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Debater sobre os assuntos relevantes (e os não tão relevantes) de maneira aberta e objetiva
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
O Dia Mais Odioso da História do Brasil
Para alguns ingênuos, o 31/03 é o dia da "Revolução" que conseguiu deter a ascensão do comunismo no Brasil(!!); mas para as pessoas realistas e racionais é a data mais tenebrosa de nossa história recente: O NEFASTO GOLPE DE ESTADO REALIZADO PELOS MILITARES.
No nosso passado há registro de conflitos (a revolta da Chibata, a guerra de Canudos, a revolta da Boa Vista, a guerra dos Farrapos), mas esse momento específico instituía a legitimação da brutalidade; a vida perdia valor e o que era errado passava a ser válido.
Paulatinamente, os direitos humanos eram suprimidos e, de Ato Institucional em Ato Institucional direitos civis, a Constituição, a liberdade de expressão, o direito ao voto, os poderes constituídos eram derrubados como pinos de boliche.
Não se pode dizer que o GOLPE foi unilateral. Os traidores da nação já vinham planejando isso desde a eleição de Jânio Quadros, mas foi com a ajuda de imbecis alienados que os golpistas travestidos de verde-oliva acharam o "timming" perfeito. E foi quando uma parcela da sociedade se assustou com expressões usadas por João Goulart, como "reforma agrária", "diminuição da pobreza", "menos desigualdade social". Afinal, quem quer perder direitos, supostamente, adquiridos? Quem aceitaria dividir melhor "o pão"? A nossa SOCIEDADE DE CASTAS não aceitaria tal afronta.
Esses fascistas da época incentivaram a formação do malfadado grupo "Movimento da Família com Deus pela Liberdade" que, aliados com a Igreja Católica e boa parte da imprensa, se uniram e disseram um sonoro "NÃO" às reformas propostas por Jango. Era melhor (para alguns, é claro) que não se mexesse com certas 'cláusulas pétreas '. Engraçado como algumas pessoas temem o que não conhecem e são facilmente manipuladas pelos velhacos que ditam as regras desde o Brasil imperial. No melhor estilo 'pirâmide', onde as camadas mais abastadas criam os mitos e vão passando para as parcelas inferiores (é assim que eles enxergam o resto do país até hoje), e com o tempo, se tornam verdades absolutas propaladas pelos marionetes.
(Edson Luís foi a primeira vítima da Ditadura Militar nas mobilizações estudantis contra o regime em 1968)
Esse inconformismo era a brecha que as Forças Armadas queriam. O plano do golpe já estava pronto havia muito tempo. Faltava o momento certo. E, pra alguns cafajestes afeitos a tiranias, não haveria momento melhor para cometer o maior atentado moral contra a nação.
Nunca é demais ressaltar que a reação dos grupos de esquerda (VPR, MR-8, ALN, AP, VAL-PALMARES) foi intenso e radical, pegando os militares de surpresa. Ações como sequestros de embaixadores, roubo a bancos, atentados, guerrilhas no campo, a bomba explodida no aeroporto internacional dos Guararapes em 1966 mostravam que os milicos estavam despreparados para tal cenário, para esse grau de resistência.
Mas para isso havia os fantoches do Esquadrão da Morte. No Rio, o Lecoq foi o grupo precursor das chacinas em série, chanceladas por seus distintivos e atitudes corruptas. Em São Paulo, Fleury e sua gang de assassinos se corrompiam e chafurdavam em sangue de pessoas que não aceitavam a implantação do fascismo no Brasil.
Esse período chamado de "Anos de Chumbo" foi o mais sombrio do regime. No meio disso tudo, a população atônita.
Fechamento do Congresso, cancelamento das eleições, censura plena, torturas, os assassinatos nos quartéis, tudo isso mostrava que o regime recrudescia suas ações monstruosas, violentando a Constituição e cuspindo nos símbolos deste país.
