As lendas e
os mitos são o que mais fascinam os fãs do gênero musical que abalou o século
XX. Eis alguns deles:
RUSH e o Álbum
2112 – Quarto disco da banda canadense foi lançado em fevereiro de 1976. A
gravadora queria um som mais palatável ao sistema, como The Kinks, a banda que
mais se adaptou ao que a indústria queria, e exigiu do Rush um som no mesmo
estilo, com ameaça de não renovar com o grupo. Insatisfeitos com essa decisão,
mas ao mesmo tempo confiantes no próprio trabalho, os integrantes resolveram
peitar os chefões da gravadora. O esforço valeu a pena e a música foi destaque
do disco e elevou a banda canadense ao top das maiores da história do rock.
Elvis e a
Origem do Acústico – Em 1968 o “rei” vivia uma fase de baixa no rock and roll.
Suas músicas já não tinham a mesma pegada, a trajetória no cinema só
enfraqueceu sua imagem de roqueiro e o mercado fonográfico, agora muito
competitivo, não o colocava entre os 10 mais da Bilboard. Mas a chance de um
especial realizado pela NBC possibilitou sua volta triunfal. Feliz pelo
nascimento de sua filha Lisa-Marie, ele parecia redivivo no palco. Dividido em
três partes, o show ficou marcado pelo que chamamos hoje de “acústico”. Com os
colegas de banda, ele repassava seus antigos sucessos, entrecortados por seus
comentários e brincadeiras com o público. Ele estava mais à vontade do que
nunca e seu carisma fazia toda a diferença. As outras duas partes (uma
pequena apresentação no palco, sem a banda, cantando mais clássicos, tentando
sem sucesso fazer sua antiga coreografia “Elvis-The Pelvis” e a parte que
lembra muito os especiais do Roberto Carlos dos anos 80 e 90 na TV brasileira) deixaram a desejar. Mas o que importava era à volta por cima de uma lenda dor rock. Só
por isso o Especial de 1968 já teria valido a pena.
Jimi &
Jim - Em 1968, em Detroit, três lendas do rock se encontraram para uma
despretensiosa apresentação. Eram eles: Jimi Hendrix, Jim Morrison do The Doors
e o guitarrista Johnny Winter. Apesar de cantar pouco, Morrison ao se juntar
com o maior guitarrista de todos os tempos marcou a década de 60, num dos
maiores encontros da história do rock.
Syd Barrett –
Após três singles e dois discos com o Pink Floyd, Syd Barrett sucumbiu às
drogas. Em seu lugar entrou David Gilmour. O seu declínio impactou Roger Waters
e Gilmour. Em meados de 1973, uma figura calva com ar distante apareceu de surpresa
em uma sessão de gravação do Floyd. Acompanhou toda a passagem de som e se
retirou. Aos poucos foram reconhecendo que aquela figura débil era na verdade
Barrett. Tal evento mexeu profundamente com os integrantes, que posteriormente
gravaram Shine your Crazy Diamond e Wish you Were Here em sua homenagem.
Led Zeppelin
– Quando perdeu o filho em um acidente de carro, Robert Plant, vocalista do
Led, resolveu dar um tempo com a banda, em plena turnê pelos EUA. Após vários
meses o grupo volta para gravar o que seria seu último disco In Through the Out Door. O álbum continha
a música All My Love, homenagem ao
filho de Plant. Considerada uma das mais emblemáticas canções do grupo, a
performance do vocalista é carregada de emoção, em especial durante o refrão.
Ramones –
Paul McCartney sempre que queria anonimato em suas hospedagens mundo afora usava
um pseudônimo: Paul Ramon. Foi a partir daí que Johnny, Dee Dee e Joey formaram
os Ramones, em homenagem ao ex Beatle. Todos usando o mesmo “sobrenome”, como uma família. A banda punk,
talvez a mais importante e longeva do punk marcou época e é referência até hoje
na música.
The Doors
sem Morrison – Apenas seis meses após a morte do vocalista da banda, Jim Morrison,
os remanescentes do grupo resolveram seguir com o mesmo nome, usando canções
compostas pelos próprios músicos, numa tentativa desesperada de provar que
havia vida para o Doors, sem sua principal estrela. O resultado foi um caça-níquel
pretensioso, que mancha a trajetória da banda. Se o nome fosse outro, as
canções seriam bem aceitáveis. Mas como resolveram manter o mesmo nome, a
comparação foi inevitável. Nos vocais, o tecladista Ray Manzereck. Nada muito
animador. O que eles conseguiram foi provar que o grupo era composto por Jim Morrison
e mais três.
Kiss e a Famosa
Maquiagem – Quer tirar o baixista do Kiss, Gene Simmons, do sério? É só
perguntar a ele se a origem da maquiagem soturna da banda foi inspirada no
grupo brasileiro Secos & Molhados.
Ney Matogrosso e sua trupe se apresentaram no México em 1973 e segundo reza a
lenda, Simmons estava na plateia. Ele se admirou com a performance e a cores
usadas pelos integrantes. Nascia aí o visual da banda Kiss. Gene nega até hoje o ocorrido.
Bachman
Turner Overdrive – Considerada a banda mais careta do rock, seus integrantes
(ao menos para as câmeras) rejeitavam o uso de drogas e eram reservados e
comedidos com suas respectivas vidas pessoais. A antítese dos roqueiros da
época e algo raro até hoje.
George
Harrison, o 3º Beatle – Intimidado pela genialidade Paul McCartney e John
Lennon, George Harrison sempre evitou compor. Sua timidez foi vencida ao compor
a bela Here Comes the Sun. A espera
valeu a pena. A canção se transformou num dos principais hits do disco e tem
uma sonoridade maravilhosa. A partir daí, com mais segurança, ele se tornou
figura ativa na banda. Já Ringo Starr...
Joy Division
– Ian Curtis, vocalista da banda inglesa era funcionário da seguridade social
no Reino Unido. Começou a se apegar a uma mulher que, assim como ele, sofria de
epilepsia em estágio avançado. Quando recebeu a notícia que esta havia falecido
em decorrência da doença, Ian surtou. Abalado por saber que aquilo, inevitavelmente,
aconteceria com ele também, compôs uma das mais belas canções do grupo: She’s Lost Control. Curtis acabou se
suicidando em 1980.
The Doors e
Woodstock – Uma das primeiras bandas a ser convidadas para o festival de
Woodstock, os integrantes do The Doors viram o convite ser retirado quando Jim
Morrison foi processado por atentado ao pudor (supostamente mostrou o pênis em durante
uma apresentação) e também por dizer em um show na Flórida que “Hitler está vivo e vive aqui em Miami”. Talvez
o grupo que mais os fãs tenham sentido falta durante aqueles três dias de rock
and roll, em 1969.
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