O último
mundial de atletismo realizado na Rússia há poucos dias escancarou de vez
(apenas para os ingênuos de plantão) as condições precárias das várias
modalidades olímpicas brasileiras.
Pela
primeira vez em cerca de 20 anos, o atletismo não consegue um único pódio. A
última chance foi com o revezamento 4x100 feminino. Até a curva final, havia
chances de medalha; depois da queda do bastão, o tênue controle e as aparências
foram a pique.
Ao errar
durante a prova, Vanda Gomes ( a que fecharia a corrida) saiu desolada de
campo, e a um programa esportivo resolveu que era hora de desabafar: "Ficamos
40 dias fora de casa, comendo mal, dormindo mal. É reflexo da preparação. Eu
errei, a Franciele errou, é isso", finalizou Vanda.
Evidente que
a Confederação Brasileira de Atletismo decidiu pelo caminho mais fácil: punir a
atleta com afastamento de três meses a um ano, podendo até não disputar provas
importantes pela seleção brasileira.
É o velho
dilema de usar anéis enferrujados; corta-se os dedos ao invés de retirá-los e
tratá-los.
O revezamento
falhou, mas as outras modalidades também. E há excelentes profissionais por
estas bandas. O que não há são dirigentes à altura dos talentos. Os cartolas do
esporte brazuca são formados na escola da malandragem. Perpetuam-se no poder, usando
e abusando de verbas públicas, que deveriam custear manutenção e/ou formação de
esportistas. Não o fazem. Mas quando surgem pérolas como Gustavo Kuerten, César
Cielo ou Daiane dos Santos, que cresceram profissionalmente graças ao “paitrocínio”,
o Comitê Olímpico Brasileiro logo usurpa as conquistas, dizendo que cada uma
delas ‘É do Brasillll!!!!!!’.
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Mas enquanto
estes mesmos atletas passam privações e dificuldades em suas carreiras, Carlos
Arthur Nuzman (presidente do COB) e outros asseclas conseguem ir na contramão,
construindo um patrimônio estranho e pouco afeito a seus rendimentos oficiais.
Talvez a
culpa seja dos próprios atletas que se deixam ser manipulados. Se não os
iniciantes, ao menos os que já tenham seu nome consolidado no esporte nacional;
ao ponto de bater de frente com a velha guarda de dirigentes esportivos que se
preocupam em amealharam conquistas pessoais; no melhor estilo’ EU ganho, NÓS
empatamos e VOCÊS perdem’.
Do jeito que
as coisas vão, TODOS perderão, mais cedo ou mais tarde.
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