quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um País que Cultiva a Ignorância





Tobias Barreto: SINTESE denuncia péssimas condições estruturais de escolas


A coordenação da Sub-sede Centro-Sul do SINTESE protocolou ofício na Promotoria de Justiça da Comarca de Tobias Barreto denunciando diversos problemas estruturais constatados em escolas da rede de ensino do município, a exemplo das unidades José Cassimiro dos Santos, localizada no Povoado Pilões, e Maria Nilza Rogério dos Santos, localizada no Povoado Pedra de Amolar.

O ofício também foi direcionado ao prefeito do município, Dilson de Agripino, ao presidente da Câmara de Vereadores, João Olegário de Matos Neto, e ao secretário municipal de Educação de Tobias Barreto, Ivan Carlos de Macedo.

Na denúncia protocolada pelo SINTESE foram anexadas fotos comprovando os problemas estruturais nas escolas, que colocam em risco os alunos que as frequentam diariamente.



Problemas graves

Na EMEF José Cassimiro dos Santos, a caixa d’água de 1000 litros está com sua estrutura de apoio comprometida, podendo a qualquer momento desabar sobre os alunos. Nessa mesma escola, a existência de uma obra inacabada, na cozinha, possibilita o livre trânsito de insetos e roedores no local de preparo e armazenamento de comida para os estudantes.


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Na EMEF Maria Nilza Rogério dos Santos, a fossa que coleta o esgoto da escola está completamente cheia, provocando refluxo de fezes e causando um mau cheiro no estabelecimento de ensino. Além disso, uma reforma realizada pela administração anexou uma casa ao prédio da escola, porém, em vez de sala de aula descente, criaram-se labirintos estreitos que causam incômodo a estudantes e professores pelo calor e pelo barulho também parte do telhado ameaça cair.





A situação mais greve é encontrada na EMEF João dos Santos Araújo, localizada no povoado Curtume, onde uma das paredes apresenta graves rachaduras e o piso está cedendo.

“É como se a parede da escola estivesse afundando pouco a pouco e as vigas de sustentação já apresentam sinais evidentes de comprometimento, levando risco iminente aos alunos e trabalhadores daquela escola”, denuncia Estéfane Lindeberg Santos, coordenador-geral da Sub-Sede Centro-Sul do SINTESE, que assina o ofício.




“Vamos esperar que, diante do que foi exposto, a promotoria proceda com as medidas cabíveis no sentido de garantir um ambiente sadio para todos os alunos e trabalhadores das escolas informadas”, destaca o coordenador.

Ferindo o ECA

EMEF Maria Nilza Rogério dos Santos
Para a presidenta do SINTESE, Angela Melo, as condições das escolas apontadas na denúncia põem em risco a vida das crianças e adolescentes que nelas estudam, o que fere frontalmente o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.



“São condições que atentam contra a vida desses alunos, o que é muito grave e vai de encontro ao próprio ECA, que coloca a criança e o adolescente como prioridades absolutas, o que exige dos órgãos de governo todo o zelo pela segurança delas”, disse a presidenta, acrescentando que o sindicato vai enviar também ofício ao Corpo de Bombeiros Militares de Sergipe, solicitando que se faça vistoria nessas escolas e aponte se elas podem ou não continuar funcionando.

“A segurança dos alunos e dos trabalhadores nessas escolas vêm em primeiro lugar. Se o município não tem como garantir isso e o Corpo de Bombeiro atestar essa incapacidade da gestão municipal, que se fechem as escolas e os alunos sejam remanejados até que suas estruturas sejam recuperadas”, defende Angela Melo.



LINK ORIGINAL AQUI



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PROCURA-SE :










Procura-se : Vivo ou Morto. Nome: Adolf Hitler,quer dizer Benjamin Netanyahu.

 Acusações : crimes contra a humanidade,crimes de guerra,violações dos direitos civis, genocídio, desapropriações ilegais de terras e causar holocausto do povo árabe.

Recompensa : um mundo melhor pra se viver.




Xingamento em debate: como ir para o inferno se ele não existe?







