Pense no
grupo The Monkees como realmente deve ser: uma boa banda de rock dos anos 60; não
reinventaram a roda, não estão entre os 20 maiores do gênero, mas ainda assim
marcaram seu nome na história do rock and roll.
Mas se os
analisar como a versão americana dos Beatles (esse era o objetivo verdadeiro da
criação do grupo) aí a comparação se torna inglória.
A partir de
uma ideia dos executivos da NBC, preocupados com o sucesso do fenômeno inglês (e também tentando se aproveitar da onda), foi-se
criado a versão americana.
O gatilho
foi um anúncio criativo nos jornais: precisa-se de "quatro loucos entre 17
e 21 anos". Deu resultado; e de mais 500 “voluntários”, nasceu o grupo,
formado pelos escolhidos David Jones (voz e percussão), Micky Dolenz (voz e bateria), Peter
Tork (baixo, teclado e voz) e Mike Nesmith (voz e guitarra).
A série de
TV seria o carro chefe da nova mina de ouro, além dos discos (10, na fase de ouro,
até 1970; e mais 3 nos anos vindouros).
Seriado, música e
até cinema (o filme Head foi sucesso no verão de 68) davam ao Monkees um tremendo alcance
nacional, mas pouco em âmbito internacional. Enquanto isso, os 4 meninos da Inglaterra ganhavam o cenário americano, já que internacionalmente estavam consolidados há tempos.
Os estúdios
controlavam tudo com mão de ferro, permitindo aos garotos apenas cantar. Apesar
do pouco talento musical, os integrantes brigavam por mais espaço, para expor
canções próprias. E, aos poucos foram conseguindo o intento, ainda que desagradassem
os executivos da emissora e da gravadora. Eles se aperfeiçoaram, tornando-se músicos competentes e versáteis. Mas não agradavam os chefões da NBC.
Fato é que,
a cada disco em que mostravam mais suas composições, menor a vendagem.
Enquanto
isso, os quatro fantásticos de Liverpool chegavam ao ápice com o famoso “Álbum
Branco”.
Após o
cancelamento da série no fim de 1968 (oficialmente finalizada em 1969, com o
especial 33⅓ Revolutions Per Monkee),
as vendas diminuíram, mas ainda sim mantinham o status de banda rentável. O
especial de 69 foi o último evento que reuniu a trupe original, já que dois
integrantes saíram nos anos 70, voltando a se encontrar apenas em meados dos
anos 90, para a gravação do disco Just Us
(com composições inéditas e dos próprios músicos).
Em 1970 foi
gravado Changes, último disco do
grupo até 1987. Seus integrantes (agora reduzido a um trio, já que Mike se afastaria
por vários anos) passaram a viver dos sucessos de outrora. A banda havia envelhecido
e já não atraía tantos fãs como antigamente. Enquanto isso, os Beatles lançavam
seu derradeiro disco: Let it Be.
O seriado
conquistou um Emmy de melhor comédia, o filme teve um excelente bilheteria e os
discos venderam mais de 65 milhões de cópias. Tiveram vários de suas músicas
imortalizadas na história do rock. Enfim, uma receita de sucesso para qualquer
grupo musical.
O grande
azar do Monkees foi a eterna comparação com o quarteto inglês e o momento em
que surgiram. Na década de 60 proliferaram bandas fantásticas e os Beatles
foram o grupo mais criativo e emblemático da história da música contemporânea.
Mesmo com
todas essas adversidades, o grupo americano conseguiu um lugar de destaque no
cenário do rock mundial e até hoje seus hits ainda contagiam.
Em 2012,
David Jones tornou-se o primeiro Monkee a falecer, vítima de um ataque cardíaco
fulminante. O trio remanescente continua na ativa e prepara uma volta ainda
este ano com turnê e mais um disco. Os fãs da boa música agradecem.
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