Aliás, torturas e assassinatos brutais pareciam ser a resposta para tudo. Ninguém era poupado. Homens, mulheres grávidas, jovens, idosos, padres, freiras, jornalistas...Todos engrossando a lista de vítimas do regime militar. Suas vidas eram um meio para um fim; ou seja, torturavam e matavam pra saber do paradeiro de integrantes dos grupos de esquerda, ou simplesmente para incutir o medo ainda maior na sociedade. É muito mais fácil dominar pelo medo do que pelo respeito.
(fotos do livro Vala Clandestina de Perus – Desaparecidos políticos: um capítulo não encerrado da história brasileira)
Como disse uma vez o escritor Ferreira Gullar havia duas esquerdas: a que pegou em armas e a que não o fez. Mas nenhuma das vertentes foi poupada. Bastava simpatizar com ideais de liberdade, de desejar uma democracia plena para ser abatido. Vladimir Herzog, Manuel Fiel Filho e Rubens Paiva são os exemplos de que a ditadura aplicava seu único recurso (a violência gratuita) contra tudo e contra todos.
E ao vitimar a todos, sem distinção é que os militares começam a perder o domínio da situação. Na verdade, a ditadura militar era uma lata repleta de vermes, mas que só poderia ser aberta de dentro para fora. Os excessos foram o estopim para a mudança tão aguardada. Aqueles que a princípio davam apoio total aos militares (a Igreja, a imprensa e parte da sociedade elitizada) mudaram radicalmente de opinião ao verem seus pares sendo brutalizados nos porões do DOPS e do DOI-CODI. Sem o respaldo dos setores mais atrasados e conservadores da sociedade era o começo do fim. O governo havia se perdido em seus excessos. As falácias já não adiantavam mais. O tal 'milagre econômico' já não caracterizava algo palatável para a nação. Construir "Transamazônica" já não era suficiente para ludibriar a plebe.
2013...
E quando achamos que certos acontecimentos nefastos não tem mais campo nem cabimento em uma sociedade evoluída, eis que os retrógrados cheirando a mofo que chafurdam no conservadorismo e primam por ter a mente tacanha remontam a um passado nojento e medieval. Primeiro com o renascimento do partido ARENA. Como se não bastasse a ação tresloucada e repulsiva, os doadores de cérebro resolvem patrocinar a volta da INTIFADA REACIONÁRIA: o novo Movimento da Família com Deus pela Liberdade, versão 2013.
Difícil entender porque algumas pessoas abdicaram do direito de pensar, de usar o raciocínio lógico, presos em um passado odioso, que deveria ser superado e não copiado. Onde a brutalidade e a barbárie não conhecia rosto e nem condição social. Onde o desmando corria solto. Onde policiais e militares agiam como bandidos sanguinários, fatiando o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e o enriquecimento ilícito, às custas de vidas humanas; torturando, violentando, assassinando com a desculpa de nos livrar do "socialismo". Como se algum daqueles mentecaptos soubesse sequer soletrar a palavra.
Esse movimento asqueroso de tentar ressuscitar algo tão reacionário talvez seja pelo desencanto com alguns políticos, ditos de esquerda, que visivelmente, decepcionaram a nação. Mas isso não é motivo para se jogar um país inteiro nas trevas novamente; e sim, obrigar as pessoas a se esforçarem mais e votar melhor nas eleições seguintes. Seria mais lógico e racional. Pena que os ultraconservadores da extrema direita preferem o caminho mais fácil: sentar em frente ao computador, xingando e reclamando como crianças mimadas esperando que o exército venha "salvar o dia", colocando ordem na casa.
Não é bem assim que caminha a humanidade. Construir uma sociedade digna exige atenção contínua, ser participativo, vigilância com os três poderes e consciência política. Mas muitos desses idiotas acham que entender de política significa entrar nas redes sociais e xingar deputados, senadores e ex-presidentes o dia inteiro. Isso não é ser politizado; é apenas ser um imbecil patenteado. Até um adolescente faria algo um pouco mais inteligível do que isso. A impressão que passa é que estes cidadãos não tem vida social, nem família, nem relacionamentos, enfim, pessoas disfuncionais que tentam descarregar na sociedade suas carências e necessidades de auto-afirmação.
