sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

BRASIL, SÉCULO XVI….



Um grupo de pessoas faz um comentário que vai na contramão da maioria ou contesta algo que é tido como verdade, ou sagrado; outro grupo os condena publicamente, com palavras de ódio e discurso de violência. Pode parecer o século XVI, auge da chamada Idade das Trevas, mas acontece com muita frequência nos dias atuais.


A mais recente polêmica acometeu –mais uma vez – a trupe de humoristas do Porta dos Fundos. O objeto de tanto ódio? Um episódio sobre o nascimento de Jesus.







No país de Feliciano, Malafaia, Edir Macedo e Valdomiro a fé virou um negócio extremamente lucrativo. Os maus apóstolos, os lobos que guiam as ovelhas menos afortunadas, economicamente e mentalmente são os que ditam as regras. Se são criticados por extorquirem seus clientes, ou “fiéis” como gostam de bradar aos quatro cantos, recorrem a velha retórica do preconceito religioso. Mas podem se dar ao luxo de perseguirem homossexuais, atropelando a própria Constituição que garante que todos são iguais.

A velha Igreja Católica, carcomida pelo tempo e precursora das explorações e desmandos que assolaram a humanidade por quase um milênio também se arvora no direito de contestar publicamente humoristas.

"Será que isso é humor? Ou é intolerância religiosa travestida de humor? Péssimo mau gosto!", disse o arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer. Ver um representante do Vaticano no Brasil usar a palavra “intolerância” beira o escárnio. Mais intolerante do que a Igreja Católica Apostólica Romana, que matou ao longo de sua história suja, mais do que os nazistas na Segunda Guerra, não há.


Por que situações como esta acarretam tanta balbúrdia? Será a verdade tão tênue que temem que uma simples ‘esquete’ humorística possa por tudo a perder? Que aqueles que sofreram lavagem cerebral possam eventualmente acordar de seus transes?


Martin Scorsese passou por algo semelhante com seu filme A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO. Uma adaptação do livro homônimo do escritor grego Nikos Kazantzákis. No prefácio já é possível dirimir toda e qualquer dúvida sobre a veracidade do texto: É UMA OBRA DE FICÇÃO. Mesma frase usada na abertura da produção cinematográfica. Mas foi insuficiente para impedir os religiosos de mente tacanha de protestar contra a exibição da película. Novamente temendo o que não viram.

Um prego na areia teme a onda mais forte. Mal comparando é o que, inconscientemente, sente um cristão inseguro de sua fé. Então para que não tenha que refletir, pensar sobre os dogmas de sua religião, QUESTIONAR, ele ataca. Abdica da racionalidade, conseguida às duras penas, através de milênios e milênios de evolução, para achincalhar os que fazem bom uso do pensamento.



O certo e o errado tem significados diferentes nos dias de hoje. O recrudescimento das vertentes religiosas contra a sociedade é um exemplo disso. A cruzada contra os homossexuais é o que mais constrange. Cerceiam a liberdade sexual das pessoas, atacam em seus púlpitos e ignoram seus direitos. Mas esquecem-se, convenientemente, de um homem que disse uma vez:” Amai ao próximo como a ti mesmo” e “Não julgueis para não ser julgado”.

Esse Jesus, revolucionário, de esquerda, contrário ao sistema, pobre e que criticava o acúmulo de riquezas, que pregava a igualdade e a fraternidade provavelmente seria a principal vítima de calhordas religiosos que usam seu nome para ludibriar e para enriquecer ilicitamente.


Entre vocês, homens pretensamente autoproclamados “de deus” e a liberdade de expressão, SEMPRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO.


 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

PT, PSDB e a Falência da Política Brasileira





Experimente falar sobre política nas redes sociais! Dependendo do teor do assunto você será chamado de tucano ou petista; isso se estiver com sorte. Pode ser tucanalha ou petralha.

Mal-acostumados a debater de maneira sadia os rumos da política tupiniquim, alguns “doadores de cérebro” estarão de prontidão para defender suas celebridades favoritas: Aécio Neves, ou Dilma; FHC ou Lula.




