O Brasil é
laico, segundo a Constituição. Mas alguns políticos e líderes religiosos tentam
brutalizar a Carta Magna com argumentos (?) e atitudes medievais.
Com
bravatas, manipulação e politicagem barata Malafaya, Feliciano e adjacentes se
tornaram vozes de uma massa de zumbis que clama por um estado não laico,
deformado por ações levianas. Eles vociferam contra a lógica e a razão em nome
de uma pretensa divindade que, segundo o “livro sagrado”, legitimou atrocidades
das mais variadas, mas apenas para ajudar uns poucos abnegados sortudos, em
detrimento do restante da população do planeta. São “os escolhidos” ou qualquer
que seja a denominação.
Estas
pessoas andam diuturnamente com o ‘bom livro’ embaixo do braço, para mostrar
que são diferenciados. Ledo engano. Bíblia não é certificado ISO 9000 de
conduta de moral ilibada.
De acordo
com os pastores, bispos, diáconos etc., eles são os ungidos de Cristo. Talvez
por isso se considerem na primazia de mudar as leis em benefício próprio. Insistem em fazer parte da política, esquecendo de uma recomendação antiga: "a César o que é de César...". Combatem todos que tenham uma visão mais liberal de mundo. Espalham preconceitos dos mais variados, regados a machismo e visão tacanha de mundo. Pregam a riqueza e a Teologia da Prosperidade, enriquecendo a cada dia mais, se esquecendo do antigo ensinamento: "vai, vende tudo quanto
tens, e dá-o aos pobres", enquanto os fiéis chafurdam na miséria. Tudo em nome de uma divindade.
O que estas
figuras públicas deveriam entender é que algumas das maiores atrocidades da
história foram cometidas em nome de deus, com a bíblia como instrumento catalisador
de conflitos. Sempre contando com a chancela das autoridades –políticas ou
religiosas.
Hitler era
cristão; o Vaticano matou mais do que os nazistas ao longo de toda sua história;
a Noite de São Bartolomeu ficou conhecida pelo sangrento confronto entre
protestantes e católicos. É disso que o Brasil necessita?
BÍBLIA
SAGRADA?
A bíblia é
considerada sagrada. Mas qual, exatamente? A de São Jerônimo, que escolheu a dedo
quais escritos e evangelhos seriam colocados ou retirados da edição final com
72 livros ? Ou a de Martin Lutero, que subtraiu 6, deixando a sua versão
definitiva com 66? Se é uma obra sacra, portanto perfeita, qual a necessidade
de alteração?
Não é a
única confusão. Há no Brasil dezenas e dezenas de vertentes do cristianismo.
Todas com base nas escrituras; e todas com sua visão peculiar das mesmas.
Opiniões realtivas para algo que os fanáticos religiosos tem como absoluto.
De
procedência duvidosa (ver documentários do History Channel e do Discovery sobre
a “origem” do livro) a bíblia e seus dogmas judaico-cristãos moldaram o mundo
ocidental e atravancou a evolução da humanidade em séculos. E essa balela travestida
de convergência harmoniosa é que assola o nosso país e nos impede de irmos mais
longe.
Os
milionários pastores e bispos não endossam nada que ameace suas vidas de luxo e
seu poder (“Dê de graça, o que recebeste de graça”). A manipulação é a arma
principal; e quando não é suficiente, apelam para o processo de vitimização,
alegando perseguição ou intolerância; a mesma que usam para perseguirem
homossexuais, subjulgarem mulheres e agredirem ateus ou vertentes religiosas que
divergem da deles.
O Estado é
laico, exatamente para não beneficiar apenas alguns. As pessoas de visão estreita deveriam entender isso. Ou numa adaptação de ‘fácil digestão’ para os
menos privilegiados intelectualmente: pense em um país laico como uma forma de
amar A TODOS como a si mesmo, e não apenas o seu colega de banco de igreja. Já
seria um bom começo.
Caso contrário, corremos o
risco, até pelo atraso intelectual de boa parte da população brasileira, de
termos retrocessos na nossa legislação, se a sociedade não estiver vigilante.
De trocarmos, perigosamente, a lógica e a razão, pela fantasia e ilusão. Pobre
de nós...
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