Facilmente
distraído por coisas fúteis, o brasileiro tende a se viciar muito fácil nelas.
Isso é
perceptível quando vemos homens em frente às lojas de eletrodomésticos,
hipnotizados, acompanhando partidas de futebol; mesmo quando são reprises ou
DVDs demonstrativos usando imagens de partidas antigas, ainda assim, a hipnose
ocorre de maneira natural.
O jogo é de
fácil compreensão e não exige muito dos neurônios. Inflama, contagia, desperta
a atenção integral da pessoa. Coisa que nunca acontece quando o assunto é
importante.
O mesmo
acontece com muitas mulheres, no que tange às novelas. Muitas pessoas acham
plausíveis os “temas”, aceitando aquilo que a TV mostra diariamente como
factual; talvez pelo vazio em suas vidas, ou pela futilidade com que enxergam o
mundo. O certo é que os personagens e situações são debatidos nos ônibus, nas empresas na hora do intervalo e levados a
sério. Como se aquele circo pudesse mesmo ser crível...
Muitos chegam
a odiar determinados artistas que interpretam vilões, chegando ao ponto de
agredi-los em praça pública. Glória Pires e Antonio Fagundes já foram vítimas
de pessoas disfuncionais assim.
Seres
humanos se dedicam tanto a acompanhar uma trama fictícia, que em nada
acrescentam em suas vidas, mas ignoram solenemente o que acontece na “novela da
vida real”, em Brasília, onde cada decisão afeta diretamente a sociedade. Para
o bem ou para o mal, cada capítulo dessa trama realizada no Congresso atinge
cada personagem (nós) de maneira indelével.
Homens e
mulheres se dedicam de corpo e alma a seus vícios (futebol e novela) para
maquiar as frustrações em suas respectivas vidas. Optam pelo superficial, em
detrimento da verdade. Criam seus heróis e vilões para se sentirem melhor
consigo mesmos. E fazem de tudo para evitar o ‘choque de realidade’. Deixam
isso para aqueles que teimosamente insistem em querer mudar o mundo. Pois para
um viciado, não gostar de nenhuma destas paixões é sinal de que algo não está
certo, e passam a desqualificar seu interlocutor, usando argumentos desconexos.
Bem maior
faria o brasileiro médio se ele se prontificasse a desintoxicar e reabilitar
seu sistema nervoso de drogas pesadas como novela e futebol.
Superar seus
vícios seria um bom indício para se dedicar às coisas relevantes. Talvez assim
tivéssemos um país muito mais evoluído.
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