O importante para pessoas alienadas assim é satanizar o outro partido; afinal, o seu candidato preferido NUNCA comete erros. O mais relevante é apontar os erros da '‘concorrência', já que aquele (ou aquela) do qual você é fã, em hipótese alguma pensaria em fazer algo diferente, que não fosse apenas zelar pelo povo. Claro que os políticos por quais vocês torcem NUNCA SE ENVOLVERAM EM ESCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO. E se houve alguma denúncia, é conspiração, é evidente. Só o oponente se mete com isso.

Tal qual um '‘groupie’', um fã enlouquecido, o PARTIDÁRIO usuário das redes sociais (mas de maneira alguma politizado) se vale da repetição para convencer ou atacar. Depende da maré.
Por exemplo: se seu partido (ou algum integrante) foi condenado, a tática é a vitimização. Culpa-se o sistema judiciário, a imprensa….Repete-se isso à exaustão, como um mantra. Passa-se a arrumar adeptos, seguidores da tese da perseguição. O "efeito manada", pra onde um vai, um monte segue achando que está no rumo certo.Caso o partido oposto, ou seu principal nome esteja às voltas com a justiça, faz-se o contrário: exige investigação, exagera nos detalhes, repercute em todas as plataformas possíveis para ajudar a sujar a imagem do concorrente. Mesmo que não seja inteiramente verídico. A verdade? Ora, a verdade….




Para uma parte ou outra, só há um lado totalmente certo. Chegam a comparar seus badalados ídolos com o messias, com líderes mundiais de renome. Tudo para convencer o leitor da SUA própria verdade. Uma necessidade extrema de auto-afirmação, típica de pessoas atrasadas e ignorantes. E ainda se orgulha ao afirmar que não recebe dinheiro algum por defender político X ou Y. Ou seja, sua burrice é, além de gritante, gratuita. Não cobra coisa alguma. Abriu mão de sua racionalidade e objetividade por nada. Nem sequer por ideologia, porque gente assim não sabe exatamente o significado dessa palavra. 

Mas mesmo em um cenário patético e deprimente como esse, acredite, ainda pode piorar.

No recente episódio envolvendo o caótico sistema prisional do Maranhão, houve pessoas que, dado o quadro de presos assassinados, degolados, chegaram ao ponto de dizer que era pra lá que os presos do escândalo do mensalão deveriam ser transferidos COM URGÊNCIA. Resultado de tamanha indigência: os perfis foram removidos do Facebook. E isso ocorre em ambos os frontes de batalha. Mentiras, acusações infundadas e boatos maldosos são os "argumentos" de que se valem estas arremedos de eleitores. Pessoas acostumadas com o NÃO PENSAR.




A revista Carta Capital recentemente abordou a questão ao comparar o embate político em um Fla-Flu, tamanha a amplitude dos males desse bipartidarismo decadente.

O quadro ridículo de debates vazios, cheios de fel, só não é pior do que ver os mesmos que se digladiam, atacar os que optaram por não ter um partido, justamente por não defenderem um lado, e sim, criticar ambos, de maneira equânime.

O cenário é o mesmo quando se alguém denigre o BBB. Os fãs, infames idiotizados, se enraivecem. Não aceitam vozes em contrário. Acreditam piamente, que o Big Brother é a 8ª maravilha do mundo. Exatamente como os defensores de Dilma e Aécio, de Lula e FHC: pessoas que abriram mão do pensamento crítico para vociferar distorção no Facebook, no Twitter, etc, pelo simples prazer de demonstrar o quão ignorantes são. A lógica? Ora, a lógica...




Essa discussão amadora e infindável remete a uma argumentação pseudo ideológica. Uma guerra entre esquerda e direita --apenas para constar, nesse tabuleiro, os jogadores acham que o PT é o partido de esquerda. Mas não é. Não há viés de esquerda no Partido dos Trabalhadores. O PSDB é, claramente, um partido apoiado pela elite, que passou a demonizar os petistas, criando o processo de vitimização. "Ora, se criticam tanto o Lula, é porque ele é povão", "implicam com ele porque não tem diploma", "ele fala errado igual a gente; ele é um de nós". Criou-se o mito que Luís Inácio é um homem que se importa com o povão e sua sucessora, também. Talvez porque a análise não passe da superfície. Se os mesmos defensores ferrenhos do PT se propusessem a uma avaliação crítica do partido que eles crêem estar ao lado do populacho, a visão seria outra.


O Youtube é pródigo em mostrar os porões tenebrosos do lulopetismo.


