segunda-feira, 11 de maio de 2015

QUANDO A POLÍTICA E A IMPRENSA COMEÇARAM A SE CORROMPER...




Os desmandos da mídia tupiniquim, aliados aos escândalos dos políticos não são propriamente uma novidade. Antes de operações como a Lava-Jato, Zelotes e Suiçaleaks havia coisas que denegriam, tanto os barões da imprensa, quanto os integrantes do Executivo e Legislativo. O problema é que as coisas ficaram bem mais graves recentemente.

Em 1989 tivemos a eleição mais acirrada da história. Até mais do que a de 2014. Naquele momento, boa parte da mídia optou por camuflar o passado de Fernando Collor, para facilitar sua ascensão ao Planalto. Manipulações, editoriais tendenciosos e acobertamento de atitudes imorais foram algumas das ferramentas de certos “jornalistas” para que o ‘Caçador de Marajás’ vencesse Lula.
O projeto deu certo, e os veículos de comunicação mudaram para sempre a política nacional.



Por causa desse episódio, especificamente, as regras ficaram mais rígidas, com o passar dos anos. Punições para aqueles que fizessem campanha abertamente começaram a aparecer, como nos episódios em que Carlos Massa, o Ratinho, ao proferir comentários contra Mário Covas, acabou custando um dia inteiro de punição para o SBT, em plena campanha eleitoral de 1998; mesmo ano em que a Record foi punida, por comentários tendenciosos de Gilberto Barros.

Mas essas eventuais limitações não eram suficientes para inibir alguns dos órgãos de imprensa acostumados ao jogo sujo. Revista Veja, jornais como a Folha de SP, O GLOBO, Zero Hora e Estadão foram colocando suas manguinhas de fora, sempre em prol do PSDB, assim como a Carta Capital erguia bandeira a favor do PT; um claro desserviço ao jornalismo brasileiro.

Mas enquanto as coisas se resumiam ao partidarismo das redações, o problema não era tão grave - ao menos para os padrões brasileiros. O problema começou quando a própria imprensa se viu envolta em escândalos de corrupção.


O maior e mais grave foi o da Rede Globo, ao qual boa parte dos coleguinhas ajudou a silenciar e acobertar. Segundo a Receita, houve “em essência, um disfarce para o verdadeiro negócio realizado, que foi a aquisição do direito de transmissão dos jogos da Copa, em vez da compra das quotas da empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas”.





A mesma Globo cujo mandatário do “jornalismo”, Ali Kamel, faz campanha permanente contra o PT e pró Tucanos, há anos. A mesma que apoiou as manifestações do dia 15 de março contra a corrupção do governo Dilma. Triste, se não fosse cômico.

Mais recentemente, tivemos a descoberta que Carlinhos Cachoeira, o bicheiro mais influente do país, estava ditando as regras na redação da Veja.





E qual é a revista semanal de “informação” que mais cobra moralidade do governo federal?

Hipocrisias iguais a estas se tornaram frequentes, nas redações de boa parte dos veículos de comunicação. E não apenas na chamada ‘grande mídia’. Alguns blogs afeitos a proteger e blindar o PT, como os do Paulo Henrique Amorim e Luiz Nassif também partidarizaram a coisa. Ao blindar um, em detrimento da verdade, você compromete a essência do jornalismo: ser crítico, imparcial, investigativo; registrar o fato, sem nunca provocá-lo. Poucos por estas bandas fazem isso.

Pensa que a vergonha para por aqui? Ledo engano. Quando se pensava que a mídia nacional já tinha chegado ao fundo do poço, conseguiram achar um subsolo.

Tão ocupada e concentrada em esmiuçar os desvios do Partido dos Trabalhadores e aliados nas ações indevidas frente à Petrobras, que os maganos da comunicação esqueceram-se de encobrir os próprios rastros em suas próprias condutas imorais. E eis que surge o Suiçaleaks, uma lista de várias pessoas (empresários, artistas, políticos e JORNALISTAS) que mantinham contas secretas na Suíça, no banco HSBC. Enquanto miravam petistas, empreiteiras e poupavam tucanos na operação Lava Jato, os barões da mídia não viram o torpedo se aproximando.

A situação se torna mais patética quando percebemos que o único “jornalista” com acesso à lista, era Fernando Rodrigues, fantoche do grupo Folha, justamente o veículo cujos donos estavam na famigerada lista de sonegadores do Suiçaleaks. Um constrangimento atroz.




A princípio, Rodrigues optou por divulgar apenas 8 nomes, os mais propensos a constranger o governo. Não deu certo. De uma lista de quase oito mil brasileiros, era muito pouco. Um concorrente de Fernando, do jornal O Globo, conseguiu acesso à mesma lista e divulgou. E TCHAM!! Lá estavam os integrantes da família Frias (donos da Folha de SP e do Portal UOL) e até da viúva de Roberto Marinho, Lilly Marinho.

Houve um corre-corre para focar na parte da lista que citava apresentadores (Ratinho e Jô Soares), artistas (Maitê Proença, Claudia Raia) e outros peixes menores, mas não menos importantes. Os barões da mídia, sarcasticamente chamados de P.I.G. (Partido da Imprensa Golpista) tentavam, irmanamente se blindar.

Ainda assim, a caça aos larápios da Petrobras continuava. Como deveria ser feita por jornalistas dignos, o que não era o caso.

Surge, então, a Operação Zelotes. A Polícia Federal acredita que ao menos 12 empresas negociaram ou pagaram propina para reduzir débitos com a Receita. Os 74 processos abertos na operação somam R$ 19 bilhões. Segundo a PF, "já foram, efetivamente, identificados prejuízos de quase R$ 6 bilhões".




Mais um escândalo, mais uma vez um veículo de “imprensa” envolvido. Qual seria a moral de um grupo investigado pela Receita e pela Polícia Federal de criticar os desmandos de políticos, desafetos que destoam da vertente dos proprietários? Tanto a RBS, quanto o jornaleco Zero Hora usam editoriais para destilar todo o fel contra os que não são de sua turma. Um erro costumeiro de parte de uma mídia.

Talvez fosse a hora de cortar na própria carne, para mostrar que se há raposas em Brasília, claramente há em vários veículos de imprensa Brasil afora.

Nunca vimos tantos nomes de peso do jornalismo envolvidos em escândalos, em tantas ações imorais. O que leva alguém a perverter os ideais de uma profissão tão nobre? Como se chega ao ponto em que se encontra uma revista Veja, outrora formadora de opinião, hoje apenas um reduto de reacionários da pior estirpe? Gente que prefere ver o barco afundar só para mostrar que estavam com a razão. Mesmo sabendo que afundariam juntos.  

Em uma sociedade evoluída, poderíamos esperar que acontecimentos desse tipo poderiam ser isolados. Mas pelo histórico da imprensa nacional, pós-1989, as chances de escândalos assim não se repetirem são ínfimas.

Quem diria...Boa parte dos políticos está envolvida em atitudes ilícitas, assim como boa parte da imprensa. Andando de mãos dadas, juntos assaltando os cofres da Viúva.

Quem diria...