quarta-feira, 11 de julho de 2012

PT x PSDB (OU VICE VERSA)





O Brasil vive um bipartidarismo que, parece, veio pra ficar.

Tanto petistas quanto tucanos tem “projetos de poder”,(leia-se, ganância descabida). E isso não tem sido salutar para o país. PSDB chegou ao poder pegando carona no Plano Real, na estabilidade econômica, tardia, mas não menos vindoura.Acabou pavimentando o plano de governo do PSDB,e deu certo (para eles,ao menos).

Com a popularidade em alta, vieram também os excessos (“estamos agindo no limite de nossa irresponsabilidade”),os escândalos de corrupção (alguns gravíssimos como a compra de votos para aprovar a emenda da reeleição,as privatizações ‘dirigidas’, corrompida desde sua elaboração, o Sivam,o tráfico de influência de Eduardo Jorge,etc) e mesmo assim conseguiram uma reeleição. Chafurdando em escândalos, os tucanos estavam nadando de braçadas e, conseguinte,preparando o sucessor que era Mario Covas (que também enfrentava uma série de denúncias com o CDHU,o sistema educacional paulista e o malfadado Rodoanel, embargado pelo TCU,por superfaturamento). Sua morte fez com que seus correligionários mudassem a tática. Aí começava a chance dos petistas finalmente chegarem ao poder que buscavam desesperadamente desde 1989.

O PT tinha um único candidato. Era com Luis Inácio Lula da Silva, ou com ninguém mais. Depois de três fracassos consecutivos, ele realizava seu ‘sonho’. Mas como que se deixasse guiar pelos piores instintos do ser humano, os petistas acabaram mostrando suas verdadeiras faces (e não eram nada bonitas de se ver).Entre incompetência e ataques de populismo,eis que o maior escândalo da história deste país veio à tona. O Mensalão e o esquema do Valerioduto deixaram a população estarrecida ao perceber o quanto a corrupção estava enraizada nas instituições. E esse é o cerne da questão. Essa ação tresloucada, o mal uso do dinheiro público, o desrespeito ostensivo ao cidadão e suas necessidades básicas (saúde,educação), a impunidade, o ato de legislar em causa própria, a mania de corromper a quem possa interessar ao esquema, tem feito com que muitas pessoas se tornem apolíticas.Aquele fenômeno que acomete o brasileiro, via de regra, que é de desprezar o que acontece em Brasília, recrudesceu a tal ponto que é comum (infelizmente) encontrar nas redes sociais comunidades que enalteçam o (pasmem!) regime militar.

Há até defensores do “Movimento da Família com Deus pela Liberdade”, que representou o apoio nojento às Forças Armadas, dado por setores da sociedade( igreja,classe média e imprensa; mas quando o regime começou a fustigar padres e freiras, filhos abastados, e jornalistas,aí perceberam o tamanho da burrice).

Será que chegamos ao ponto de ter que glorificar o passado inglório,devido aos descalabros de agora? Será que teremos que aceitar que a revolta contra os atos vergonhosos de petistas e tucanos (e a base aliada,seja lá quem for) justifique enaltecer pessoas que cuspiram na Constituição, mataram, torturaram, fecharam Congresso, acabaram com liberdade, com os direitos, com a democracia,c om as eleições livres, e tudo iniciando com um golpe de estado? É esse o caminho da Nação,olhar para trás e dizer impropérios do tipo :”naquela época não havia criminosos na rua”? Não deveria. Afinal, os criminosos (em São Paulo era assim) que chefiavam o tráfico de drogas eram da própria polícia civil (ou parte dela) chefiada pelo monstro que atendia pelo nome de Sérgio Paranhos Fleury e seu comparsa, o Fininho. Eles sucatearam a circulação de entorpecentes pelas zonas de SP (um ficava com a zona norte e oeste,e o outro com as demais,incluindo a região central). A criminalidade existia sim,apenas e tão somente jogava nas duas frentes.Quem não conhece esse período muito bem,recomendo o livro ‘Autópsia do Medo’,de Percival de Souza.Uma aula de jornalismo investigativo.

    Decepcionar-se com alguém, com um partido político, com uma figura pública faz parte do jogo. O que não faz parte é, devido às decepções, jogarmos a toalha e decidirmos que não devemos mais votar (se você votar, ao menos pode dizer que tentou), que não se interessa mais por política (não se preocupe, os políticos sempre entenderão mais que você), que todos os políticos são iguais (é isso,ou você tem preguiça de procurar saber mais sobre todos os candidatos) que é melhor desistir por antecipação. Numa era privilegiada como a nossa (do ponto de vista tecnológico), se recusar a buscar informações só pode ser por comodismo. Nunca foi tão fácil ter acesso ao passado de algum político. Diferentemente de 1989, quando a imprensa deitou e rolou nas eleições, apostando no controle total das informações e sonegando fatos importantes sobre o “caçador de marajás” que, se fossem mostrados com todas as nuances, talvez ajudassem os eleitores a decidirem por eles mesmos,e não no  voto de cabresto da mídia tupiniquim.

   Política é coisa séria. Ao menos para a nação. Então, nós é que devemos cobrar, fiscalizar, sermos mais participativos, mais POLITIZADOS. Porque já ficou provado que não podemos contar com  imprensa (o escândalo do Cachoeiragate mostrou isso, com jornalista da Veja envolvido até o pescoço,e sendo acobertado pelos coleguinhas),com o  STF, que está lá para beneficiar os poderosos (dois Habeas Corpus para Daniel Dantas,em menos de 10 dias,é pra desconfiar e muito) e com o Congresso, ocupado demais roendo o cofre da viúva e com seus interesses mesquinhos. Mas ainda podemos contar com Procuradoria Geral da República, Ministério Público, com a Polícia Federal,com Tribunal de Contas, e acima de tudo, com nós mesmos. O Sistema ainda funciona, mas se deixarmos pra lá, as engrenagens emperram e adeus Democracia e Liberdade. E sem essas duas coisas,o ser humano pode perecer,de um jeito ou de outro.



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