Além do erro primário que é confundir os partidos que estão se revesando no poder como de "esquerda". Principalmente o PT, que é mais conservador que o DEM e fez alianças com a ala mais reacionária do establishment para chegar e se manter no poder, além de dar sequência a uma cartilha neoliberal e viciada que o país conhece bem desde 1994. Chamar um partido assim de esquerdista ou de comunista é passar atestado de cretinice crônica. E, acredite, nas redes sociais há inúmeros doadores de cérebro que cometem tal deslize, sem se importar em passar atestado de ignorante político em público. O que importa é xingar como uma criancinha revoltada. A lógica? Estas pessoas não sabem muito bem o que significa isso...
Mas vamos supor, por um instante e só por um instante, que a massa de ignorantes alienados, essas mentes limitadas e infelizes que enaltecem o maldito regime e seu nojento golpe de estado, consigam seu intento e tragam de volta ao país as trevas daquele período. Supondo que se concretize esse devaneio delirante de pessoas com pobreza intelectual extrema. Bom, se isso acontecer, prepare-se para seguir algumas regras básicas para sobreviver no "Abominável Mundo Novo":
* Desligue seu computador - não será mais permitido internet livre.
* Não proteste nas ruas - você será levado para o porão dos quartéis e será brutalmente torturado.
* Votar? ACABOU!!
* Lembra da Constituição e do Código Civil? ESQUEÇA!!
* Imprensa livre, redes sociais e acesso a informação plena? HAHAHAHAHAHAHAHA
* Direitos humanos/civis? NUNCA MAIS!!
* E quanto a verdade? Bom, aprenda que a verdade será o que "eles" te obrigarem a acreditar.
* E TRATE DE CALAR A BOCA!!!
(vala clandestina é capítulo inacabado da ditadura militar)
Leia também :
* O Satânico Dr. Fleury
* Aos Ingênuos de Plantão
* O Livro Secreto do Exército
quinta-feira, 28 de março de 2013
Crônica de uma Confusão Anunciada
A confusão em Porto Alegre na noite desta quarta feira pelo reajuste das passagens de ônibus mostraram que o jovem brasileiro, de um modo geral, não sabe protestar.
Se o aumento das tarifas é exorbitante (e realmente é) e mostra o descalabro e a incompetência da prefeitura contra seus cidadãos, as ações de guerrilha por parte dos "estudantes" denegriram as manifestações.
Depredar a sede do executivo (patrimônio público), bloquear estradas (impedir o 'ir e vir' das pessoas) e agredirem o secretário de transportes só denota a indigência mental de jovens alienados.
Surpreendentemente, o secretário se dispôs a conversar, ao contrário de muitos políticos em momentos de crise e, ao invés de dialogar os baderneiros o cercaram, jogando tinta,o agredindo com murros e com pedaços de madeira em uma ação covarde. Cercando a vítima e o impossibilitando de fugir, o que os agitadores conseguiram foi apenas enfraquecer a reivindicação, que é legítima na sua essência.
Muitos jovens e adolescentes agem no estilo "8 ou 80", frente a um problema: ou pouco se importam ou radicalizam de vez. Como no protesto contra o McDonald's no Rio de Janeiro há alguns anos.
Em 29 de março de 2003, Bárbara Almeida Flores e mais 80 estudantes (entre universitários e secundaristas) do Rio, Belo Horizonte, Montes Claros, Uberlândia e Goiânia participaram de uma manifestação na capital carioca, organizada em resposta a invasão do território do Iraque promovida pelo USA dias antes. Atacaram a sede da representação diplomática do USA com pedras e coquetéis molotov, com apoio de populares. Agências bancárias das proximidades também foram atingidas.
O que a líder do protesto não conseguiu entender é o fato da lanchonete de fast food, apesar da matriz americana, tem sua filial independente no Brasil, gerando milhares de (sub)empregos, encargos sociais, e divisas por estas bandas. Talvez se sua indignação fosse contra as condições de trabalho dos funcionários, a carga horária excessiva e o salário subumano, a manifestação seria muito mais propositiva. Mas não era isso que melindradinhos queriam. Era apenas chamar a atenção. Ou alguém acha que jogar pedras numa lanchonete iria parar a guerra do Iraque?
