Oriundo de uma família católica (bom,o que importa é que eu
tenho saúde...) e vendo a mesma família se separar por religião (uns não podem
comemorar tal data, outros não querem se misturar com os “pecadores” ou
“criaturas” como alguns evangélicos dizem) posso constatar, sem sombra de dúvida
que religião acarreta mais desavenças à
humanidade do que se pensa. Se fosse apenas e tão somente desenvolver sua
“espiritualidade”, talvez não fosse tão nocivo,quanto o que o ser humano tem feito
(e tem deixado ser feito com ele), em nome da religião. Mas muitas coisas
nefastas se tem feito em nome de deus e
isso é um grave problema.
Bastaria citar os desmandos da igreja católica
(minúscula,mesmo,como seu papel na humanidade) que certamente matou mais do
que os nazistas e com métodos tão escrotos quanto. Mas não pára por aí.
Os hebreus, sempre em sua história invadiram, roubaram, mataram
e tiranizaram em nome de deus (ou de seus interesses mesquinhos,questão de
semântica).Subentender que uma entidade onisciente,onipotente e onipresente
, portanto perfeita, permita que se cometa atrocidades em seu nome ,tudo para
atender aos devaneios egoístas de um
povo atrasado e brutalizado,fere a lógica.Um “pai” para um povo e padrasto para
os outros...Argumentação ilógica.
O outro povo originário de Abraão (seus dois filhos, Isaac e
Ismael são considerados os pais do povo hebreu e árabe,respectivamente),os
muçulmanos,também seguem essa lógica “antidiluviana”. Eles estão certos e os
“outros” (os seguidores da amálgama judaico-cristã)errados e devem ser
convertidos,por bem ou por mal.
Seguindo a filosofia de que deve-se dominar as massas de
maneira sutil,Roma incorporou o cristianismo,no século III,pois percebeu que
era a forma mais apropriada de ser palatável ao sistema.A população ingênua
nem se deu conta,tal discreto foi o
império romano.Nascia aí uma versão grosseira e rasteira do cristianismo,o
catolicismo,e com ele toda a intolerância do mundo contra os que pensavam
diferente(de
novo,perseguições,intolerância,prisões,torturas,fogueiras,estupros,mortes,roubos,tudo
em nome de uma divindade).Esse período ficou conhecido como Idade das Trevas.O
nome diz tudo o que a humanidade sofreu naqueles quase 1400 anos.
Tanto desmando acabou gerando uma reação,ou seja,o
protestantismo que, na essência,ajudou a enfraquecer a máfia do vaticano que
relegou a religião a segundo plano e se concentrou em seu projeto de poder
eterno,às custas de sangue de inocentes e riquezas alheias(como você acha que
foi erigido aquele complexo gigantesco chamado vaticano?).
Com o passar dos anos,o protestantismo começou a se
dividir,a se tornar multifacetado e isso não ajudou a manter uma unidade que
fizesse contraponto ao nazi-fascismo da igreja católica.Pelo
contrário, desfigurou seu propósito e fez com que,aos poucos,inúmeras seitas
fossem criadas.
No melhor estilo “pequenas empresas, grandes negócios”, a
vertente evangélica começou a se proliferar pelo planeta afora,mas em especial
nos EUA e na Europa.Não demoraria muito pra alguns “homens de visão”
enxergassem nesse nicho uma chance de prosperar em pouquíssimo tempo.Trabalhar
pra quê?O negócio é montar uma igreja,isenta de impostos e repetir alguns
capítulos e versículos que não tem muito nexo (ou lógica,ou razão ou objetivo
concreto ou discernimento ou ...bom,você já entendeu). Na dúvida,é só dizer “são
os desígnios de deus”.Isso evita perguntas embaraçosas.
