrevista, isso é considerado uma ação de merchandising, não é jornalismo”.
Ainda durante o encontro, Blat disse que “se você não fechar com a Globo Filmes, seu filme morreu. Não vai aparecer na TV Globo, não vai aparecer nas revistas (da editora Globo), seu filme vai ficar alienado”. O artista foi além e disse que, ao descobrir, como produtor, como funciona o processo de distribuição, ficou “enojado, horrorizado”.
Ao detalhar o contrato de distribuição dos longas nacionais, ele contou que o primeiro dinheiro a entrar na bilheteria fica com a Globo Filmes. “É um adiantamento que estamos fazendo. Olha o que eles dizem! Adiantamento fez quem realizou o filme, investiu muito antes”, afirmou ele, antes de questionar: “O que a Globo faz? Quanto ela gastou para fazer esse ‘investimento’? Nada. O programa deles tem que acontecer todos os dias, eles precisam de gente para ser entrevistada. (A Globo) Não gastou nenhum centavo. Aí ela vai na bilheteria do filme, seu filme conseguiu fazer R$ 1 milhão, você está devendo R$ 4 (milhões). O produtor nunca vê um centavo”.
Blat tem em seu currículo filmes como “Xingu”, “Bróder” e “Carandiru”, entre outros. Na televisão, o ator atuou, entre outras, nas novelas “Ciranda de Pedra”, “Morde & Assopra” e “Sinhá Moça”, todas da Globo.