Tal qual a revolta dos estudantes gaúchos. Optaram pelo caminho mais fácil (anarquia completa) e perderam a razão.
Quebra-quebra, agressões, tumultos não são argumentos; são a munição que o sistema precisa para desqualificar as manifestações populares.
O quanto antes estes jovens se conscientizarem disso, melhor para a sociedade.
Link original da reportagem da Record AQUI.
Leia também:
* Só um Recado para o Pseudo Prefeito do Rio, Eduardo Paes
terça-feira, 26 de março de 2013
Só um Recado para o Pseudo Prefeito do Rio, Eduardo Paes
Que a saúde pública no Brasil inteiro é uma merda, todos sabem. Pouco se faz a respeito e muito do dinheiro que poderia melhorar o sistema é desviado para "N" coisas, como a famosa corrupção, um eventual caixa dois, uma conta nas Ilhas Cayman ou para investir em eventos de grandes proporções e inúteis, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
No caso da cidade do Rio de Janeiro a dupla Paes/Cabral tem feito um estrago inimaginável na vida dos moradores.
Poderia ocupar um espaço imenso para falar dos desmandos de Sérgio Cabral, de longe o pior governador da história do estado do RJ. Mas vou me ater ao pseudo prefeito Eduardo Paes, também tentando superar a marca de pior governante da Cidade Maravilhosa e fazendo da vida das pessoas um verdadeiro inferno.
Em mais um momento que apenas reforça a tese que Paes nada faz para melhorar a saúde pública da rede municipal, o UPA do Campo Grande 2, situado na Avenida Cesário de Melo, s/nº, mostrou que um político que enxerga apenas seus interesses mesquinhos é capaz de relegar a população a própria sorte.
Na citada Unidade de Saúde, a paciente C. (melhor manter o anonimato, nunca se sabe o que pode acontecer com que denuncia incompetência e imbecialidade crônica) deu entrada no começo da noite e a demora no atendimento a uma pessoa que estava com muitas dores causou estranheza em quem a acompanhava. Havia vários pacientes e nenhum, repito NENHUM médico para atender. Ao checar com a recepcionista, foi constatado que os médicos estavam DORMINDO. Que interessante. Enquanto uns tentam tirar um cochilo, outros lutam com dores e, conseguinte, por suas vidas.
Além de dormirem sono farto, deixaram ordens de não ser interrompidos.
Como estavam lidando com vidas e a preservação das mesmas, a indignação foi grande. O jeito foi chamar a polícia para garantir o que é direito. Ter que acionar 190 para que uma unidade de saúde PÚBLICA possa prestar os serviços que são obrigação, é o cúmulo do absurdo. Ou, se analisarmos que tipo de prefeito tem no Rio, apenas mais um de seus descalabros.
Com a chegada dos policiais a coisa mudou de figura. De sonolentos, os médicos preguiçosos se tornaram prestativos. "Ah, depois que a polícia chegou lá, as enfermeiras foram no sapatinho e chamaram os médicos, aí quando a polícia estava lá , todos os consultórios tinham os médicos, e pediatras aí disseram para os policiais que os médicos estavam atendendo normalmente, isso foi realmente irritante, pois estavam insultando nossa inteligencia", relata a pessoa que acompanhou todo o descaso de perto.
O curioso é que no site da pseudo prefeitura do RJ, a UPA é mostrada com um atendimento 24 horas e não menciona que, enquanto os "doutores" estiverem puxando a SESTA ninguém será atendido. Pode-se conferir AQUI.
Havia só um médico de plantão? Segundo minha fonte, não. "Havia 6 clínicos gerais e 4 pediatras sendo que só havia um clinico atendendo a todo mundo, e uma pediatra que atendia uma criança, aí quando terminava voltava pra salinha onde estavam dormindo, aí sempre que chegava criança , ela acordava com aquela cara de raiva, aí atendia e voltava pra sala."
A negligência de parte de alguns médicos com a vida humana é assustadora. Causa estranheza que a secretaria de Saúde insista em ignorar um fato terrível como este, que não foi o único naquele dia, naquela semana, neste mês, neste ano. Cadê o Conselho Regional de Medicina nessas horas?