Em decorrência disso tudo, começou a aumentar
exponencialmente o número de pessoas descrentes com tanta coisa errada,pessoas
desencantadas,que passaram a não conseguir respostas lógicas e sensatas para
seus dilemas (pessoas assim sempre existiram,mas eram queimadas nas fogueiras
da inquisição junto com as mulheres,com os judeus,com os pensadores e
filósofos,como Giordano Bruno;todos eram considerados hereges).Os sem-religião
acabaram se multiplicando,não por causa da religião em si,mas pelo uso
criminoso,cafajeste e segregatório que os homens fazem dela.Se religião fosse um
instrumento decente e correto,uma ferramenta que ajudasse a humanidade a
evoluir,a parcela de ateus no mundo seria baixíssima.Excetuando-se uma ou outra
que não atrapalha,pelo contrário,ampara,o resto das seitas faz com que seus
adeptos se comportem como hordas de zumbis,que nada entendem,que nada contestam
e que propagam a intolerância contra quem não concorde com eles.E brigam entre
eles .Religiosos versus religiosos,bradando que estão certos e os outros
errados e vice e versa;tudo em nome de deus,é claro.Guerras são iniciadas por
isso.Rivalidades começam por isso.Retrocesso/ atraso cultural e intelectual
acontecem por causa disso.Mulheres são rebaixadas na sociedade por causa
disso:RELIGIÃO.E vá dizer a um fanático que seu ponto de vista está errado ou
que você não concorda com ele.Terá um inimigo para toda a vida. A não ser que
você se converta.E nem tente contra-argumentar usando argumentação
lógica. Essencialmente seria como “jogar pérolas aos porcos”.
Comecei a escrever este texto ao constatar que,nas redes
sociais, os ânimos se acirram a cada dia entre teístas e ateístas.Com um
agravante.Comunidades fechadas que deveriam ser usadas para apoio,diálogo e
divulgação de assuntos em comum (no caso dos sem-religião)começam a pecar pelo
mesmo erro dos adeptos das seitas.Cisão é a pior coisa do mundo,em qualquer
atividade humana.E se radicais começam a bradar geral em uma comunidade de seus
pares CONTRA seus pares,então se comportam como os xiitas religiosos,fanáticos
ao extremo.Uma posição desta deve ser tomada com maturidade e de maneira
resoluta,sem espaço pra dúvida.E não por uma revolta momentânea de adolescente,que fica indignado
por ser contrariado em suas desejos egoísticos.
Ter ou não ter uma religião é uma decisão que deve ser
tomada com parcimônia e de maneira equilibrada. Caso contrário quando aparecer
alguém de opinião contrária a sua, pela frente,é capaz de ter um momento de
intolerância que fará com que lembre os ocorridos entre torcidas
uniformizadas,também fanatizadas.
Religião muito provavelmente não se discute.Pelo menos não
com quem não tem equilíbrio emocional e maturidade intelectual que faça com
que conversa se torne agradável.É pra
ser debatido com o intuito de melhorar,aprimorar conhecimentos,trocar
informações e experiência.O mesmo serve para quem não possua uma religião.Pois
muitos cometem a arrogância de se autoproclamar seres que usam a razão e a
lógica.Mas não há lógica alguma em espinafrar alguém,também sem uma religião,só
para dizer que você é mais evoluído,que sua ausência de religiosidade é mais
completa do que a de seu colega,também sem religião,e também sem acreditar em
divindades, mas sem o mesmo hedonismo ferrenho.Daqui a pouco teremos um santa
inquisição ateísta,onde um grupo tenderá a
escrachar em praça pública outro grupo,por pensar um pouco diferente.
Já vi esse filme. Começa com uma divergência aqui, outra
acolá,passa por um desentendimento,vira um puta mal entendido e acaba em uma
subdivisão,gerando rupturas.Não levaria a lugar algum e não diferenciaria ateístas
dos teístas.Ao contrário,os colocaria em posição similar:de
intolerantes.Debater e discutir pontos
de vista,tudo bem.É salutar e faz parte do jogo.Mas se comportar como hienas no
cio e sair por aí (desculpe a expressão) arrotando distorção,é sinal de
fraqueza de argumento.Sei que isso não é racional nem tem bom senso.Richard
Dawkins e Christopher Hitchens e Stephen Hawking, com certeza,não agiriam assim.
Não sei se religião se discute ou se acata...mas sei que o único homem que morreu por mim e por você foi Jesus Cristo e isso e a minha razão...A paz de Jesus Cristo...
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