Aos três poderes conhecidos, Executivo,
Judiciário e Legislativo, acrescente o mais influente deles, a mídia, conhecida
como o quarto poder, mas com um poder maior do que os outros todos combinados.
Casos e mais
casos de abuso de poder, que culminaram em injustiças contra cidadãos ou
instituições, se tornaram mais recorrentes do que deveriam. Não é esse o papel da imprensa.
Basta
acontecer qualquer escândalo na sociedade para que pseudo-jornalistas,
doutrinados por editores de redação com uma visão torpe do mundo, usem seu
poder, seu alcance para “fazer justiça” com suas palavras. E quanto maior a
notícia, maior a chance de transformá-la em um espetáculo. E o show não pode
parar; por isso se trata de um determinado assunto à exaustão, até perder o
interesse. Para a mídia, a notícia é como um osso: enquanto houver onde roer,
ela fica nas manchetes. Talvez por isso a expressão “o circo da mídia”...
Vejam o
exemplo da Escola Base, em São Paulo.
Típico
exemplo do “atire primeiro, pergunte depois” da mída brasileira. Enquanto a
notícia era publicada em letras garrafais, o ‘mea-culpa’ saiu no rodapé do
jornal ou revista. E os jornalistinhas continuaram suas carreiras normalmente;
já os seis sócios, acusados sem provas contundentes, estão à margem da
sociedade buscando redenção.
O mais
estranho é que para se patrulhar políticos a contundência não é a mesma.
Muitas
vezes a imprensa faz vista grossa, por vários motivos:
* o alvo em
questão é muito poderoso;
* a emissora
afiliada do canal em questão pertence ao deputado ou senador suspeito;
* o veículo
de imprensa pode perder o patrocínio governamental (as verbas publicitárias do
governo são uma robusta fonte de renda para TVs, rádios, revistas e jornais);
* pode haver
algum tipo de retaliação por parte do político;
* há interesses do grupo de mídia que podem ser atingidos;
* a emissora
ou a publicação apoiou o investigado, quando este era candidato, e pega mal
criticá-lo em público;
* pode
respingar em algum contratado da casa;
Enfim, tudo
pode acontecer quando um órgão de imprensa rasga seu Manual de Redação (onde
estão contidas as diretrizes da ética e da conduta jornalística) em prol de
interesses mesquinhos. Poder e dinheiro provocam mudanças de caráter em mentes
tacanhas.
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Muito dessa
distorção vem da concentração no setor dos meios de comunicação. No Brasil, as
Organizações Globo, o Grupo Folha, a Editora Abril e o Grupo Estado de SP
concentram um poder indevido e imoral. Chafurdando nos lucros obscenos e no
cartel firmado silenciosamente por empresários dublês de jornalistas o mercado
e, conseguinte, a concorrência, não se expande. Com tudo sob controle fica
fácil ditar as regras do jogo, inclusive blindar integrantes da imprensa
envolvidos com bicheiros.
Talvez por isso a Lei dos Meios de Comunicação
na Argentina tenha sido tão criticada pela imprensa tupiniquim, já que o Grupo
Clarín, que detém o monopólio na terra dos nossos ‘hermanos’, perde a
concentração de mercado e abre caminho para novos grupos e/ou dá mais espaço
aos pequenos, entalados entre um gigante ou outro do setor. O bom é que o exemplo corajoso de Cristina Kirchner
a presidenta argentina, é visto com bons olhos pela colega brasileira, Dilma
Rousseff. É um caminho.
Lembrando
que um verdadeiro jornalista segue fielmente a máxima do jornalismo: SER
CRÍTICO, IMPARCIAL, INVESTIGATIVO; SEMPRE REGISTRAR O FATO, NUNCA PROVOCÁ-LO.
Se a imprensa sempre tivesse se pautado por isso, teríamos, com certeza, um
mundo mais justo, honesto e ético.
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