segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Uma Doença Chamada Hipocrisia Religiosa





O Brasil é laico, segundo a Constituição. Mas alguns políticos e líderes religiosos tentam brutalizar a Carta Magna com argumentos (?) e atitudes medievais.

Com bravatas, manipulação e politicagem barata Malafaya, Feliciano e adjacentes se tornaram vozes de uma massa de zumbis que clama por um estado não laico, deformado por ações levianas. Eles vociferam contra a lógica e a razão em nome de uma pretensa divindade que, segundo o “livro sagrado”, legitimou atrocidades das mais variadas, mas apenas para ajudar uns poucos abnegados sortudos, em detrimento do restante da população do planeta. São “os escolhidos” ou qualquer que seja a denominação.




Estas pessoas andam diuturnamente com o ‘bom livro’ embaixo do braço, para mostrar que são diferenciados. Ledo engano. Bíblia não é certificado ISO 9000 de conduta de moral ilibada.

De acordo com os pastores, bispos, diáconos etc., eles são os ungidos de Cristo. Talvez por isso se considerem na primazia de mudar as leis em benefício próprio. Insistem em fazer parte da política, esquecendo de uma recomendação antiga: "a César o que é de César...". Combatem todos que tenham uma visão mais liberal de mundo. Espalham preconceitos dos mais variados, regados a machismo e visão tacanha de mundo. Pregam a riqueza e a Teologia da Prosperidade,  enriquecendo a cada dia mais, se esquecendo do antigo ensinamento: "vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres", enquanto os fiéis chafurdam na miséria. Tudo em nome de uma divindade.

O que estas figuras públicas deveriam entender é que algumas das maiores atrocidades da história foram cometidas em nome de deus, com a bíblia como instrumento catalisador de conflitos. Sempre contando com a chancela das autoridades –políticas ou religiosas.

Hitler era cristão; o Vaticano matou mais do que os nazistas ao longo de toda sua história; a Noite de São Bartolomeu ficou conhecida pelo sangrento confronto entre protestantes e católicos. É disso que o Brasil necessita?


BÍBLIA SAGRADA?

A bíblia é considerada sagrada. Mas qual, exatamente? A de São Jerônimo, que escolheu a dedo quais escritos e evangelhos seriam colocados ou retirados da edição final com 72 livros ? Ou a de Martin Lutero, que subtraiu 6, deixando a sua versão definitiva com 66? Se é uma obra sacra, portanto perfeita, qual a necessidade de alteração?



Não é a única confusão. Há no Brasil dezenas e dezenas de vertentes do cristianismo. Todas com base nas escrituras; e todas com sua visão peculiar das mesmas. Opiniões realtivas para algo que os fanáticos religiosos tem como absoluto.

De procedência duvidosa (ver documentários do History Channel e do Discovery sobre a “origem” do livro) a bíblia e seus dogmas judaico-cristãos moldaram o mundo ocidental e atravancou a evolução da humanidade em séculos. E essa balela travestida de convergência harmoniosa é que assola o nosso país e nos impede de irmos mais longe.

Os milionários pastores e bispos não endossam nada que ameace suas vidas de luxo e seu poder (“Dê de graça, o que recebeste de graça”). A manipulação é a arma principal; e quando não é suficiente, apelam para o processo de vitimização, alegando perseguição ou intolerância; a mesma que usam para perseguirem homossexuais, subjulgarem mulheres e agredirem ateus ou vertentes religiosas que divergem da deles.

O Estado é laico, exatamente para não beneficiar apenas alguns. As pessoas de visão estreita deveriam entender isso. Ou numa adaptação de ‘fácil digestão’ para os menos privilegiados intelectualmente: pense em um país laico como uma forma de amar A TODOS como a si mesmo, e não apenas o seu colega de banco de igreja. Já seria um bom começo.

Caso contrário, corremos o risco, até pelo atraso intelectual de boa parte da população brasileira, de termos retrocessos na nossa legislação, se a sociedade não estiver vigilante. De trocarmos, perigosamente, a lógica e a razão, pela fantasia e ilusão. Pobre de nós...


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