Com o PSDB é similar. Seus fãs ardorosos enaltecem FHC, Aécio, Serra e Alckmin como se fossem suprassumos da humanidade; entidades que dão a honra de nos governar. Para estes alienados de plantão os tucanos são o que de há de mais próximo com o 'primeiro mundo' da política. Somente o voto no partido é que tira um pouco o gosto de terceiro mundo, de um a nação com síndrome de vira-lata.

Nas fileiras do partido apenas a fina flor da política nacional, com homens honrados e republicanos; defensores da moral e dos bons costumes. Paralelo a isso, os escândalos de corrupção se avolumam, fazendo frente aos que assolam o PT. O conveniente apoio da mídia vendida ao sistema os ajuda a permanecer no poder e a manter os esqueletos no armário tucano.


Diria o mais incauto, que o cidadão tem direito a ter ideais. Justo. Mas o que diabos PT e PSDB tem a ver com '‘ideais’'? São apenas o mais do mesmo. Lula quando assumiu a presidência da república disse que estava recebendo a “herança maldita” dos tucanos. Mas a manteve quase que integralmente. Aécio diz que, caso for eleito, não mudará as políticas sociais de Dilma Rousseff. Ninguém ousa, ninguém quer causar rupturas. Apenas o bom e velho joguinho chamado SEDE DE PODER. Qualquer imbecil que acredite no contrário deveria se abster de votar neste ano.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O QUINTAL PARTICULAR DA FAMÍLIA SARNEY





 “O MARANHÃO ESTÁ MAIS VIOLENTO, PORQUE ESTÁ MAIS RICO.” ROSEANA SARNEY


A frase fascista da herdeira da família Sarney, causa nojo. Talvez pelo tom de deboche...Afinal, o que mais sua família, ao longo dos anos, fez ao povo maranhense foi zombar de cada cidadão. E, ainda assim, eles mantiveram no poder um clã que só trouxe atraso e miséria ao estado.

Se houvesse um mínimo de franqueza em suas palavras, e sabemos que franqueza e honestidade são palavras que não constam no dicionário dos oligarcas maranhenses, a frase poderia ter sido pronunciada da seguinte forma: “o Maranhão está mais violento, mais miserável, mas a minha família está cada vez mais rica”.



Essa catarse viria em um momento crucial. Quando o Brasil inteiro descobriu, o que as pessoas racionais já sabiam há décadas: José Sarney e sua prole enriqueceram, na mesma proporção em que seu estado natal definhava. E o Maranhão definhou MUITO.

Após estabelecer um feudo particular, o ex presidente da república resolveu tentar a sorte em outras praças, e aportou no Amapá. Também conhecido por sua pobreza extrema. Coincidência ou não, os índices não melhoraram com sua eleição para o senado, pelo ex território.

Sarney esteve presente em todos os momentos da história política do país. Apoiou os militares, serviu como continuísmo, travestido de “Nova República” e permitiu a manutenção de interesses de coronéis, aliados de longa data, enquanto presidia a nação. Nunca se distribuiu tantas concessões de rádios e TVs para '‘senhores feudais, como durante sua gestão.

Hoje, a crise no sistema carcerário expõe o descaso com que sua família administra o estado. E o exemplo mais emblemático foi durante a repercussão nacional e até internacional das execuções dos presos, quando a “nobre” governadora fez a licitação às empresas que abasteceriam as geladeiras das residências oficiais do governo: o Palácio dos Leões e a casa de praia usada pela governadora, na Ponta do Farol. Os alimentos que constam na lista remetem a um cardápio de um restaurante cinco estrelas como lagosta, camarões dos mais variados tipos, bacalhau do Porto e patinha de caranguejo, entre outras delicatessen. Mais ainda: cinco toneladas de carne bovina e suína. 50 caixas de bombons e trinta pacotes de biscoitos champagne.

Parte da mídia falou das mortes dos presos, mais pela espetacularização (foram todos degolados) do que propriamente criticando a gestão de Roseana. Também causou embaraço ao governo federal, que tem no clã Sarney um apoio constante; assim como o silêncio conivente do ex presidente Lula sobre o assunto.







