Uma coisa é o discurso do governo que nos induz a acreditar em algo; para isso conta-se com a "câmara de eco" (a chamada grande imprensa) que ajuda a convencer.
Outra coisa é a realidade nua e crua. Essa é mais difícil de ser aceita, por isso o brasileiro opta pela opção menos trabalhosa. De preferência que não exija muito do raciocínio lógico. Mas não deveria ser assim. Questionar sempre, essa é a principal diretriz de um povo que não quer ser capacho.
Dentre vários 'fatos e versões' vamos analisar alguns:
FACTÓIDE:
- "O PIB do último ano foi bom; a família brasileira não foi afetada pela crise mundial", Guido Mantega, Ministro da Fazenda
FATO:
- Só se foi a família Mantega que não foi afetada pelos problemas externos. O Produto Interno Bruto foi vergonhoso, em 2012. Denota a incapacidade do governo em lidar com problemas sérios e aceitar que a redução de impostos, desonerando a folha de pagamento, portanto, aliviando patrão e empregado, ajudaria a economia a permanecer em patamares aceitáveis, mesmo com turbulência externa. Fato que na Espanha e em Portugal, mais de 20% da população economicamente ativada está fora do mercado de trabalho, mas lá as pessoas tem a decência e dignidade de protestar contra as arbitrariedades do governo.
FACTÓIDE:
"A realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no país trarão divisas e gerarão muitos empregos, e irá melhorar a imagem do país no exterior", Lula, ex presidente da República.
FATO:
- 95% do postos de trabalho não serão remunerados (os famosos voluntários); as "divisas" mal conseguirão cobrir o rombo nos cofres públicos, devido a farra na reforma e construção dos estádios. Quanto a imagem do Brasil, continuaremos a ser, para os gringos, o país do carnaval e das mulheres peladas.
FACTÓIDE:
"Pobreza será erradicada até o ano de 2025", presidente Dilma.
FATO:
-Ou as pessoas não sabem o que significa a palavra 'erradicar', ou as pessoas não entenderam o tamanho da idiotice proferida e repercutida na imprensa, sem a mínima contestação.
Só a grave seca que vem assolando o Nordeste nos dois últimos dois anos já seria motivo de extrema preocupação por parte do governo. Mas o executivo parece mais preocupado em dar mais alguns trocados através do Bolsa-Esmola, do que atacar o problema de frente. Aliado ao descaso com as regiões Norte ( a população Ribeirinha sequer tem água potável à disposição) e Centro Oeste ( onde a desigualdade social bate recordes), o problema parece bem longe de uma solução.
Requer visão administrativa para enxergar que apenas assistencialismo barato seria insuficiente para corrigir as mazelas sociais do Brasil. Situações graves como a miséria não serão resolvidas com bravatas e rompantes de populismo barato. É bom não se esquecer que miséria é lucrativa para alguns setores da sociedade, por isso não é combatida de fato.
FACTÓIDE:
"Somos a 5ª maior economia do mundo", presidente Dima.
FATO:
- Recentemente, fomos rebaixados para a 7ª posição, mas não é essa a questão. Alardear que somos uma das 5 maiores economias do mundo, subentende-se que temos condições fiscais, infraestrutura e uma possibilidade de nos mantermos nesse patamar. Ledo engano. Mais por fracasso das demais economias mundo afora, do que por esforços dessa (ou de outra) administração, parece desonesto afirmar algo que é passageiro e não é fruto de um trabalho planejado. Se a China é a maior economia de fato, é porque se propôs a isso, planejou isso e alcançou. Tem suas disparidades, mas é referência mundial em muitos aspectos. Enaltecer que uma coisa que na verdade é falsa, soa como propaganda enganosa. E em vender gato por lebre nossos governantes são 'supra-sumos'.
Mas para não cairmos nesse engodo, nesse jogo sujo dos políticos, basta que haja senso crítico. É evidente que uma sociedade que enaltece excrescências como Big Brother, e se afunda em drogas pesadas e viciantes como futebol e novela, não é a mais indicada para desenvolver raciocínio lógico, mas ainda podemos esperar que a nação saia dessa letargia. O futuro do país depende disso.
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