Apenas e tão somente um compacto
dos melhores (e piores) momentos das eleições brasileiras
1- URNAS ELETRÔNICAS – Sempre aclamadas
pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como um avanço, as polêmicas urnas sempre
foram alvo de suspeitas. Para analisar melhor se são confiáveis ou não, é só
levar em conta que o advento brasileiro nunca é levado para países de primeiro
mundo. União Europeia e EUA sempre foram reticentes com o sistema. Acham que
pode ser facilmente hackeado e burlado. Se eles não querem, é porque viram na
máquina coisas que alguns eufóricos brasileiros nem conseguiram ver (ou não
quiseram). A seguir algumas denúncias :
(Fraudes nas urnas eletrônicas - versão sem cortes)
2 - DEBATES – Sempre no mesmo formato
padronizado (o da MTV americana é melhor), impossibilitando o eleitor
diferenciar propostas mais concretas. Na verdade não são debates políticos; apenas programas de auditório realizados pelas emissoras de TV. Um show que
visa audiência, e não esclarecer o eleitor mais indeciso. Debater ideias e
programa de governo já é algo démodé.
3 - PESQUISAS – Tendenciosas, como sempre,
e quase sempre equivocadas, elas já vitimaram vários políticos ao longo da
história. Com aferimento e metodologia errados, deveriam ser proibidas a uma
semana do pleito, pois sempre há pessoas com preguiça mental que procuram votar
em quem está na frente das pesquisas. É aquele tipo de gente que acha que deve
votar em quem vai ganhar, e não em uma ideologia, uma proposta de governo.
4- COBERTURA DA IMPRENSA – Hoje
jornalistas reclamam da chamada ‘lei da mordaça’, que limita os comentários, tanto
no rádio quanto na televisão. Mas foi por negligência de boa parte dos veículos
de comunicação (Veja, Estadão, Globo, Zero Hora,Isto é, etc.) que isso surgiu. É só
recordar o que aconteceu em 1989 para entender o porquê a mídia de um modo geral,
não ter maturidade para usufruir de liberdade total.
5 - REDES SOCIAIS – Usadas em sua
plenitude com muita liberdade de expressão, mas com pouco conteúdo. Ao invés de ser uma plataforma de denúncias
dos escândalos e problemas envolvendo os candidatos e as cidades em questão, foi
somente um meio para se xingar políticos, esbravejar sem nada de
produtivo. Mais parecendo adolescentes
mimados. Péssimo jeito de se usar a liberdade de expressão...
6 - POLÍTICOS & PARTIDOS – Houve
alguma renovação (para o bem ou mal), novas lideranças. Mas houve certo
desconhecimento do escândalo do mensalão, que poderia ter resultado em outro caminho,
em algumas cidades. Em muitas delas
trocou-se seis por meia dúzia (Bahia e Curitiba). PSDB e DEM foram os principais
perdedores (encolheram muito, em comparação às últimas eleições). PT mais perdeu do que ganhou. Foi rechaçado em
várias cidades (entre elas algumas em que tinham chances ou eram estratégicas, como
Diadema, onde o partido iniciou, Sorocaba e Campinas, todas em SP). Eduardo
Campos e Aécio Neves se cacifaram para o pleito de 2014, podendo até formar uma
chapa forte para tentar barrar a reeleição de Dilma Rousseff.
Mas acima de tudo, o efeito Lula. Novamente consegue passar incólume pela tempestade,
apostando naquilo que sempre deu certo: discursos recheados de populismos e
metáforas futebolísticas, já que essas são as únicas linguagens que o populacho
entende. Ele acertou ao dizer que as pessoas estão muito mais interessadas em
saber qual time será rebaixado no campeonato nacional de futebol. Esse é o
perfil do brasileiro médio. Se fosse o contrário, o PT seria erradicado do
mapa. Mas parte de sua sobrevida se deveu também à oposição. Sempre fraca e omissa,
desde que o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder, PSDB, DEM e PPS(o PSOL é o único que se salva) parecem
apenas dar cabeçadas. Nunca cacifaram os escândalos em que o partido de Lula
esteve envolvido (até porque o PSDB tem seu telhado de vidro), preferindo
satanizar o lulismo. Isso, pra quem sabe como manipular as pessoas menos
favorecidas (o eleitor médio de Lula, aqueles que o veem como “painho”) é um
prato cheio.
Sua audácia só é comparável coma desfaçatez em negar o mensalão
(que muito provavelmente teve sua participação direta). Mas, ainda sim, pode-se
dizer que ele também perdeu. Nunca antes na história desse país houve uma
abstenção tão grande (quase 30% no primeiro turno, em todo o país, e cerca de
25% no segundo turno). Isso se deveu àquele pensamento comum de muitas pessoas
de que: ”político é tudo igual”. Pra que isso vire um desencanto, levando
inúmeras pessoas a não votar ou anular seu voto, é necessário um grau de desapontamento muito grande. Isso aconteceu, e graças
ao PT. Já é um avanço.
Próxima parada: 2014
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