segunda-feira, 13 de agosto de 2012

OLIMPÍADAS - EPÍLOGO




    Estranho constatar que mais uma edição dos Jogos Olímpicos se foi e a situação do esporte brasileiro na competição não evolui, mesmo com todo o ufanismo exacerbado dos locutores chapa brancas, pagos para enganarem o telespectador dizendo que somos os melhores, mas que na realidade não suplantamos nem países inexpressivos no cenário esportivo mundial como Irã,Cazaquistão e República Tcheca.Isso é a tônica da jornada homérica dos atletas.



Manchete do UOL:

Com investimento recorde, gasto por medalha brasileira aumenta 54% e bate R$ 123,5 milhões.

 E nem assim houve uma evolução condizente. Lógico que os investimentos são pífios,assim como são aqueles que estão à frente das federações e do COB.Geralmente,há uma dedicação maior aos esportes com certa tradição em subir ao pódio como vôlei,de praia ou de quadra.Em outros como o basquete planejamentos errôneos deram com os burros n’água.De novo,um erro.Até porque é uma tremenda vergonha ser uma potência olímpica em vôlei de praia.E nem neste quesito somos mais.Ainda se fosse um destaque em esportes nobres como o atletismo por exemplo...

 



Outra do UOL:
O boxe ainda não tem o apoio que merece no Brasil' diz técnico de Esquiva.
 Patético é quando você percebe que um esporte que não tem investimento, nem os próprios dirigentes da federação acreditam na modalidade, e ainda assim querem se apropriar da conquista do atleta. No caso os dois irmãos boxeadores conseguiram com esforço pessoal,com o apoio da família e com a ajuda do treinador.E se não tivesse uma profissão para se manter,teria abandonado o boxe há tempos.



É fácil falar em fracasso quando não se acredita ou não investem pesado. No caso da natação,os maganos do COB(capitaneados por Nuzman)esperavam que César Cielo fizesse o que fez na última Olimpíada e trouxesse o ouro.Como se não houvesse concorrentes.No atletismo os investimento são insuficientes para se cobrar algo.E para cobrar,um dirigente deve dar estrutura e apoio para ver o esporte evoluir.Na Jamaica deu certo e eles são imbatíveis nos 100,200 e revezamento 4x100.Desde Pequim.E também no feminino,que rivaliza com os EUA.Se um país com recursos limitados como a Jamaica,por que aqui seria diferente?Incompetência, com certeza. Afinal,cartolas querem poder,dinheiro,visibilidade e investir em esportistas não está no topo da lista.Depois é só criticar publicamente o atleta ou a delegação e tudo bem.


É difícil encontrar cavalo novo e com qualidade. São fundos que precisamos, qualquer investimento, comercial, privado, doação, para podermos conseguir. Temos suporte importante do COB, mas precisamos de mais”, disse Rodrigo Pessoa, campeão olímpico em 2004.Falar o quê...
Sobrou crítica até para Maurren Maggi e Fabiana Muhrer. Cobraram excelência,recriminando(inclusive em redes sociais)as atletas vitoriosas,como se houvesse a obrigação de medalha de ouro.Isso muitas vezes vem da própria mídia,colocando os atletas na linha de tiro e poupando,convenientemente,os dirigentes que ,estranhamente sempre são poupados pelos veículos de imprensa –ao menos os que não são sérios;e há muitos pelo Brasil afora.
Abaixo um link para fazer a comparação :o desempenho de 2008 e 2012 dos atletas brasileiros.

Na Folha:
    O Brasil não conseguiu quebrar o recorde de ouros de Atenas-2004, quando teve cinco títulos olímpicos. Ainda assim, o Comitê Olímpico Brasileiro comemorou o resultado em uma entrevista coletiva neste domingo, em Londres. “Está dentro da realidade. Conseguimos o mesmo número de ouros de Pequim, por enquanto, e temos uma medalha a mais. Fizemos a melhor preparação que poderíamos fazer, trabalhamos para oferecer as melhores condições para técnicos, atletas e confederações” afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
O que o “nobre” dirigente esqueceu-se de dizer é que em Atenas -2004 a delegação conseguiu cinco medalhas de ouro, portanto duas a mais do que as edições seguintes e com um investimento bem menor se comparado ao de 2012.



É possível que a valorização do esporte e, conseguinte do atleta se dê apenas a partir das Olimpíadas de 2020, porque em 2016, no Rio, tendo esportistas garantidos em todas as modalidades, por ser o país sede, é provável que haja uma ligeira melhora no quadro de medalhas, o que vai servir para mascarar ainda mais o abismo que separa países promissores como o nosso, com outros menores, com PIB infinitamente menor e sequer ostentando o título de “6ª economia do mundo”. Com tudo isso a favor ,teríamos que ser,obrigatoriamente,uma potência olímpica,brigando pelos primeiros lugares no quadro de medalhas.Mas ,ao invés disso,somos um país que,vergonhosamente,exporta mais dirigentes e cartolas para o mundo.E todos da pior qualidade.



P.S – A “imprensa” vendida ao sistema já está alardeando que em 2016 faremos (?) uma festa muito melhor que os britânicos e que Londres já é passado  –bom a Globo tem dito isso antes dos Jogos iniciarem.Certamente a organização será precária e inúmeros contratempos ocorrerão.Mas os “pachecos” da mídia tupiniquim vão esconder da nação,como sempre fazem.



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