Eduardo Paes cheira a demagogia barata. Seus eleitores são dignos de pena, pois tamanha alienação, resultante de muitas horas/dia assistindo a Rede Globo, causa um dolo tremendo a uma cidade que enfrenta problemas graves, típicos de uma megalópole.
O mais impressionante é o silêncio da grande imprensa (que de grande não tem coisa alguma) sobre algo de tamanha seriedade.
"A saúde esta uma zona...O mais triste é saber que tudo isso é com nosso dinheiro, dos nossos impostos, suor do nosso rosto .... e isso acontecendo... O que importa é a zona sul, porque lá tem turistas, enquanto aqui na zona oeste, os doentes sofrem nas filas", desabafou a pessoa que viu tudo de perto, sem demonstrar esperança em dias melhores na cidade que deveria ser referência nacional, já que é a mais conhecida internacionalmente.
Resta a denúncia formal ao Ministério Público pra que canalhices desse porte não voltem a acontecer em nenhuma cidade brasileira. Até porque, direito a saúde é algo constitucional. E muitos políticos tem o péssimo hábito de usar a Carta Magna como papel higiênico, ao invés de respeitá-la, como deveria ser em um país civilizado.
Leia também:
* A Saúde? Mas, Qual Saúde?
* ACORDA BRASIL!!!!!
segunda-feira, 25 de março de 2013
CUIDADO COM AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES !!!
"Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dane minha amiga, para escrever esta carta que será endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja tarde demais. Eu era uma jovem "sarada", criada em uma excelente família de classe média alta de Florianópolis. Meu pai é Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal, e procurou sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e o que tem de melhor, inclusive liberdade que eu nunca soube aproveitar. Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e manequim para a Agência Kasting e fui até o final do concurso que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um Book na Agência Elite em São Paulo.
Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por
onde passava. Estudava no melhor colégio de "Floripa", Coração de
Jesus. Tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de semana
freqüentava shopping, praias, cinema, curtia com minhas amigas tudo o que a
vida tinha de melhor a oferecer às pessoas saradas, física e mentalmente.
Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino começou a mudar em outubro de 1994. Fui com uma turma de amigos para a OCTOBERFEST em Blumenau. Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais apego. Em Blumenau, achei tudo legal, fizemos um esquenta no "Bude", famoso barzinho da Rua XV. À noite fomos ao "PROEB" e no "Pavilhão Galego" tinha um show maneiro da Banda Cavalinho Branco. Aquela movimentação de gente era trimaneira". Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da minha mãe o Licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia de OCTOBER, tomei o meu primeiro porre de CHOPP. Que sensação legal curti a noite inteira "doidona", beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas amigas colocavam o CHOPP numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os "meganha", porque menor não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os "otários" não percebiam.
Lá pelas 4h da manhã, fui levada ao Posto
Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros. Deram-me umas
injeções de glicose para melhorar. Quando fui ao apartamento quase
"vomitei as tripas", mas o meu grito de liberdade estava dado.
No dia seguinte aquela dor de cabeça horrível, um mal estar daqueles como tensão pré- menstrual. No sábado conhecemos uma galera de S.Paulo, que alugaram um "ap" no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estava sendo apresentada ao meu futuro assassino.
Bebi um pouco no sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5:30h da manhã fomos ao "ap" dos garotos para curtir o restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso baseado "Cigarro de Maconha", que me ofereceram. No começo resisti, mas chamaram a gente de "Catarina careta", mexeram com nossos brios e acabamos experimentando. Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora experimentei novamente. O garoto mais velho da turma o "Marcos", fazia carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem aquele dia.
Retornamos a "Floripa" mas percebi que alguma coisa tinha mudado, eu sentia a necessidade de buscar novas experiências, e não demorou muito para eu novamente deparar-me com meu assassino "DRUGS". Aos poucos meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem perceber eu já era uma dependente química, a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano. Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue o efeito dela ficava mais forte, e aos poucos não compartilhávamos a seringa e sim o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início a minha mesada cobria os meus custos com as malditas, porque a galera repartia e o preço era acessível.