Vez ou outra sou abordado por pessoas que gostam ou desgostam do que escrevo aqui. A bem da verdade, fico mais à vontade com quem reclama porque não sei lidar muito bem com elogios de desconhecidos – coisa para o analista ajudar a resolver a um custo alto e um prazo longo… Analisando as críticas, percebo que muitas delas são interessantes, até porque funcionam como um bom termômetro para corrigir o rumo ou cutucar ainda mais a ferida, dependendo do assunto em questão.
A frase do alto veio de uma abordagem pouco convencional. Jovens, brancos, saudáveis, com dentes fortes e cabelos penteados, provavelmente estudantes universitários da classe média alta paulistana, quando passavam por mim de um carro com jeito de ter sido emprestado do pai, reduziram a marcha e gritaram a frase acima, entre outros impropérios. Bem, o que podia fazer? Abri um sorriso e mandei um beijinho.
Triste. Pois não gostaram do beijinho. Prova de que ainda falta amor em São Paulo.
Vou excluir a questão do “abortista”. Até porque, no que pese defender o direito de toda mulher a ter autonomia sobre seu próprio corpo, não estou autorizado pelo Conselho Regional de Medicina a fazer procedimentos cirúrgicos. Por favor, por favor, não insistam. Também não distribuo remédios ou outros objetos utilizados por mulheres de baixa renda no sentido de interromperem uma gravidez indesejada – lembrando que o aborto já é “legalizado” no Brasil a quem tem R$ 5 mil para pagar uma clínica particular. O que faço é discutir o assunto abertamente e apoiar amigas que já passaram por essa situação, algumas delas temendo a reação violenta da família ou enfrentando o abandono do companheiro. Portanto, a alcunha de “abortista”, no que pese a pretensa pejoratividade presente na provocação pueril, não é aplicável. Seria o mesmo que me chamar de “padeiro”, “profeta” ou “palmeirense”.
Vamos nos entreter um pouco com a segunda parte da oração: “Vai defender viado no inferno”. Que está conectada com a primeira parte através do nosso machismo do dia a dia.
Minha mente doentia que opera em forma de desenho animado imaginou o resgate de um cervo entre as labaredas de uma área afetada pelas chamas cuspidas por vulcão.
Mas, decerto, os meninos de sorriso bonito não queriam dizer isso.
Como cantaram os pneus e se foram, não deu tempo de informá-los que – infelizmente – não acredito na existência do Mar de Enxofre, o que impossibilitaria que o xingamento em questão gerasse algum incômodo real. Também acredito que o Capeta, bem como todo o conjunto do sobrenatural, seja uma criação nossa. E como o Demo, o Tinhoso, o Tranca-Rua, o Coisa Ruim, Aquele-que-não-se-diz-o-nome, o Matreiro, o Sujeito, não existe, somos nós os responsáveis pelas nossas ações que provocam dor em outras pessoas. Duro isso, né?
Além do mais, gays, lésbicas, transexuais, enfim, não precisam de ninguém que os defenda. Os “cidadãos de bem” que vomitam seu asqueroso preconceito sobre aqueles e aquelas que não conseguem entender é que precisam ser defendidos. Defendidos de si mesmos, porque causam um mal sem tamanho à sociedade, propagandeando de pai para filho as mesmas ideias absurdas e pré-concebidas sobre quem tem direito a ter direito. Precisamos defender os homofóbicos e demais intolerantes deles próprios antes que seja tarde demais e consigam fazer da vida deles um inferno real.
Em muitas dessas famílias, pais aliviados ficam agradecidos sempre que um instituto de pesquisa obscuro ou uma “especialista” em sexualidade descobre que seu filho ou filha apenas “padece de uma terrível doença” e seu comportamento “não foi um erro de criação”.
Discursos como esse ajudam a reforçar como um desvio o fato de alguém ser atraído por uma pessoa do mesmo sexo. E se é um desvio, pode ser corrigido. Arrumado. Consertado. Curado. E posto na prateleiro ao lado das marcas conhecidas de cereais e de picles. Imagine só: você não curte de verdade aquela pessoa, está apenas dodói.
Não raro, essas pesquisas são financiadas com recursos de organizações religiosas. Ou seja, o resultado deve ser levado tão a sério quanto um fictício estudo sobre os benefícios do tabaco bancado pela Phillip Morris ou sobre a importância da produção do aço para a preservação do meio ambiente patrocinado pela Gerdau.
Como já escrevi aqui, a Câmara dos Deputados está debatendo a resolução do Conselho Federal de Psicologia que, desde 1999, proíbe profissionais de oferecerem tratamentos para “curar” homossexuais. Tramita projeto do deputado federal João Campos (PSDB-GO) que susta a vigência dessa resolução.
Todos têm direito a expressar sua fé, como todos deveriam ter direito a ter sua orientação sexual respeitada. Mas se tratamentos como esses passarem a ser oferecidos legalmente, sugiro também reciprocidade com a religião. Vamos curar cristãos, muçulmanos, judeus e todos aqueles que, dentro das religiões adotam comportamentos fundamentalistas, acreditando que amor é desvio.
Ainda mais porque escolhemos a fé. Não a orientação sexual. E lutar pelos direitos LGBTT nunca matou ninguém. O mesmo não posso dizer do já citado fundamentalismo religioso…
Ao final, vendo aquele carro importado indo embora com os rapazes, suspirei fundo. Não por mim, mas por eles. É um absurdo que a essa altura da história nossa sociedade ainda tenha situações como essa. Não de ofensa a blogueiros, pois o mico pago por eles foi a parte divertida, mas de demonstração pública de intolerância.
Uma sociedade que não tem vergonha de fazer isso é aquela que, de tempos em tempos, espanca e assassina gays e lésbicas. Que abriga seguidores de uma pretensa verdade divina que taxam o comportamento alheio de pecado e condenam os que julgam diferentes a uma vida de terrível aqui na Terra, tornando real – enfim – o que suas escrituras sagradas chamaram de inferno. Por que a culpa é da sociedade? Porque, de acordo com Constituição, a dignidade é um bem que deve ser garantido pela coletividade e tutelado pelo Estado.
E, se não bastasse isso, representantes políticos (que deveriam garantir que direitos fossem válidos a todos os cidadãos) agem não para fazer valer o Estado de Direito, mas sim incentivar a intolerância, empurrando a sociedade para o precipício.
O homem é programado, desde pequeno, para que seja agressivo. Raramente a ele é dado o direito que considere normal oferecer carinho e afeto para outro amigo em público. Manifestar seus sentimentos é coisa de mina. Ou, pior, é coisa de viado. De quem está fora do seu papel.
Gostaria que nos déssemos conta que já passou o momento de sairmos de nossa zona de conforto e começarmos a educar nossos filhos para viverem sem medo. E não para serem inimigos de quem não tem pênis.






terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Hip- Hop e a Hipocrisia Humana







    Há um certo nível de hipocrisia que assola parte da nossa sociedade, que faria um bem danado a todos nós se fosse extirpada de vez.

    No programa "Se ela dança eu danço" do SBT, jurados pagos para usar de antipatia total com os participantes (ou são assim,em tempo integral) desqualificam um jovem da periferia, que quer dançar o famoso "A Morte do Cisne", numa versão HIP-HOP. Para incredulidade do trio de 'juízes', que logo de cara já desancam o rapaz,pela sua postura, por suas vestimentas e,óbvio, pelo fato de ousar reeditar um clássico da dança.

   Felizmente,as coisas  nem sempre seguem os ditames da elite conservadora,que cheira a mofo.

    Vale conferir.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012

Família de João Goulart Processa os EUA pelo Golpe de 64




da página Revolucionários Eternamente (Facebook)










O jornalista Mario Augusto Jacobskind faz detalhado relato da tentativa da família do Presidente João Goulart de exigir, do governo dos EUA, reparação pelo Golpe de 64. O processo se arrasta na Justiça brasileira, mas eles não desistem. A idéia de processar os EUA pelo golpe surgiu quando do lançamento do livro do ex-Embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, onde ele se vangloriou que conspirou e conseguiu derrubar o governo constitucional de Jango. (OM) 

Quando faltam menos de um ano e meio para que o golpe civil militar de abril de 64 complete 50 anos, a Justiça brasileira está para decidir uma ação da família do presidente deposto João Goulart, conhecido como Jango, que poderá resultar na colocação dos Estados Unidos no banco dos réus. 0 tema é complexo e se arrasta desde 2002 nas mais variadas instâncias da Justiça e foi iniciada pelo advogado José Roberto Rutkoski e agora está a cargo de Trajano Ribeiro e Daniel Renout da Cunha.

Para se entender melhor os meandros da ação, é necessário que os interessados conheçam os pormenores de uma linguagem jurídica complexa em que se destacam termos como “atos de gestão e de império” por parte do governo estadunidense.

A história da ação começa em 2002, depois de uma entrevista do ex-embaixador Lincoln Gordon, ao lançar em São Paulo e no Rio de Janeiro o seu livro Brasil Segunda Chance: A Caminho do Primeiro Mundo, admitindo o patrocínio oculto da quebra da ordem constitucional me
diante exemplos como o fato de que a CIA dispôs 5 milhões de dólares, a partir de 1962, com o financiamento de candidatos ao Congresso que desfraldassem a bandeira do anticomunismo e combatessem também o nacionalismo.
Era o tempo do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (1PES), que tinha como um dos principais coordenadores o então Coronel Golbery do Couto e Silva, um dos principais mentores do golpe de 64.
Com esta admissão, os filhos de Jango, João Vicente e Denise Goulart, bem como a viúva, Maria Tereza, tomaram a iniciativa de processar pela Justiça brasileira o Estado norte-americano como um dos responsáveis pelo golpe que afastou do poder o presidente da República.


