Notícia
veiculada no Jornal da Band (15/03): “A Câmara prepara um
projeto que libera salários de até R$ 56 mil para o funcionalismo público.
Deputados também serão beneficiados com a proposta.”
Fica difícil
imaginar tal situação, em um país repleto de miseráveis, onde a seca que assola
o Nordeste é a pior das últimas décadas. Talvez se houvesse um mínimo de
decência por parte dos chamados “come-dormes” (é só o que eles fazem),
provavelmente não teríamos um cenário tão desigual.
Ainda
segundo a reportagem do canal: “há consenso para que deputados e senadores passem a ganhar R$ 28
mil por mês. O texto acaba também com o teto para servidores estaduais e
municipais. O limite passa a ser único no país inteiro. Uma brecha na lei
permite que servidores públicos tenham rendimentos bem acima do teto permitido
pela Constituição. Nos últimos cinco anos, os gastos com os supersalários
chegam a R$ 3,5 bilhões”.
E o que
dizer da letargia que é marca registrada do brasileiro? Não se dignifica a
protestar ou se manifestar contra tamanho acinte. Como de praxe. O cidadão não
se preocupa que desviem dinheiro de um hospital para finalidades egoísticas.
Mas reclama quando não consegue ou demora em ser atendido, esbraveja com a
servidora da rede de saúde pública. Não foi ela que não contratou mais médicos
ou não construiu mais unidades de atendimento. Foram os mesmos políticos
cafajestes que preferem chafurdarem na ilegalidade, na corrupção e no luxo do
que legislarem em favor dos mais necessitados.
O
engajamento do brasileiro se restringe protestar contra o mal desempenho do seu
time de futebol favorito. Ir às para alguma outra coisa que não seja para
praticar bullying contra os jogadores ineptos, não é do interesse de boa parte
da massa ignorante.
De acordo
com a reportagem: “A oposição vai pedir informações ao Ministério das Relações
Exteriores. Eles querem detalhes sobre os valores de recebimento de
funcionários que trabalham fora do país. Os valores podem passar de R$ 55 mil
por mês. Em nota, o ministério afirma que os salários estão dentro da lei. O
que excede são os gastos extras, como aluguéis e atividades da
diplomacia.".
Isso remete
aos gastos com cartões corporativos do Executivo (desde a era Lula) e seus
asseclas. Milhões em despesas, na maioria fútil (como compras em lojas no
exterior). Tanto que as despesas foram proibidas de ser divulgadas por qualquer
integrante do governo, tolhendo a liberdade da imprensa de informar os atos
abusivos. E a falta de transparência é outro fator que compromete a já
combalida credibilidade dos Poderes.
O telejornal finaliza: “Desde a Constituição de
1988, ninguém no serviço público pode ganhar mais do que os ministros do
Supremo Tribunal Federal, hoje cerca de R$ 26 mil por mês. Estão fora do
cálculo o acúmulo de aposentadorias, 13º, horas extras e verbas para
alimentação e transporte. O resultado desta brecha é que a lei, na prática, é
desrespeitada. Exemplos não faltam: quase quatro mil servidores federais ganham
acima do teto. Uma das distorções está na gráfica do Senado. Enquanto o mercado
paga em média R$ 800, aqui o vencimento é quase 20 vezes maior: R$ 16 mil. O Tribunal de Contas da União analisa
a questão dos supersalários há mais de um ano e meio.".
Oficialmente,
a Constituição existe para reger o certo e coibir o errado. E os “guardiães” da
Carta-Magna violentam a mesma, em proveito próprio. Saqueando a “Viúva” sem o menor pudor.
O projeto conta coma imensa maioria dos
integrantes da Câmara e significa que a base aliada do governo vota em peso; o
que se subentende que o PT, o partido que ousou afirmar ser “ético”, ser um “partido do povo” e preocupado com as
causas sociais”, nem tem mais o pudor de disfarçar suas intenções. Seria bom se
a mídia bombardeasse o Congresso com matérias contundentes, entrevistas
corajosas e abordagens didáticas e críticas, dando a chance do povão entender a
gravidade e se engajar, ainda que timidamente, em uma causa que é de suma
importância. Afinal, trata-se do destino de dinheiro público que poderia
resolver boa parte da situação periclitante dos nordestinos, não enchendo o
bolso de políticos, mais preocupados com suas fazendas e contas no exterior,
mas no que o direito a vida que todo brasileiro, na teoria, deveria ter.
O erário
público se transformou em “doce de criança” (e quem diria que boa parte dos
políticos conseguiria cumprir a ameaça : “mais
fácil que roubar doce de criança”).
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é amigo, e vamos que vamos rumo ao fascismo...
ResponderExcluirUma pseudo-democracia sem independência de poderes, sem proteção das minorias, voto obrigatório e mídia golpista, e a única coisa que sobra é o poder da maioria tratando as pessoas como números...legitimando toda essa merda....O pais cresceu economicamente e nem isso é de se comemorar, já que vai entrar em crise depois da copa do mundo e olimpíadas, além é claro de um povo besta que se preocupa mais em formar um bom time de futebol que de políticos nas comissões, e todo o resto, que só vão fazer merda com o dinheiro público. Investir na educação? Mas precisamos estudar? Não, é só ser suficientemente esperto e enganar os menos avisados com promessas além túmulo e propagandas eleitorais vazias..
abração!
Pois é meu amigo Marcos, de falácia em falácia os governantes conseguem sair pela tangente e enganar a massa de incautos. O que impressiona é a passividade do brasileiro ao receber notícias desse tipo. Por isso que as raposas aproveitam. Um abração
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