Após um intenso processo eleitoral (e muitas
vezes desleal, de ambas as partes), Barack Obama foi reeleito presidente dos
EUA. Mas qual o saldo disso?
O declínio americano nos últimos anos foi
evidente, começando com George Bush, que recrudesceu as relações com o resto do
planeta, fazendo com que 10 entre 10 pessoas do mundo odiassem a nação do Tio
Sam. Com Obama essa decadência continuou, mais em função de sua falta de tino
no campo geopolítico. Carisma ele tem, mas isso é insuficiente para lidar com
situações espinhosas, como o imbróglio Israel/Irã.
Somado a isso, se junta uma promessa não
cumprida aqui, outra acolá, e temos um presidente que só conseguiu sua
‘vitória’ com muito custo, e graças também ao fato de eu o adversário o ajudou
inúmeras vezes, com suas bravatas, seus comentários inconvenientes e sua falta
de visão pra enxergar uma eleição presidencial como ela realmente é: uma
propaganda de marketing. A de Obama foi mais eficiente.
Claro que, se analisarmos as duas opções, Barack
Obama era, o que se convencionou dizer, a opção “menos pior”. Não só porque a
esta altura do campeonato, o continuísmo seria melhor para os americanos, como
também no caso envolvendo o Irã, o presidente reeleito tem mais chances de
segurar Israel em uma posição de ‘aguardo’. Com Romney, a ação militar
israelense seria inevitável e, conseguinte, catastrófica para o planeta.
O
problema é que o continuísmo será uma demonstração de que o presidente vai
patinar no velho “mais do mesmo”. Todas as suas promessas de primeiro mandato
foram rasgadas ou mutiladas para poder agradar o establishment; afinal, é o
sistema quem manda. E ser “o cara” não o
fez mais competente, apenas mais palatável ao sistema.
Ele é “o
cara”, que ganhou o prêmio Nobel da Paz, mas enquanto mantinha duas guerras monstruosas,
que vitimava milhares de civis. Ele é “o cara” que representava mudança em 2008,
e hoje é o exemplo maior de continuidade. Ele é “o cara” que representou um
ideário de mudança em um país racista, que elegia um presidente negro, mas se esqueceu,
tanto dos afro descendente quanto dos hispânicos. Ele é “o cara” e alegou que
seus homens de inteligência mataram Osama Bin Laden, quando foi revelado mais
tarde que o terrorista havia morrido anos antes e os EUA se apoderaram do corpo
para cacifar em cima de sua morte. Esse é o tal “cara”.
E esse é o problema de uma eleição cujo
bipartidarismo prevalece: poucas opções e praticamente, sem chances de
renovação.
Barack Obama ganhou a eleição no Colégio Eleitoral,
mas quase perdeu no voto popular. Isso em si, é uma estrondosa derrota e, acima
de tudo, um sinal claro que sua reeleição foi mais fruto de uma propaganda
eficiente em lugares chaves, do que por suas promessas e por suas obras, projetos
realizados no primeiro mandato. Que ele tenha mais sensibilidade para dirigir
um país decadente, no âmbito geopolítico, problemático (no que tange a economia
e a geração de empregos). Todas estas coisas são preocupantes pois ele não
soube como resolver, e ainda sim era a “melhor opção” para os americanos.
Imagine então como seria a outra opção...
EM TEMPO –
A cobertura das eleições americanas na TV a
cabo foi risível. Na Globonews era patética a intermediação de uma insegura
Mariana Godói (como foi que ela se tornou ‘âncora’?),gaguejando,berrando para
tentar ser ouvida pelos colegas de programa. Um Merval Pereira e um Demétrio
Magnoli no ápice do politicamente correto. Pra piorar,ainda contaram com os
superados integrantes do programa ultraconservador de direita e cheirando a
mofo Manhattan Connection,que ainda tinha o sempre pseudo jornalista Diogo
Mainardi,torcendo por Mitt Romney. Provavelmente para chamar a atenção. Pessoas
com necessidade extrema de auto afirmação fazem isso com frequência. Depois que
as pessoas criticam os jornalistinhas eles caem matando nos blogs,os chamando
desocialistas. Se ser socialista é querer que a Globo e seu império comecem a declinar,
então que viva a revolução!!
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