Comecei a comprar a
"branca" a R$ 7,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir
somente a R$ 15,00 a boa, e eu precisava no mínimo 5 doses diárias. Saía na
sexta-feira e retornava aos domingos com meus "novos amigos". Às
vezes a gente conseguia o "ectasy", dançávamos nos "Points"
a noite inteira e depois farra.
O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida. Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas. Aos poucos o dinheiro foi faltando e para conseguir grana fazia programas com uns velhos que pagavam bem. Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro. Aos poucos toda a minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus pais sempre com muito amor gastavam fortunas para tentar reverter o quadro. Quando eu saía da Clínica agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente. Abandonei tudo: escola, bons amigos e família.
Em dezembro de 1997 a minha sentença de morte foi decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando, ou através de relações sexuais muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha. Aos poucos os meus valores, que só agora reconheço, foram acabando, família, amigos, pais, religião, Deus, até Deus, tudo me parecia ridículo. Meu pai e minha mãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los.
Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu a joguei pelo ralo. Estou internada, com 24kg, horrível, não quero receber visitas porque não podem me ver assim, não sei até quando sobrevivo, mas do fundo do coração peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca... Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas percebo que é tarde demais pra mim."
OBS.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e descreve a enfermeira Danelise, que Patrícia veio a falecer 14 horas mais tarde que escreveram essa carta, de parada cardíaca respiratória em conseqüência da AIDS.
Por favor, repassem esta carta. Este era o último desejo de Patrícia
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domingo, 24 de março de 2013
Inimigo do Governo Americano tem Vida Curta...
Aaron H. Swartz nasceu em Chicago, Illinois, filho de Susan e Robert Swartz. Sua família é judia. Seu pai tinha uma empresa de software, a Mark Williams Company, e, desde pequeno, Swartz interessou-se por computação, estudando ardentemente aspectos da Internet e sua cultura.
Aos 13 anos, Swartz ganhou o prêmio ArsDigita para jovens criadores de "websites não comerciais, úteis, educacionais e colaborativos". O prêmio incluía uma viagem para o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e encontros com pessoas notáveis da Internet.
Aos 14 anos Swartz colaborou com especialistas em padrões de rede, como membro do grupo de trabalho que inventou a Especificação 1.0 do RSS. Sobre Swartz, a jornalista Virginia Heffernan escreveu no Yahoo! News: "Ele agitou sem cessar - e sem compensação financeira - o movimento em prol da cultura livre.
Swartz (Chicago, 8 de novembro de 1986 – Nova Iorque, 11 de janeiro de 2013) foi um programador americano, escritor, organizador político e ativista na Internet. Swartz é co-autor da especificação RSS. Foi um dos fundadores do Reddit e da organização ativista online Demand Progress. Era também membro do Centro Experimental de Ética da Universidade Harvard.
Em 6 de janeiro de 2011, Swartz foi preso pelas autoridades federais dos Estados Unidos, por compartilhar artigos em domínio público distribuídos sob cobrança pela revista científica JSTOR, acusado pelo governo dos EUA de crime de invasão de computadores - podendo pegar até 35 anos de prisão e multa de mais de um milhão de dólares - pelo fato de ter usado formas não convencionais de acesso ao repositório da revista.
Swartz era contrário à prática da JSTOR de compensar financeiramente as editoras, e não os autores, e de cobrar o acesso aos artigos, limitando o accesso para finalidade acadêmicas.
Dois anos depois, na manhã de 11 de janeiro de 2013, Aaron Swartz foi encontrado enforcado no seu apartamento em Crown Heights, Brooklyn - num aparente suicídio. Após sua morte, a promotoria federal em Boston retirou as acusações contra ele.
fonte - Wikipedia
E dos três críticos ferrenhos das ações americanas (em vários segmentos), Swartz está morto (muito provavelmente"o suicidaram"), Bradley Mannig, que denunciou as monstruosidades da guerra do Iraque, está detido, isolado inclusive de seus familiares e Julian Assange, que está na embaixada equatoriana, na Inglaterra, sem permissão de partir. Mesmo que seja sob asilo político.
Inimigo dos EUA não tem vida fácil, mesmo que seja por uma boa causa a sua perseguição.
