Mais do que um clássico da nossa MPB, é um retrato
de um país desigual. Parceria de Chico Buarque e João Cabral de Mello Neto, a
música é uma obra-prima que merece uma aula inteira nas faculdade Brasil afora,
ou uma tese a ser elaborada.
Mostrando a triste realidade do homem no campo, à mercê dos
latifundiários e sua ganância sem limites, a letra nua e crua expõe o desprezo
pelo homem simples e necessitado de algo que lhe dignidade : um pedaço de
terra.
Hoje talvez nem tanto, mas na década de 70 isso era mais comum do que se
parece. Apesar dos MSTs da vida, que perderam o senso e a razão de ser (ao
invés de lutar por uma reforma agrária digna, preferem a baderna e a
destruição, quando são contrariados), as lutas de outrora eram mais difíceis.
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Em muitos cantos do Nordeste ainda se pode identificar a letra, estrofe
a estrofe, como que numa repetição sinistra de exploração inimputável.
A parceria Buarque/Cabral realizou um hino atemporal sobre justiça
e direitos iguais.
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