SOBERANIA NACIONAL

Inicialmente, segundo explicou João Vicente, o objetivo da ação não visava propriamente indenização, apenas uma ação afirmativa. 0 pedido sempre foi de indenização, mas não tinha nenhum valor fixado porque era uma reação política e de defesa da soberania, mas a Justiça, mais precisamente a 10a Vara Federal do Rio de Janeiro, exigiu que fosse fixado o valor das perdas que a família teve em decorrência do afastamento forçado de Jango da Presidência e posteriormente o exílio no Uruguay.

Foi realizada uma perícia para apurar o valor da evolução patrimonial. Com base na declaração do Imposto de Renda de 1963 do presidente deposto, a qual foi somada uma quantia referente aos danos morais e o valor da reparação, acabou sendo estipulada em cerca de 4 bilhões de reais.

A 10a Vara Federal julgou extinto o feito com fundamento na impossibilidade jurídica do pedido com base na imunidade absoluta de jurisdição do Estado estrangeiro cujo recurso acabou sendo encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde, apesar das sucessivas negativas da maioria dos Ministros, os advogados ainda tentam colocar o Estado norte-americano no banco dos réus.

No terreno jurídico, segue sendo travada uma batalha complexa e que para entendê-la é necessário também analisar os meandros da política externa estadunidense atual e do período da Guerra Fria.

0 financiamento pela CIA da campanha para a derrubada de Jango, que não se limitou na verdade aos cofres do IBAD ou do IPES, foi inspirada no que aconteceu na Itália logo após o fim da II Guerra Mundial. Preocupados com a possibilidade de uma vitória eleitoral do então poderoso eleitoralmente Partido Comunista Italiano (PCI), a CIA e demais organismos do Estado norte-americano despejaram milhões de dólares para beneficiar, sobretudo partidos como o da Democracia Cristã e demais opositores do PCI. A ofensiva anticomunista deu certo e impediu a vitória dos comunistas, então agrupados unitariamente em um partido forte sob a liderança da figura legendária do secretário geral Palmiro Togliatti.

Em uma reunião realizada a 30 de julho de 1962 entre o então Presidente John Kennedy e o embaixador Lincoln Gordon, o assessor presidencial Richard Goodwin aventou a possibilidade de que “talvez devêssemos pensar em golpe num futuro próximo (no Brasil)”.

Na mesma entrevista sobre os gastos da CIA com o esquema de desestabilização do governo constitucional brasileiro, embora confirmando o que disse Goodwin, Gordon procurou minimizar o fato declarando que a opinião do assessor não foi considerada naquele momento, o que na prática não se confirma pelo teor dos documentos secretos desclassificados em 2004 pelo Departamento de Estado norte-americano.
Segundo o próprio Lincoln Gordon, foram gastos pela CIA 5 milhões de reais, o equivalente hoje a cerca de 50 milhões de dólares ou 100 milhões de reais.


MAIOR TEMOR

Na verdade, temendo que no Brasil se consolidasse um governo nacionalista, Kennedy chegou a dizer que o número de comunistas no Brasil é irrelevante na cena política e que esse fato serviria apenas para atacar o governo de Jango.
Kennedy temia eventuais ameaças aos interesses de empresas norte-americanas, sobretudo com a possibilidade, já então concreta, da aprovação da lei de remessa de lucros. Ele não pensou duas vezes em executar o que pouco tempo antes o Conselho de Segurança Nacional estadunidense sob o governo de seu antecessor, o Presidente Dwight Eisenhower, aprovou, ou seja, a resolução sobre as “covers actions” (ações encobertas) contra a ordem jurídica de outros países: “as operações deviam ser secretas e permitir que o governo pudesse negar, com foros de plausibilidade, sua participação nas mesmas”.
Kennedy, portanto, seguindo essa prédica, não poupou esforços no sentido de que em algum momento ocorresse a derrubada de Jango, o que hoje é confirmado com a leitura de uma série de documentos do Departamento de Estado liberados para consulta. Lyndon Johnson, o sucessor de Kennedy, simplesmente levou adiante a política adotada pelo Presidente assassinado em novembro de 1963.

Na petição apresentada pelos advogados da família Goulart à Justiça brasileira, é lembrado o fato de que vários embaixadores estadunidenses (no começo da década de 60) queixaram-se de terem sido usados para dissimular atividades de espionagem, mas a CIA sempre insistiu que a cobertura das embaixadas é essencial a seu trabalho, porque inclusive sem a imunidade de que gozam as propriedade diplomáticas, os códigos, arquivos e comunicações da central de inteligência estadunidense não estariam em segurança.