Leia também:
* A melhor definição sobre os Estados Unidos...
* Soldado americano e a guerra sem fim
sábado, 23 de março de 2013
As Privatizações no Brasil
Tido por muitos como um avanço do governo tucano em 1998, a privatização do Sistema Telebrás foi, desde o início, cercada de problemas.
Apontada pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso como algo inovador (na forma e no setor), pouco a pouco o cenário mostrado não era tão colorido assim.
(Luis Carlos Mendonça de Barros)
Durante todo o processo muita coisa foi planejada a revelia das regras pré-determinadas e da ética. E isso ficou claro quando os grampos das privatizações foi revelado pelo jornal Folha de SP, em um esquema que
burlava consórcios e manipulava o sistema.
OS GRAMPOS DO PODER PARALELO
O jornal transcreveu parte das gravações (cerca de 23, de um total de 46) em seu principal caderno, em setembro de 98. Com a participação de quase todo o núcleo duro do PSDB, as fraudes tinham por objetivo fazer de alguns consórcios vencedores e impedir outros da mesma sorte. Alguns dos prejudicados foram Antonio Ermírio de Moraes (tucano até a medula e antigo apoiador do governo FHC) e Carlos Jereissati, irmão do então governador do Ceará Tasso Jereissati.
Um dos mais ativos manipuladores foi o Ministro das Comunicações Luis Carlos Mendonça de Barros, cujo irmão José Roberto, que atuava na Câmara de Comércio Exterior, também aparece nas gravações ajudando na falcatrua. O presidente do BNDES André Lara Resende também corrobora a ação ilegal.
Sempre é bom lembrar que o modelo das privatizações foi elaborado pelo antecessor de Mendonça de Barros na pasta das Comunicações, Sérgio Motta, que pouco antes de falecer disse a Fernando Henrique sua frase mais emblemática: "não se apequene".
"ESTAMOS AGINDO NO LIMITE DE NOSSA IRRESPONSABILIDADE"
(Ricardo Sérgio de Oliveira sempre esteve envolvido em escândalos tucanos)
Nome sempre presente no escândalos envolvendo o PSDB, seja com FH ou com José Serra e principal articulador da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas de telecomunicações, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, saiu das sombras do tucanato ao ser captado num grampo do BNDES em que dizia ao ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros que
iria conceder uma carta de fiança ao consórcio coordenado pelo Banco Opportunity. “Estamos agindo no limite da irresponsabilidade”, disse Ricardo Sérgio no grampo.
Este era uma figura mais discreta, agindo como Eduardo Jorge e Daniel Dantas, nos bastidores. Essa parte do grampo expôs os dirigentes do Banco do Brasil e da Previ, o fundo de pensão dos empregados do banco que seria o pivô das supostas articulações.
A FORMA E O CONTEÚDO
Se na teoria privatizar era preciso, já que claramente em alguns setores o governo é incompetente para suprir a demanda, a prática foi nefasta.
A começar pelo valor estipulado pela Telebrás. O mercado avaliara em quase 40 bilhões, pelo potencial mercado. O então ministro avaliou em pouco mais de 14 Bi e o arremate final saiu por 22,058 bilhões. Para o governo, sucesso total; para o país, um enorme prejuízo.
Sem contar que algumas empresas que estavam associadas para as compras não tinham cacife financeiro para tal proeza empresarial.
Mas para isso que existia o BNDES, ao menos na cabeça tresloucada dos tucanos.
O SETOR DE ENERGIA
Para se ter uma ideia da atitude estapafúrdia dos maganos da administração tucana quando o assunto era privatizar patrimônio público, algumas companhias pediram empréstimos ao Banco, que deveria fomentar a economia interna, para participar do Leilão. E NÃO PAGARAM ATÉ HOJE!. Mal comparando, seria como para comprar a casa de um proprietário, você pedisse dinheiro emprestado a ele e não o pagasse depois. O acinte é ímpar na história do Brasil. Nunca o erário público foi oficialmente desviado com propósitos tão infames. E dentre as empresas participantes, tomadoras de dinheiro, estava a Enron, a empresa de energia americana que foi alvo de diversas denúncias de fraudes contabilistas e fiscais e com uma dívida de US$ 13 bilhões. O grupo pediu concordata em dezembro de 2001. Na época, as investigações revelaram que a empresa havia manipulado seus balanços financeiros, com a ajuda de empresas e bancos, e escondeu dívidas de US$ 25 bilhões por dois anos consecutivos, tendo seus lucros inflados artificialmente.