Conhecido por falar demais no '‘calor do momento’', já caiu em contradição várias vezes em sua vida política. Atacava duramente, o então presidente José Sarney, mas o adulava bastante quando era seu presidente do senado, enquanto ele era presidente do Brasil. Já levantou suspeitas sobre Roseana, a acusando de ter apoio da imprensa local para chegar aonde chegou, e já a defendeu em público. Esperar que um cidadão desses exponha o que realmente pensa sobre a questão, seria exigir demais de alguém costumeiramente mal assessorado.




O caso do Maranhão é gravíssimo, mas não é isolado. O sistema carcerário brasileiro é deprimente. Não recupera; apenas gradua os que lá entram com delitos menores, os transformando em profissionais do crime. Cabe ao Estado se impor como agente fiscalizador, num primeiro momento, e de recuperação. Mas para isso é necessário que o cidadão tenha consciência que seu voto é crucial. Alguém que vote para um integrante da família Sarney, claramente abdicou do direito de votar de maneira certa.


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A PORTA VOZ DOS REACIONÁRIOS



Mais uma vez a “jornalista” Rachel Sheherazade veio a público destilar suas limitações e sua visão tacanha de mundo. Em uma entrevista a um jornal de SP ela legitimou o que as pessoas racionais já sabiam: seu perfil é de direita e medieval.




O Uruguai virou sócio dos traficantes ao regulamentar o comércio da maconha”.
 Um presidente resolve combater de frente o problema e tem elo com o tráfico. Estranho...E o que têm feito os governantes de outros países? Nada, seria a palavra mais condizente com a realidade.

 Foi justamente a violência, o caos urbano que forçou o consumidor a abandonar o comércio de rua, as praças públicas, os cinemas, teatros, restaurantes e migrar para espaços fechados e vigiados. Mas até esse espaço foi violado.O que fazer? Fechar os olhos? Fingir que não há perigo nos “rolezinhos”, como fizeram os shoppings para ofuscar a propaganda negativa? Devemos defender o direito dos arruaceiros de se reunir em locais privados, sem prévia autorização, tumultuando a ordem pública, espalhando o medo, afastando as famílias, intimidando os frequentadores? Ou só vamos tomar providência quando os arrastões migrarem das periferias para os shoppings de luxo? 

 Pode-se dizer tudo sobre ela, mas Rachel nunca teve medo de mostrar sua ignorância em público. Essa “coragem” até arregimenta fãs na direita mais rancorosa desse país, mas mostra que certas pessoas caminham na contramão da evolução.



Nunca quis sair da minha cidade, não preciso sair da minha região para me realizar”
E ainda assim, Sheherazade é mais uma retirante a tentar a sorte na cidade grande. Que ironia...

“Ele (Marco Feliciano) sofre perseguição religiosa”
Certas pessoas tem dificuldades em compreender as coisas. Mas explicando de uma maneira que até a Rachel entenda, Feliciano NÃO sofre discriminação religiosa, mas sim intelectual. Ele destila ódio, intolerância, professa a má-fé como meio de vida. Não há religiosidade aí; apenas o desvio de caráter. Um homem mais sábio ensinou “amai ao PRÓXIMO como a ti mesmo” e “não julgueis para não serdes julgado”. Feliciano, ao se colocar contra os homossexuais e os persegui-los seja no Congresso, ou em seu púlpito particular, usando dinheiro público para seus autos de fé hitlerianos, vai na contramão dos preceitos cristãos. E a pseudojornalista, sua porta-voz incondicional, vê sua parca credibilidade se desgastar ainda mais.


A mesma apresentadora do Jornal do SBT já enfatizou que os defensores do estado laico perseguem os que defendem valores cristãos. Sério? Por séculos os que optam pela racionalidade são brutalizados pelos séquitos do cristianismo. Fogueiras, torturas, espólios, perseguições foram a tônica dos que professam "amor" ao próximo. Disse ela, certa vez:
o cristianismo é uma escolha racionale mais, e que a intolerância religiosa é inadmissível nesse país...”Mais ignorância, impossível.



Ele (Reinaldo Azevedo) é um fofo, me defendeu na história do Lula”
Qualquer ser humano normal, dono de suas faculdades mentais, reprova as ignomínias proferidas pelo bobo da corte do tucanato, Reinaldo Azevedo; que além de trabalhar na pior revista do Brasil, faz uns frilas para o jornal que apoiou descaradamente a ditadura nesse país, inclusive com infraestrutura e logística, a Folha de SP. Elogiá-lo em público reflete bem o perfil ideológico de Sheherazade: retrógrado, reacionário e desprovido de inteligência. 



