Médicos
estrangeiros no Brasil? Desde o anúncio da decisão da presidente Dilma que o
assunto vem sendo tratado com passionalismo, em especial nas redes sociais.
Criou-se uma verdadeira ‘batalha naval’, que nem de longe sai da superfície da
questão.
Mas os
excessos são abomináveis, como sempre acontece quando algo desse porte está em
na mesa. Politizaram o assunto. E, como sempre, a nossa mídia manipuladora fez
seu papel de juiz e executor.
PADILHA AVISA: BRASIL NÃO VAI TOLERAR XENOFOBIA
PADILHA AVISA: BRASIL NÃO VAI TOLERAR XENOFOBIA
Eliane Cantanhêde,
ao escrever sobre o assunto com o título “Avião Negreiro”, alegou que os
médicos seriam escravos do sistema. Talvez ela, Eliane, seja a melhor pessoa
para falar sobre escravidão, já que está sob o jugo da família Frias há anos e
recentemente, também, se rendeu ao viés escravocrata da famiglia Marinho.
Talvez os
doutores tenham mais liberdade que a pretensa jornalista, afinal ela só pode
falar do assunto que lhe permitem, da forma como querem.
A Veja, a
revista envolvida até o pescoço com bicheiro Carlos Cachoeira, em 1999 aplaudiu
a vinda de médicos da Ilha; mas o governo estava sob a égide dos tucanos,
eternos aliados e protegidos da publicação da família Civita. Dilma é petista,
portanto pode esperar dois pesos e duas medidas.
Na internet,
argumentos pró e contra aparecem aos montes e muitas vezes, as tentativas de
enaltecer ou de satanizar extrapolam os limites da razão.
Os que se
consideram de direita (direita e esquerda nos dias de hoje parecem coisas
arcaicas, mas enfim...) tendem a chamar a vinda dos profissionais de saúde de “plano
comunista” (??); os que se consideram esquerdistas, de uma ação humanitária,
vinda de um país encantado.
Não há “guerrilheiros”
infiltrados entre os médicos, nem Fidel é o mais afável dos seres humanos. Mas
isso só pode ser captado por quem se mantém aquém de partidarização.
Parece haver
um duelo emblemático entre fãs de PT e PSDB, a cada evento importante no
Brasil. Perde-e o foco e quem fica à deriva é a sociedade.
Dos poucos
argumentos lúcidos, está o de que os políticos petistas não serão atendidos por
nenhum dos profissionais estrangeiros. Justo. Mas seja petista ou tucano,
NENHUM DELES seria atendido pelo SUS, também. Os nobres políticos preferem
hospitais como o Albert Einstein, o Sírio Libanês ou qualquer um que tenha uma
estrela de Davi na fachada.
Certo mesmo
é que a vinda destes funcionários do governo cubano é salutar para sanar a
defasagem de doutores nas regiões carentes do país. Posicionar contra isso é
torcer contra quem mais padece pela ausência de um sistema público de saúde: o
povão.
Bradar
contra a vinda de profissionais de Cuba, só por serem de Cuba, é típico de quem
milita na ignorância há anos, com uma mente deturpada por Veja, Estadão, Folha
ou Globo. De qualquer forma, quem está no conforto do lar, amparado por um caro
plano de saúde, longe de hospitais do SUS, protestando pela chegada de reforços
na área, cheira canalhice deslavada.
Leia também:
Esse teu texto deve ter feito arder feridas. Muito bom! Realidade concreta e objetiva. A raiva é grande mas não mata. E os médicos cubanos vem fazer prevenção, então, quem sabe não nos ensinam a viver?
ResponderExcluirValeu pelo comentário, Arlete. Concordo que muitos irão se incomodar com o texto, mas acredite, já estou acostumado com esse tipo de situação. Fazer o que? Blogueiro sofre.Um abraço.