Foi lembrado também que o atrito entre funcionários do serviço exterior e os agentes da CIA tornou-se tão agudo ao fim do governo de Dwight Eisenhower que o então presidente ex¬pediu uma ordem executiva, em novembro de 1960, onde afirmava: “Os chefes de missões diplo¬máticas dos Estados Unidos no exterior, como representantes do Presidente e agindo em seu nome, deverão possuir e exercer, na medida em que permitam as leis e de acordo com as instruções que o Presidente venha promulgar, a responsabilidade direta pela coordenação e supervisão das atividades das várias agências que sirvam nos diferentes países”.

E tão logo foi empossado, lembram os advogados Trajano Ribeiro e Daniel Renout da Cunha, John Kennedy apressou-se em reafirmar os poderes do Departamento de Estado e dos embaixadores. Os embaixadores que eventualmente não aceitassem a determinação ou simplesmente apenas a questionassem foram removidos e substituídos.

A partir de então, e sem que fossem canceladas até hoje as determinações, as embaixadas estadunidenses se tomaram uma espécie de linha auxiliar da CIA.

Os advogados da família Goulart apresentaram na Justiça brasileira a tese segundo a qual a intervenção norte-americana no Brasil com a liberação de verbas aos golpistas de 64 e a presença de uma esquadra naval norte-americana nas costas brasileiras para, em caso de necessidade, apoiar a ação de derrubada do Presidente brasileiro, foi um “ato de gestão”.
Ou seja, o governo estadunidense (Poder Executivo) agiu sem consultar o Congresso (Poder Legislativo). Para entender melhor, foi uma ação diferente da empreendida em 2003 contra o Iraque, quando para aprovar a ação militar houve consentimento do Senado, caracterizando-se como “ato de império”. Não vem ao caso se a decisão do Senado ocorreu com base na mentira segundo a qual o Iraque possuía armas de destruição em massa, o que ficou comprovado não existiram.

No caso do golpe de 64, ao intervir da forma como interveio, o governo dos Estados Unidos, segundo os advogados Trajano Ribeiro e Renoult da Cunha, simplesmente violou a Constituição norte-americana ao ferir a carta de princípios da Organização dos Estados Americanos (OEA), que impede a intervenção direta ou indireta de um estado estrangeiro sobre a ordem interna de um aliado dos EUA. Um ato ilícito sob o ponto de vista da Constituição norte-americana, portanto, não pode ser um ato de império.
Operação "Brother Sam" na costa brasileira em 1964.


NEGATIVAS DA JUSTIÇA

Mas a Justiça brasileira entendeu que a ação dos EUA foi um “ato de império”, inviabilizando a continuação do processo contra o Estado estrangeiro em território nacional, o que em linguagem jurídica é considerado “imunidade absoluta de Jurisdição”.

As sucessivas negativas de recursos que impedem de colocar no banco dos réus do Brasil os Estados Unidos, tanto da parte da 10a Vara Federal do Rio de Janeiro, como do STJ, inclusive a de impedir que a ação seja encaminhada para decisão do STF, colocam em dúvida se a Justiça brasileira tem mesmo interesse em defender a soberania nacional ou se sente atemorizada com a solicitação de julgar o Estado norte-americano em território nacional.

Reforça essa tese o fato de o Ministro do STJ, Félix Fischer ter decidido a ação sem permitir que um recurso extraordinário pudesse seguir para o STF sob a alegação de que uma petição não tinha sido apresentada em tempo hábil.

Mas os advogados comprovaram, mediante documento fornecido pelos Correios, que informaram que o documento original havia chegado no prazo ao STJ, não tendo sido juntado a tempo por falha administrativa do órgão judiciário. Isto é, o próprio STJ extraviou o documento em questão, resta saber se deliberadamente ou não. Os advogados alegam que esta questão foi ultrapassada quando o ministro João Otávio de Noronha consagrou o entendimento de que mesmo que os originais do agravo tivessem sido apresentados dentro do prazo “ratificavam-se os fundamentos da decisão que negou seguimento a ação rescisória”. Ação que combate o entendimento equivocado de que os Estados Unidos praticaram ato de Império, quando a jurisdição brasileira é competente para julgar atos de gestão.



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O Militar que Sabia Demais




FAVORECIMENTO

Além disso, o que é ainda mais grave, os ministros do STJ, com exceção de Nancy Andrighi e Humberto Gomes de Barros, concederam ao réu (EUA) a prerrogativa, não solicitada, por sinal, de aceitar ou não abrir mão da “imunidade de jurisdição”.

