Estranho
constatar que mais uma edição dos Jogos Olímpicos se foi e a situação do
esporte brasileiro na competição não evolui, mesmo com todo o ufanismo
exacerbado dos locutores chapa brancas, pagos para enganarem o telespectador
dizendo que somos os melhores, mas que na realidade não suplantamos nem países
inexpressivos no cenário esportivo mundial como Irã,Cazaquistão e República Tcheca.Isso
é a tônica da jornada homérica dos atletas.
Manchete do UOL:
Com investimento recorde, gasto por medalha
brasileira aumenta 54% e bate R$ 123,5 milhões.
E nem
assim houve uma evolução condizente. Lógico que os investimentos são
pífios,assim como são aqueles que estão à frente das federações e do
COB.Geralmente,há uma dedicação maior aos esportes com certa tradição em subir
ao pódio como vôlei,de praia ou de quadra.Em outros como o basquete
planejamentos errôneos deram com os burros n’água.De novo,um erro.Até porque é
uma tremenda vergonha ser uma potência olímpica em vôlei de praia.E nem neste
quesito somos mais.Ainda se fosse um destaque em esportes nobres como o
atletismo por exemplo...
Outra do UOL:
O boxe ainda não tem o apoio que merece no Brasil' diz técnico de
Esquiva.
Patético é quando você percebe que um esporte
que não tem investimento, nem os próprios dirigentes da federação acreditam na modalidade,
e ainda assim querem se apropriar da conquista do atleta. No caso os dois
irmãos boxeadores conseguiram com esforço pessoal,com o apoio da família e com
a ajuda do treinador.E se não tivesse uma profissão para se manter,teria
abandonado o boxe há tempos.
É
fácil falar em fracasso quando não se acredita ou não investem pesado. No caso
da natação,os maganos do COB(capitaneados por Nuzman)esperavam que César Cielo
fizesse o que fez na última Olimpíada e trouxesse o ouro.Como se não houvesse
concorrentes.No atletismo os investimento são insuficientes para se cobrar
algo.E para cobrar,um dirigente deve dar estrutura e apoio para ver o esporte evoluir.Na
Jamaica deu certo e eles são imbatíveis nos 100,200 e revezamento 4x100.Desde
Pequim.E também no feminino,que rivaliza com os EUA.Se um país com recursos
limitados como a Jamaica,por que aqui seria diferente?Incompetência, com certeza.
Afinal,cartolas querem poder,dinheiro,visibilidade e investir em esportistas
não está no topo da lista.Depois é só criticar publicamente o atleta ou a
delegação e tudo bem.
“É difícil encontrar cavalo novo e com qualidade. São fundos que
precisamos, qualquer investimento, comercial, privado, doação, para podermos
conseguir. Temos suporte importante do COB, mas precisamos de mais”, disse
Rodrigo Pessoa, campeão olímpico em 2004.Falar o quê...
Sobrou crítica até para Maurren
Maggi e Fabiana Muhrer. Cobraram excelência,recriminando(inclusive em redes
sociais)as atletas vitoriosas,como se houvesse a obrigação de medalha de
ouro.Isso muitas vezes vem da própria mídia,colocando os atletas na linha de
tiro e poupando,convenientemente,os dirigentes que ,estranhamente sempre são
poupados pelos veículos de imprensa –ao menos os que não são sérios;e há muitos
pelo Brasil afora.
Abaixo um link para fazer a
comparação :o desempenho de 2008 e 2012 dos atletas brasileiros.
http://olimpiadas.uol.com.br/quadro-de-medalhas/comparativo/paises.htm?pais=Brasil&ano2=2012&ano1=2008
Leia também:
* Enquanto isso, no País das Olimpíadas...
Leia também:
* Enquanto isso, no País das Olimpíadas...
Na Folha:
O Brasil não conseguiu quebrar o recorde de ouros de
Atenas-2004, quando teve cinco títulos olímpicos. Ainda assim, o Comitê Olímpico
Brasileiro comemorou o resultado em uma entrevista coletiva neste domingo, em
Londres. “Está dentro da realidade. Conseguimos o mesmo número de ouros de
Pequim, por enquanto, e temos uma medalha a mais. Fizemos a melhor preparação
que poderíamos fazer, trabalhamos para oferecer as melhores condições para
técnicos, atletas e confederações” afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
O que o “nobre” dirigente
esqueceu-se de dizer é que em Atenas -2004 a delegação conseguiu cinco medalhas
de ouro, portanto duas a mais do que as edições seguintes e com um investimento
bem menor se comparado ao de 2012.
É possível que a valorização do
esporte e, conseguinte do atleta se dê apenas a partir das Olimpíadas de 2020, porque
em 2016, no Rio, tendo esportistas garantidos em todas as modalidades, por ser
o país sede, é provável que haja uma ligeira melhora no quadro de medalhas, o
que vai servir para mascarar ainda mais o abismo que separa países promissores
como o nosso, com outros menores, com PIB infinitamente menor e sequer
ostentando o título de “6ª economia do mundo”. Com tudo isso a favor ,teríamos
que ser,obrigatoriamente,uma potência olímpica,brigando pelos primeiros lugares
no quadro de medalhas.Mas ,ao invés disso,somos um país
que,vergonhosamente,exporta mais dirigentes e cartolas para o mundo.E todos da
pior qualidade.
P.S – A “imprensa” vendida ao
sistema já está alardeando que em 2016 faremos (?) uma festa muito melhor que
os britânicos e que Londres já é passado –bom a Globo tem dito isso antes dos Jogos
iniciarem.Certamente a organização será precária e inúmeros contratempos
ocorrerão.Mas os “pachecos” da mídia tupiniquim vão esconder da nação,como
sempre fazem.
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