Sinceridade
extrema, verdade acima de tudo, crítica ferrenha a hábitos ridículos, contestação de usos e costumes, desconstrução de mitos religiosos,
misantropia aguda, introdução da realidade de maneira que choque as pessoas...
Isso é um pouco do personagem do seriado clássico da TV : DR. HOUSE.
Mas será que na vida real essa atitude de “falar o que pensa" daria certo?
Numa
sociedade que prima pelo politicamente correto como a que vivemos,
provavelmente não. As pessoas parecem preferir a ignorância acolhedora, do que
a verdade nua e crua.
Pode-se contestar a crueza das palavras do
personagem, a forma como as proferi, mas não sua essência. E é isso que chama a
atenção dos interlocutores : a forma, não a causa.
Isso é bem o
estilo de muitos seres humanos, que preferem elogios à crítica, o silêncio à
censura, a complacência ao questionamento.
É da natureza de boa parte da humanidade essa
letargia vergonhosa que parece legitimar as coisas erradas na sociedade
moderna. Quando deveria ser o contrário. Questionamentos levaram o ser humano
das cavernas ao espaço. Críticas tiraram as pessoas das garras de doutrinas
religiosas impiedosas e as levaram à racionalidade plena, a evolução sem
amarras.
DR HOUSE faz
as vezes de vilão pela forma como trata seus colegas, seus desafetos, seu único
amigo, sua chefe, a sociedade como um todo. Mas muitas vezes seu estilo “os
fins justificam os meios” beira o exagero.
Faz parte do estilo do personagem.
Fato é que DR. HOUSE deu voz a muitos que
gostariam de dizer o que pensam, sem se preocupar com as consequências. E isso
é a chave do negócio chamado VIDA. Sinceridade, ainda que seja pra chocar,chamar
a atenção.
Armas usadas para despertar as pessoas de sua
visão limitada e superficial da vida.
Quando alguém diz a verdade, incomoda.
Adoro incomodar.
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