Trocando em miúdos, facilitaram o lado dos Estados Unidos, que com a decisão fizeram a pergunta que favoreceu ao réu, dando margem à hipótese de que os ministros queriam se livrar, para eles, do fardo de julgar o mérito da ação interposta pela família de João Goulart. Pior, acabaram por declarar de maneira ilegal que os Estados Unidos violaram a Carta da OEA sem que tivesse direito de se manifestar.

Com isso, fica reforçada a dúvida que os ministros do STJ pouco se importam se está em jogo verdadeiramente a soberania nacional.

Em razão da dificuldade encontrada para dar seguimento à ação, não se exclui a possibilidade de a família Goulart fazer o mesmo que fez a família de Jacobo Arbenz, o presidente deposto da Guatemala, em 1954. Os Arbenz deram entrada, e ganharam, em ação na Justiça dos EUA apresentando o Estado norte-americano como um dos responsáveis pelo golpe patrocinado pela CIA. Não foi divulgado o valor que os EUA pagaram pelos danos causados à família Arbenz, mas a decisão cria juris¬prudência e, caso os Goulart entrem com ação, obterão resultado favorável ao pleito.

Para João Vicente, no entanto, o ingresso da ação na Justiça brasileira é um recurso importante no sentido da afirmação e defesa da soberania nacional, que, no entender dele, foi aviltada com o golpe que derrubou o presidente João Goulart. João Vicente se baseia no fato de que a jurisdição se exerce nos mesmos limites da soberania e o dano foi praticado em território brasileiro. Daí a competência territorial para julgar o pedido de reparação.
A renúncia de jurisdição e competência para julgar o pedido da família Goulart, sem que os Estados Unidos tivessem solicitado formalmente a imunidade de jurisdição, é, sem dúvida, uma renúncia de soberania.

Não se exclui também a possibilidade, segundo admitiu João Vicente Goulart, se a justiça negar totalmente a ação, de a família levar para o julgamento do Tribunal de Haia. “Lamentavelmente, o Brasil terá de ser réu pelo fato de a justiça negar a uma família o direito de julgar em território nacional o país responsável por uma ilegalidade que levou o país a uma longa escura noite de 21 anos”, observou João Vicente Goulart.
Por estas e muitas outras ao longo dos anos, está na hora do Poder Judiciário brasileiro ser passado a limpo, inclusive sepultar os vícios adquiridos ao longo de 21 anos de ditadura e que continuam vigentes.

(*) Mario Augusto Jacobskind é jornalista.






sábado, 24 de novembro de 2012

Os Embalos de Sábado à Noite,com Rita Hayworth








Alguém  pegou a música "Embalos de Sábado à Noite" dos Bee Gees e a encaixou em diversos filmes musicais - trechos - com Rita Hayworth, Fred Astaire, Gene Kelly e outros, dançando num ritmo alucinante.   Rita, lindíssima, lembrando seu personagem no filme GILDA de 1946  com Glen Ford.




O Brasil Verdadeiro vs O Brasil Fictício




dica do colega Paulo César Januária






Retrato de um país onde poucos detém quase tudo e muitos tem pouquíssimo. Tudo sob os olhares complacentes e coniventes das autoridades inescrupulosas,que apoiam este estado de coisas. Governantes brasileiros deveriam ser levados ao Tribunal de Haia,por crimes contra a humanidade. Se houvesse um mínimo de competência na ONU,haveria uma séria investigação no Brasil,desmantelando uma subserviência entre políticos e elite. Ambos tem em comum um asco pela parte pobre da nação. Se servem pra algo,é para ser usados com bucha  de canhão e para manipulação,apenas. Enquanto isso,nas partes mais miseráveis do país....

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  Brasil,Ame-o ou Deixe-o (ao menos, durante a Copa)






As Tsunamis que Chacoalharam a Última década.





                                                                       (Japão)





                                                                         (Malásia)



                                                                        (Indonésia)



  De tempos em tempos o planeta passa por ajustes (pra alguns,perturbações) que no caminho acaba levando milhares de pessoas,em suas bruscas mudanças de direção. Os vídeos acima mostram as inquietações geológicas da última década e suas consequências.





sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Natureza Agradece...








A luta de 4 pessoas para salvar uma baleia corcunda,presa em uma rede de pescadores, lutando pela vida. Após algumas de esforço conjunto, eles conseguem libertá-la. O mais legal do vídeo é que, após ser solta, ela demonstra seu contentamento em uma espécie de gratidão aos que a salvaram e faz uma série de pulos na água, como se mostrasse aos quatro abnegados o quanto ela estava feliz por estar livre de novo. Se fosse em países moralmente atrasados,como Japão e Noruega, ela teria sido fatiada viva. Bom que nem todos tem esse pensamento limitado e egoísta.