Esse era o tipo de empresa que levou dinheiro do contribuinte para comprar um bem público e nunca mais ressarciu os cofres da Viúva. Atualmente o consórcio que representava a Enron é dona da Eletropaulo.
A maracutaia no setor de energia foi pouca se comparado ao esquema montado na área das Telecomunicações. Também foi pouco divulgada pela imprensa à época, como de praxe.
A IMPUNIDADE E A VELHA MEMÓRIA CURTA DO BRASILEIRO
Graças a ilegalidade dos grampos, não houve uma investigação formal. A Constituição Federal, no artigo 5º, entre os direitos fundamentais incluiu o seguinte: .... "XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial.
Poderia haver um impeachement do presidente FHC se os grampos fossem legais. Mas se a ação não mostrou legalidade, ao menos mostrou a imoralidade do governo. No momento crucial das gravações, o ministro Mendonça de Barros diz ao presidente da república se poderia usar o nome dele para pressionar e forjar os vencedores, pois certos nomes não poderiam ganhar. É nesse momento que FHC diz "NÃO TENHA DÚVIDA". Ainda uma vez mais, ao ouvir do ministro, que certos grupos não poderiam ganhar,e FH, novamente diz "NÃO TENHA DÚVIDA".
Toda promiscuidade entre o público e o privado foi escancarada com esse escândalo. As privatizações que deveriam acontecer para fomentar o setor e ter seu dinheiro aplicado nas áreas sociais foi manipulado pelos sábios neo-liberais para amortizar a dívida interna. Portanto, abdicou-se de um setor estratégico, a preço de banana e ainda sim, a nação não viu a cor do dinheiro.
Até hoje, os usuários sentem na pele os erros daquele modelo, visto que a Anatel, agência reguladora do sistema, privilegia as empresas, em detrimento dos consumidores. E seus diretores são, invariavelmente, contratados pelas empresas do setor, quando deixam suas funções na agência, num claro conflito de interesses e contrariando a regra da quarentena, que reza a um integrante do governo ou agencia ligada ao mesmo, que apenas depois de dois anos assuma uma função similar no mercado que antes fiscalizava.
Tudo isso fruto de uma ação, que na teoria, visava melhorar o setor e possibilitar melhorias (algumas até foram alcançadas), mas na prática demorou a mostrar seus efeitos positivos, além de ter sido forjada na corrupção.
Para que as macacas de auditório de FHC e cia limitada não se abalem e ousem dizer que a postagem é sem fundamento, esse missivista OUVIU as 23 gravações disponibilizadas pelo jornal Folha de SP, na condição de assinante, à época. É estarrecedor, principalmente o trecho entre Fernando Henrique e Mendonça. Os grampos estão em poder do jornal que se reserva o direito de não mais reproduzi-lo. Na versão on-line, existe o acervo da Folha e é possível navegar até a edição e ver a que transcreve os grampos.
Também podem ser acompanhados AQUI , AQUI e AQUI.
Brasileiro tem memória curta e uma tendência perigosa a não se interessar por política. Não gostar é uma coisa, mas ignorar as regras do jogo, em que, claramente, os políticos ditam as regras, é temerário. Hoje se fala do esquema criminoso do mensalão petista, mas também corre-se o risco de ser esquecido pelo tempo e pela mania do povo em não se interessar pelo o que é importante. Essa letargia é perigosa e atrasa a evolução da sociedade. Um país não pode sobreviver apenas de frivolidades como futebol e novela, correndo o risco de se alienar a tal ponto que corrupção e malversação do dinheiro público passarão a fazer parte do dia a dia; e nem será mais um crime, aos olhos do país.
E, acreditem, esse dia se aproxima cada vez mais rápido...
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