Leia também:

A Rainha da Hipocrisia



Talvez  algo de bom tenha vindo das polêmicas envolvendo seu nome. Rachel tem, gradativamente, se afastado das redes sociais. Se antes, as mesmas plataformas a levaram ao "estrelato", agora a rejeição é a tônica dos comentários. E aumentou exponecialmente. 
Ela mantém sua página oficial no Facebook, um canal no Youtube e seu blog pessoasl que apenas divulgam suas baboseiras travestidas de comentários sérios. Mas evita ampliar essa exposição, sabendo dos riscos de ser achincalhada em praça pública.

Seus devaneios jornalísticos, seus delírios de uma sociedade ultraconservadora, nos moldes da Idade Média não estão vingando. O jeito é continuar balbuciando distorção. 





http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2014/01/1395975-rachel-sheherazade-do-sbt-diz-que-se-decepcionou-apos-votar-em-lula.shtml



quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

AS ESTRIPULIAS DE JOAQUIM BARBOSA




Aclamado  por parte do país pelo papel fundamental no julgamento 

do mensalão, Joaquim Barbosa foi do céu ao inferno em poucos meses.



Relator do processo que investigava políticos envolvidos em esquema 

de corrupção, foi alçado a condição de estrela do mundo jurídico, 

principalmente pelos embates contra Ricardo Lewandowski. Por vezes, a 

discussão se tornava rude, resvalando na grosseria chula. Típico de 

pessoas sem argumentação. Lewandowiski até enfrentava, mas recuava 

para não piorar ainda mais a imagem que se tem do STF.






Barbosa parecia se indignar a cada voto contrário ao seu. Por ser 

relator, sua função é mostrar onde está o desvio da lei; não subjugar 

seus pares. Como uma criança que detesta ser contrariada, o “Batman” 

brasileiro se irritava e tentava desqualificar seu interlocutor. A plebe, 

menos dotada intelectualmente, tomava isso como prova cabal de 

“macheza”. O meio jurídico assitia aquilo com desconfiança.



Quase no fim do processo, com as condenações praticamente 

consumadas, muitas com razão de ser, as ações de Joaquim começaram 

chamar a atenção (finalmente) da mídia, que o idolatrava e fomentava 

seu ego.


A reforma de seu banheiro pessoal no Supremo, com um custo de mais 

de 90 reais, pagos com o suor do brasileiro, cheirou mal. Mas seu 

aparente crédito com o país não manchou sua ambição por um lavatório 

melhor, digno de marajá. Leia AQUI.




Levantava-se uma dúvida: qual razão para nada envolvendo a toda 

poderosa Rede Globo passasse por seu crivo? Processos não faltam, 

falta vontade política.



Novamente tardia, a mídia divulgou que seu filho estava trabalhando 

para a emissora dos Marinhos, mais especificamente para o “golden 

boy” dos tucanos, Luciano Huck. Veja AQUI.




A denúncia de que o grupo Tom Brasil, que contratou Felipe Barbosa, 

filho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim 

Barbosa, para assessor de Imprensa na casa de shows Vivo Rio, em 

2010, vinha sendo investigada no inquérito 2474/STF, derivado do 

chamado “mensalão”, cujo o relator é seu pai Joaquim Barbosa, chamou 

a atenção. Este inquérito, aberto para investigar fontes de 

financiamento do chamado “mensalão”, identificou pagamento da DNA 

propaganda, de Marcos Valério, para a Casa Tom Brasil, com recursos 

da Visanet, no valor de R$ 2,5 milhões. Acompanhe aqui.





Esse conflito de interesses quase passou incólume pela imprensa. 

Quase.

Em 05/2013, Joaquim Barbosa usou avião da FAB para ir à Costa Rica a 

serviço. Levou repórter da Globo como convidado.




(no camarote do Luciano Huck, no Maracanã, assistindo ao jogo da Seleção Brasileira contra a Inglaterra com seu filho, ao lado do Luciano, que dias depois desse jogo, foi contratado pela Globo para trabalhar na produção do programa do Huck)




Corrijam-me se estiver errado, mas até onde se sabe há o famoso 

Decreto nº 4.244, de 22 de maio de 2002 que dispõe sobre o transporte 

aéreo, no País, de autoridades em aeronave do Comando da Aeronáutica.



