Número baixo de adesões escancara a
tentativa dos sindicatos de politizarem as manifestações
Com a repercussão
do Movimento Passe Livre e as conquistas em âmbito nacional seria compreensível
que as centrais sindicais, tão omissas nos últimos anos, resolvessem mostrar
serviço.
CUT, CGT,
UGT e Força Sindical, entre outras, juntaram forças e uma pauta de reivindicações em comum com
promessa de uma greve geral.
Com o
fracasso de ideia de paralisação, optaram pela manifestação nacional.
Forneceram
itinerário prévio às autoridades, fecharam rodovias parcialmente, negociaram
sem resistência e adotaram um discurso vago, dizendo que o governo deveria
adotar as propostas.
O resultado?
Praticamente nenhum. A própria presidente sequer estava no Brasil durante o
dia. E nem os políticos em Brasília se dignificaram a adotar algumas das
pautas.
E POR QUE
NÃO DEU CERTO?
- Talvez
pelo teor pelego e político do movimento;
- Pelo país
não ter mais perfil de greve geral (algo costumeiro até meados dos anos 80);
- Pela
presença de políticos de caráter duvidoso nas passeatas, que estavam por trás
das manifestações;
- Ou porque
as centrais sindicais ligadas ao governo evitaram criticá-lo de maneira
contundente nos últimos anos, para não causar mal estar;
- Ou ainda para
tentar demarcar território, numa tentativa de recuperar espaço que os
manifestantes conseguiram nos últimos meses com os protestos que tomaram de
assalto o Brasil.
Fato é que a
paralisação era, na prática, natimorto.
Não houve
espontaneidade no evento. Apenas uma tentativa desesperada de dar uma resposta
(tardia) à sociedade, que viu jovens apartidários, mas profundamente revoltados
e indignados mudarem as regras do jogo.
Leia também:
E tanto
sindicatos quanto as partidos ditos de esquerda se omitiram nos últimos anos,
tornando-se conivente com o sistema. Junto com uma oposição fraca e carcomida
pelo tempo.
Toda forma
de protesto é valida. Mas a intenção também. Se milhões de brasileiros foram às
ruas nas últimas semanas foi por insatisfação. Quando sindicatos, comandados
por políticos demagogos (muitos envolvidos em escândalos de corrupção) que usam os
respectivos afiliados como massa de manobra para fins escusos, “protestam” por
mero casuísmo.
Talvez por
isso que os resultados foram tão diferentes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSim meu amigo, sem falar que muitos manifestantes das frentes sindicais receberam R$ 50,00 para protestar...Totalmente lastimável!
ResponderExcluirFala Big Roger. Verdade,a denúncia de recebimento de dinheiro para participar das "manifestações" pipocaram em vários portais de notícia (Terra,UOL), além da rádio CBN. Ruim para o movimento dos sindicatos, tão combalidos hoje em dia. Um abração Rogério.
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