Crítica - Filme "Hunger"









Cinco estranhos descobrem ao despertar que encontram-se presos em um calabouço . Eles logo percebem que são objetos de um experimento sádico de um homem, para testar a profundidade de um ser humano e sua vontade de sobreviver. E conforme os dias vão passando, sem terem meios para escapar, suas fomes aumentam fazendo com que a humanidade desapareça.

A princípio parece ser mais um filme de terror. Mas HUNGER (não foi traduzido para exibição no Brasil) foge completamente à regra do horror rotineiro. Aqui,a proposta não é especificamente assustar. Isso é intrínseco. A discussão é provar o quanto o ser humano moderno, dito "civilizado pode regredir e voltar a sua natureza primal, quando o que prevalecia era instinto puro.   


























  Cinco estranhos sem nada em comum. Aí já começa o erro. Fica mais fácil entender a situação se eles perceberem que tem muito em comum. E foi por uma dessas peculiaridades que foram jogados na situação em que estão. Segundo, quem os observa tem seus traumas pessoais e os canaliza nas sus vítimas. Mesmo assim,há mais para ser compreendido.








 Começam as associações e as explorações psicológicas (quem explora ou manipula quem).

E tudo isso,durante semanas,em um ambiente claustrofóbico, sem ar, comida ou perspectivas. 


























  Com o passar do tempo, a verdadeira intenção do autor da "experiência" vem a tona, e as tensões explodem.

  Hunger está mais para uma tese sociológica do que um mero filme de terror. Os personagens,interpretados pelos atores sem maiores afetações (histrionismo é marca em produções do gênero)e dão conta do recado. Aliado a uma direção segura e um roteiro bem engendrado, a película se desenrola até um final interessante.





   A produção é de 2009,mas vale uma conferida em uma obra que passou batida pelo Brasil e que não fica devendo nada às outras produções do gênero do cinema atual. Uma ótima dica para quem já está cansado de assistir filmes de horror em que um mascarado corre atrás de adolescentes com armas cortantes,bem na hora em que eles estão transando.








Contra Fatos Não há Argumentos







  Mitos existem para que se possa derrubá-los. Quando há factóides,os fatos devem prevalecer. Nem tudo o que se diz por aí sobre Zumbi é verdade. Nesse vídeo o autor do livro sobre algumas figuras históricas são desmistificadas e isso causa mal estar. Vale conferir a entrevista.




Os Três dias que abalaram o Mundo









Festival de Woodstock,em um vídeo caseiro. O retrato de uma geração...




E o Bom Samaritano era Ateu,Quem Diria...








 Luiz Carlos Prates em um comentário que religiosos não se sentem à vontade em ouvir. 





A MORDAÇA EM ISRAEL CONTRA OS PRÓPRIOS JUDEUS









     Um americano, judeu, estava protestando pacificamente contra a ocupação em Gaza,dizendo que não concorda com a invasão israelense. E teve que enfrentar o que os palestinos enfrentam todos os dias de suas vidas...Se isso não lembra a Gestapo e a SS nazista,o que lembrará?


  Leia também : 


Jornal The Independent revela como Israel se vinga de crianças que atiram pedras








quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Como Marcial Maciel Subornou o Vaticano





Em seu livro "As finanças secretas da Igreja" , em breve em circulação, o jornalista norte-americano Jason Berry detalhando como Maciel gastou milhões em presentes e brindes para os líderes da igreja, começando com o Papa João Paulo II. Assim, o fundador dos Legionários de Cristo, poder acumulado de reforçar a sua ordem, enquanto protege a sair das acusações apresentadas contra ele por pedofilia, e,
 finalmente, no domínio público.

CIDADE DO MÉXICO (Process) -. o padre Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, gastou muito dinheiro para comprar favores de altos funcionários do Vaticano, incluindo o Papa João Paulo II, e para evitar que os tribunais eclesiásticos considerarem por seu abuso sexual de menores.







Em 1995, por exemplo, Maciel deu um milhão de dólares a João Paulo II, que também veio para oficiar-privadas Missas na capela do Palácio Apostólico para os amigos ricos-Maciel que usaram para recompensar o pontífice com doações de até 50 000 de dólares em dinheiro.

Vendo o enorme poder que Maciel teve durante o pontificado de Wojtyla, agora Papa Bento XVI, então Congregaciónparala Doctrinadela Fe carga Dela, dizendo que era "prudente" para investigar seus atos de pedofilia, que até então eram conhecidos em todo o mundo.

Uma análise detalhada desses "presentes"-ou "propinas", de acordo com alguns, que entregou Maciel no Vaticano dá ao pesquisador EUA Jason Berry, em seu livro O Segredo das finanças da igreja , que irá circular Debate Editorial no México nos próximos dias.