ResponderExcluirO mais ridículo é que criaturas que jamais ligaram para “infiltrações comunistas” nem nada além de dinheiro hoje fazem coro com os mais malucos olavetes berrando sobre a infiltração comunista com os médicos vindos de Cuba. Eles não estão preocupados de fato com comunismo, trata-se apenas de reserva de mercado, arrogância, status e um ódio mesquinho contra a população de renda mais baixa e que vive afastada dos grandes centros; não que o atendimento médico nos centros urbanos seja grande coisa. Os pacientes via de regra são tratados como gado por médicos péssimos formados no Brasil (e com arrogância de sobra).
ResponderExcluirTemos, no Brasil, índices alarmantes de erros médicos graves que tiram vidas, deixam pessoas aleijadas, com terríveis sequelas e os conselhos de medicina fazem o possível e o impossível para manterem seus pares impunes, essas criaturas chegam ao cúmulo de perseguir até mesmos médicos que “ousaram” esclarecer as pessoas sobre os direitos dos pacientes, pois na cabeça podre deles acreditam ser alguma espécie de casta sagrada e inquestionável. Essas mesmas criaturas agora vêm fingir que estão preocupadas com a população exposta a supostos “açougueiros” cubanos? Vão subestimar a inteligência de todos de forma tão infantil? Sim, infelizmente é exatamente o que estão fazendo, só que quase ninguém está caindo na lorota deles.
Eu também sou anticomunista e não estou vendo problema nenhum na vinda dos médicos cubanos. Como eu não concordo com a política de Cuba quero que esses médicos sejam livres para vir para cá.
Não acredito que a saúde de Cuba seja tão boa quanto dizem os propagandistas, porém, muito menos acredito que seja tão ruim quanto agora dizem os caluniadores. Como se esses caluniadores algum dia na vida tivessem realmente se importado com pacientes de classes sociais e lugares que eles nem querem chegar perto ou pelo menos atender com decência. Se os médicos cubanos são tão ruins a própria prática se encarregará de demonstrar isso, de mostrar como eles são “despreparados”, portanto não se deve temer nem a concorrência nem a doutrinação comunista; se esses médicos cubanos forem realmente tão ruins quanto dizem os caluniadores a prática deles seria a melhor propaganda anticomunista existente.
Admira-me ver gente que espuma e esbraveja contra exames de ordem e contra qualquer instituição do gênero, inclusive para os médicos brasileiros, agora ranger os dentes querendo que os que vem de fora façam o Revalida, mesmo os que não vão exercer plenamente a medicina no Brasil.
É muito estranho que os que se dizem favoráveis a concorrência estejam tão incomodados com a dos médicos cubanos. Concorrência só é boa quando deixa de fora o bem-estar dos mais pobres e distantes?
Se são tão fãs da livre empresa não há problema algum em o governo cubano atuar como fornecedor de serviços médicos.
É no mínimo cômico ver criaturas que chamam todo trabalhador que faz greve por aumento de salário de “comunista” e que odeiam legislações que protegem os trabalhadores, dizendo até que essas legislações “prejudicam a competitividade”, de repente, como que por intervenção divina, passarem a se importar (puro fingimento) com as condições de trabalho dos médicos cubanos que, segundo eles, estão em condições de escravidão, a mesma escravidão que não se importariam de impor aos próprios funcionários brasileiros (temos no Brasil até “sumidades intelectuais” falando em contrato de escravidão).
Esses pretensos “defensores da liberdade” também não se importam com as condições análogas à escravidão dos trabalhadores chineses, afinal isso baixa os preços dos fornecedores e lhes rende lucros que não são, nem de longe, repassados aos funcionários brasileiros, ou seja, a criatura ganha duas vezes, uma vez montado na escravidão chinesa e a segunda pagando uma miséria para o próprio funcionário e ainda querendo dar lição de moral como se a pessoa devesse ser grata por ser explorada.
Resumindo: Essa palhaçada contra os médicos cubanos não passa de hipocrisia e mesquinhez travestida de “preocupação” com os rumos do país e do povo.