A derrota para a seleção russa na
liga mundial expõe o declínio da seleção brasileira de vôlei
Após a
humilhante e incontestável derrota para a seleção da Rússia pela Liga Mundial,
a seleção de Bernardinho mostrou que está em uma curva descendente.
Bernardinho
foi o responsável direto por transformar a seleção na potência mundial que foi
até anos recentes. Impôs hegemonia no cenário mundial e inovou nos fundamentos
do esporte. Mas pode-se
dizer que ele é, também, culpado pelo declínio vivido nos últimos anos. Sem
vencer a Liga desde 2010, seu time parece ter esgotado o formato, definitivamente.
Há tempos
que o temperamento do treinador brasileiro tem causado estragos. O levantador
Ricardinho foi a primeira vítima, em 2007. Cansado dos desmandos do chefão, ele
chegou a reclamar de premiação. Briga por prêmios em dinheiro ganhos e o descontentamento com a
relação entre comissão técnica e jogadores. Era a brecha que Bernardinho queria
para colocar na lista definitiva seu filho, Bruno, claramente inferior
tecnicamente, tanto a Ricardinho, quanto a Marlon.
Depois vieram
desentendimentos com Giba (pela forma de condução dos treinos e por perder a
titularidade, quando este estava voltando a jogar bem) e Serginho (que mandou o
técnico tomar...).
A conclusão é que tudo
isso expôs o feio mundo da “família Bernardinho”.
O irmão caçula do jogador Bernard,
sempre foi reserva do grande jogador William da ‘geração de prata’; nunca foi
um exímio atleta, apenas mediano. Mas como treinador é incontestável sua
genialidade. Mas seu perfeccionismo e sua personalidade difícil e geniosa
conturbam a concentração. Talvez ele tenha optado por renovar a seleção,
novamente, para moldar novos talentos sem os vícios de outros –leia-se,
contestar sua liderança.
Bernardinho parece ser adepto
d filosofia do ”eu ganho, nós empatamos e vocês perdem”. Ele não pareceu
incomodado com o fato de jogar aos leões alguns atletas, após a derrota para a
Rússia.
Mas se ele faz o quer à
frente da seleção, é porque tem total aval de Ary Graça, homem forte da
Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e legítimo sucessor (pejorativo) de
Carlos Arthur Nuzman. Até em escândalos se assemelham. E como ele tem
pretensões futuras (chegar ao COB), evita contrariar o técnico, porque ele dá resultados.
Mesmo com suas atitudes stalinistas
para com os jogadores. Porque os louros das conquistas servirão para pavimentar
o caminho de Graça até os cargos altos que tanto almeja.
É sabido que os clubes disputando
a Superliga estão em situação difícil (seja masculino ou feminino) e que mantém nomes caros passando a maior
parte da temporada servindo a seleção brasileira do que o campeonato em si.
Isso enfraquece a competição e dificulta a revelação de novos talentos. Os recentes
fracassos da seleção juvenil comprova isso.
O modelo parece ter se
extinguido. Assim como a criatividade de Bernardinho e a credibilidade da CBV.
Nenhum comentário:
Postar um comentário