No capítulo "O padre Maciel, senhor da prosperidade", o sacerdote levanta Michoacan "queria comprar", então ele passou em Roma "grandes somas de dinheiro para isolar-se da justiça", mas também para obter a aprovação Vaticano para centros de formação que se abriam os Legionários de Cristo em diferentes países.

Adicione o livro que o Cardeal Angelo Sodano, então secretário de Estado vaticano, foi "muito perto" de Maciel, no entanto, a sua "defesa mais importante" foi definitivamente "o Papa João Paulo II".

E conta a seguinte história que demonstra a proximidade entre Maciel e Wojtyla, que durou durante todo o seu pontificado:

"Em janeiro de 1979, em sua primeira viagem como pontífice, João Paulo visitou o México. Maciel estava sentado no avião com ele, como uma recompensa para o trabalho extensivo avançado. Graças a um sacerdote legionário missa para a primeira-dama, o presidente López Portillo decidiu receber João Paulo no aeroporto ... Seis meses depois de João Paulo mostrou o seu apreço com uma visita aos Legionários de Roma. "

Maciel enviou dinheiro a João Paulo II. O livro refere-se a uma dessas entregas:

"Em 1995, de acordo com ex-membros da Legião Dela, Maciel Papa João Paulo enviou um milhão de dólares por meio de monsenhor Stanislaw Dziwisz, quando o papa viajou para a Polônia. Como secretário papal, Dziwisz, natural da Polônia, foi durante décadas o homem mais próximo de João Paulo. Gerir o dinheiro era parte de seu trabalho. "

O secretário do Papa, continua o livro também foi responsável por recebimento de doações de famílias ricas para que Maciel levou a missas privadas do papa, realizada na capela do Palácio Apostólico, com capacidade para 40 pessoas e decorado com frescos Michelangelo, especificamente com a conversão de Saulo e da Crucificação de São Pedro .

Maciel amigos ricos "usadas para encontrar o Papa de joelhos, em oração profunda, com os olhos fechados, quase em transe, esquecendo-se que entrou na capela ... para os leigos foi uma experiência maravilhosa espiritual".

O livro contém o testemunho de um ex-padre que participou do legionário estas missas exclusivo e que revela: ". Acompanhei uma família rica do México em uma missa privada eo fim da família que deu Dziwisz $ 50.000"

Favores mútuos

O secretário papal tinha "aparições freqüentes" com parentes de Maciel, para que ele também receberam doações que foram "sempre em dinheiro vivo" e os dólares, porque "teria tomado notas também lira".

Adicione o livro: "Em 1998, Maciel foi tudo para fora da janela para oferecer uma grande festa em honra de Dziwisz, durante a sua proclamação como bispo, e incluiu a música mariachi festiva tocada por uma pequena orquestra de legionários.

Não só o Papa e seu secretário recebeu dinheiro, também porque "os cardeais e bispos que diziam missa para os legionários recebido pagamentos de 2000 e US $ 500, de acordo com a importância do evento."




"¿Se trataba de donativos o de sobornos? En el libro se hace esta pregunta. Algunos exsacerdotes legionarios responden que se trataba de “una forma elegante de dar un soborno”. Otros, en cambio, señalan que era opere de charittá (obra de caridad), ya quela Iglesia bien pudo destinar ese dinero para ayudar a los pobres y necesitados, cosa que no se sabe a ciencia cierta dada la opacidad de las finanzas vaticanas.

Pero Maciel –se dice en el texto– también era muy dado a hacer costosos regalos en especie a los jerarcas vaticanos o a agasajarlos con fiestas y comilonas que no podían ser obras de caridad y cuya intención era conseguir favores a cambio.

Plagada de estos favores mutuos fue la relación de Maciel con Angelo Sodano, desde que éste era nuncio apostólico en Chile durante la dictadura de Augusto Pinochet, a la que apoyaba. Con el fin de “neutralizar a los defensores de la Teología de la Liberación que militaban en la izquierda”, Sodano impulsó en Chile las obras que realizaban los Legionarios de Cristo y que imponían “el estilo católico de la teología de la prosperidad, la lealtad papal y el capitalismo del mercado libre”.

A partir de entonces Maciel supo corresponder estos favores: “Puso al padre Raymond Cosgrave, un legionario irlandés, a disposición de Sodano prácticamente como ayuda de campo en la nunciatura de Santiago. En 1989, en el escalafón para ser nombrado secretario de Estado, Sodano tomó clases de inglés en Irlanda en el colegio dela Legión.Fuede vacaciones a una casa de recreo de la Legión en Sorrento”.


(Extraído do texto que se publica esta semana na revista Proceso 1879, já em circulação)




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