No Art. 5º diz: O transporte de autoridades civis em desrespeito ao 

estabelecido neste Decreto configura infração administrativa grave, 

ficando o responsável sujeito às penalidades administrativas, civis e 

penais aplicáveis à espécie.




Houve um silêncio sepulcral por parte dos que os idolatram. A imprensa, 

mais uma vez, não deu a devida ênfase. Mas Barbosa começava a 

ganhar destaque mais por suas ações fora do tribunal, do que 

propriamente pelo julgamento.



A compra de um apartamento milionário em Miami, através de uma 

empresa off-shore foi o que faltava para que as pessoas percebessem 

que o '‘paladino da moral e da ética’' cometia seus atos falhos, também.

No Diário do Mundo: “Para sonegar imposto, ele abriu uma empresa 

nos Estados Unidos ao comprar uma casa em Miami calculada em 1 

milhão de reais. A empresa se chama Assas JB Corp.  LEIA  aqui.


A sonegação derivada da Assas JB é, a rigor, um problema americano. 

Com ela, JB transmite a seus herdeiros a casa sem os impostos 

habituais(...). 

A empresa criada por Joaquim Barbosa enquadra-se 

exatamente aí: não tem nenhum outro propósito que não seja evitar 

impostos.








Agora o momento mais constrangedor da carreira (e para os idiotas que o defendem em 

praça pública), e da vida pessoal: ele é suspeito de agredir a própria mulher.



Muitos anos atrás, quando ainda morava em Brasília, ele estava se separando de sua então mulher,

Marileuza, e o casal disputava a guarda do único filho – Felipe, hoje com 18 anos. Na ocasião,

Barbosa Gomes descontrolou-se e agrediu fisicamente Marileuza, que chegou a registrar queixa na

delegacia mais próxima. Pra quem não acredita, o link original da revista Veja AQUI.


Joaquim Barbosa, que teve como destaque no julgamento do Mensalão 

seu empenho em ver os políticos julgados e condenados, se perdeu no 

decorrer do processo e perdeu para o próprio Barbosa, dono de um 

ego gigante e que se deixou levar pela popularidade repentina.




Por várias vezes, sua atitude provocativa e o fato de praticamente ter 

que trabalhar em pé, devido a supostas dores nas costas (que parecem 

ir e vir...), usando esse artifício, como linguagem corporal. Alguém que 

está em pé se dirige a outro que está sentado, numa atitude de 

dominação. Surtiu efeito no início; depois passou a se tornar repetitivo. 



Quanto a suas intermináveis dores, leia aqui



Teve seu nome gritado pela direita rancorosa, como eventual candidato


à presidência da república. Fato esse, abortado pelos problemas aqui


citados quando vieram à tona. Coincidentemente quando ele já não era


mais útil ao sistema. Passo a passo ele deixou de ser o herói do Brasil


para voltar ao seu lugar de ministro do STF.



Sobre os "dois pesos e duas medidas" do Joaquim, leia:


*  Justiça à brasileira: Demóstenes Torres curte Ano Novo na Itália



*  E O ROBERTO JEFFERSON, HEIN?



O CAFEZINHO: BARBOSA ESCONDEU LAUDO POR FILHO





Criticado por seus pares, pela OAB, por integrantes do Conselho 



Nacional de Justiça e por boa parte da sociedade civil, Barbosa perdeu 


credibilidade e a chance de fazer história: levar políticos à prisão, em 


um feito inédito na história desse país.




Sim, houve os condenados, mas a forma como isso aconteceu, com uma 


truculência excessiva, os levou a um processo de vitimização, 



desacreditando Joaquim e o julgamento como um todo.




Aliado ao fato de se omitir na hora de ser o relator do processo que tramita no STF, há mais de dez anos, o mensalão mineiro, do PSDB, acaba-se desvirtuando-se o  pouco que ele, eventualmente, tenha feito de propositivo durante os últimos julgamentos.


Se o atual presidente do STF tem ambições políticas, ele deve 

redirecionar seus objetivos; se ele pretende fazer história no Supremo, 

deve mudar sua visão de mundo. Nem que para isso ele tenha que 

vencer o próprio Joaquim Barbosa que, claramente é seu pior inimigo.