segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Estranho Caso das Pessoas que Odiavam o PT e o PSDB






Muitas pessoas tem dificuldade em entender a política brasileira. Como funcionam as artimanhas, o jogo sujo dos bastidores, as alianças espúrias... Tudo em nome da tal “governabilidade”.

Nos últimos anos, percebem-se nas redes sociais, críticas ferrenhas de pessoas vociferando contra o PT de Lula e, depois, Dilma. Até aí, normal. Quem é governo sempre será vidraça.




O que chama a atenção, negativamente, é o fato de eximirem a oposição (que já foi governo) de comentários semelhantes.

 Dentre as críticas proferidas contra os petistas nos últimos anos estão:

* o PT está mancomunado com as FARCs, na Colômbia;
* tem ligação com o PCC (ATAQUE EM SC   mostra que vândalos têm em todo lugar);

* apoia os regimes de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e dos irmãos Castro;

* é apoiado descaradamente por publicações como Carta Capital, Caros Amigos e vários blogs;

* integrantes do partido dos trabalhadores são donos da boate KISS, em Santa Maria, no RS, onde morreram quase 240 pessoas;

* é comunista (mais de direita, impossível);

* montou o maior esquema de corrupção da história do Brasil;

* tem a CUT no bolso;

* sempre teve o suporte de caciques da política brasileira como: José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor, Jader Barbalho, Roberto Jefferson, Paulo Maluf;

* é culpado pelo avanço das drogas (Sério? Então isso nunca existiu no país, antes do PT?);

* a saúde está calamitosa (diferentemente do padrão suíço, durante o governo tucano);





Mas há uma estranha simetria com seu principal oponente, o PSDB.

Dentre as alegações contra os tucanos estão:

* tinha relações com Augusto Pinochet;

 * apoiava os presidentes Fujimori e Carlos Menem, ambos com inúmeros casos de corrupção nas costas (Fujimori ainda ganhou a Comenda do Cruzeiro do Sul das mãos de FHC);

* é apoiado por Veja, Época, Isto é, Estadão, Zero Hora, Globo;

* tinha a Força Sindical no bolso;

* sempre teve apoio dos caciques da política brasileira como: Antonio Carlos Magalhães, José Sarney, Renan Calheiros (ministro de FHC), Marco Maciel, vice-presidente que votou contra a emenda Dante de Oliveira, que permitia o voto direto para presidente; o partido de Maluf, Inocêncio de Oliveira, Geddel Vieira Lima, o PTB de Roberto Jefferson;

* alguns dos maiores escândalos da história do Brasil: a privataria tucana e a compra de votos para aprovar a emenda da reeleição;

* se autoproclama um partido da social democracia, mas é de direita, como o PT;





Os comentários dos simpatizantes do PT contra os tucanos e vice versa denotam que o brasileiro encara política igual vê o futebol: com passionalismo, desprovido de lógica.

Enquanto muitos estão se digladiando nas redes sociais, PT e PSDB estão procurando um jeito de expandir seu território. Já saem de uma eleição, pensando em outra; e nesse ínterim o cidadão é esquecido. Mas não perde a chance de enaltecer seu partidinho querido e achincalhar o outro.

De onde vem tanto ódio disseminado pelas redes sociais? Há pessoas que participam de TODAS as comunidades possíveis e imagináveis, apenas para dizer que o PT é uma merda. E é.

Mas a negação, típica de pessoas pouco privilegiadas, do ponto de vista intelectual, não permite ver que os tucanos são ‘farinha do mesmo saco’. Tomam seu magano FHC, como um filósofo contemporâneo, paladino da ética, um suprassumo da sociedade moderna. Ele, que uma vez, em um palanque, disse com todas as letras que ‘liberaria verbas para os parlamentares para evitar CPIs; e que faria quantas vezes fossem necessária’. Com certeza, seus admiradores, convenientemente, se esquecem deste e outros graves desvios de conduta. Além de sua participação vergonhosa no processo das privatizações, forjando consórcios vencedores (“estamos agindo no limite de nossa irresponsabilidade”, disse um dos tucanos flagrados nos grampos, em 1998).





E de onde vem tanta alienação dos petistas, ao ponto de negar veementemente o escândalo do mensalão? De tratar Lula como um novo messias?  Tido como uma nova versão do “pai dos pobres”, seus séquitos sorvem cada discurso vago e demagogo, como uma vitória contra a ‘burguesia’ (ô palavrinha démodé...). Discursos que jogam pobres contra ricos, e vice versa. Justo ele, um dos políticos mais ricos deste país. Negando sua participação no esquema, chegando a questionar a decisão do STF. Sua admissão de caixa dois, em uma entrevista em Paris, mostrou quem ele realmente é. Basta que seus fãs, aceitem a realidade.

Pessoas mais afoitas em seu julgamento ainda pensam se tratar de uma briga entre a esquerda e a direita. Quando são ideologicamente iguais. Associam o PT ao comunismo, como se isso fizesse sentido. Ambos servem a agenda neoliberal e são conservadores ao extremo. Ambos montaram um aparelhamento no governo que lhes dá controle (até certo ponto) sobre as coisas que realmente interessa ao núcleo duro do partido. Adotaram a política do comprometimento para garantir sossego, em eventuais investigações e CPIs. Onde a entidade MERCADO é preservada, em detrimento da população pobre, que agonizam nos rincões de miséria país afora. Miséria essa, patrocinada e financiada pelos mesmos coronéis que apoiam (apoiaram) ambas as administrações, tucana e petista.

Trocando em miúdos, por mais que muitas pessoas, pretensamente elitizadas prefiram negar, PT E PSDB SÃO EXATAMENTE IGUAIS. BUSCAM AVIDAMENTE MANTER OU RECUPERAR PODER. POUCO SE IMPORTAM COM A NAÇÃO, A MAIOR INTERESSADA NOS DESÍGNIOS POLÍTICOS. PARA TAL, BUSCAM ALIANÇAS COM TODOS OS PARTIDOS POSSÍVEIS (INCLUSIVE, EM ELEIÇÕES MINORITÁRIAS, FORAM PARCEIROS NA ALIANÇA, BRASIL AFORA), COM OS MAIS TENEBROSOS POLÍTICOS, MESMO QUE ESTES SEJAM DA PIOR ESTIRPE. O QUE VALE PARA TUCANOS E PETISTAS É A AMBIÇÃO DESCABIDA.





Qualquer um que se negue a reconhecer isto como um fato consumado, está se enganando. Voluntariamente.

Bem melhor fariam estas pessoas, ao invés de passar o dia inteiro nas comunidades do Facebook exclamando distorções, que se pusessem a protestar contra a política como um todo. Só para não fazer papel de bobo da corte.

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