O
Propinoduto delatado pela própria empresa envolvida na mutreta (a Siemens) e
divulgado pela competente revista IstoÉ (leia AQUI), serviu para escancarar a situação do
PSDB, principal partido de oposição do Brasil e fadado a patinar em momentos
decisivos.
O Mensalão
petista existiu. Isso é fato consumado; pendendo uma dúvida quanto ao
envolvimento (ou não) do ex-presidente Lula no esquema. Processo em vias de ser
finalizado no STF. E quanto ao escândalo do metrô em SP?
Trecho da
revista que denunciou (corajosamente, já que a mídia paulista é pró tucanato) o
esquema: “Para vencerem concorrências,
com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de
linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo – confessaram
os executivos da multinacional alemã –, os empresários manipularam licitações e
corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de
alto escalão.”.
Se para
muitos alienados de plantão foi uma surpresa, para os que estão mais atentos
aos desmandos do PSDB de São Paulo, não é novidade.
No fim dos
anos 90, Goro Hama estava à frente do CDHU, (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo). Hama foi acusado pela Promotoria
de Justiça da Cidadania de causar prejuízo de R$ 685,7 milhões aos cofres do
Estado. Leia mais AQUI.
O imbróglio atingia em cheio o então governador do estado, Mário Covas;
algo inaceitável para o partido que, assim como o PT, tinha seu projeto de
poder bem definido, e Covas era peça fundamental nesse tabuleiro. Ele buscava a
reeleição para governador naquele momento e era nome certo para suceder FHC.
Sem sombra de dúvida, seria mais indigesto para Lula encará-lo em uma disputa
presidencial, do que com José Serra.
O partido
rifou Hama, para preservar seu nome forte à sucessão presidencial, mas saiu chamuscado
do episódio. Além do infortúnio da perda de Covas, vitimado pelo câncer. O jogo
mudou, naquele momento.
O
propinoduto atual segue o mesmo roteiro do problema envolvendo o CDHU.
Presunçosamente contando com a subserviência da imprensa paulista, o partido
achou que tudo passaria em brancas nuvens. Mas bastou a publicação da revista
IstoÉ chegar às bancas, para se tornar uma febre nas redes sociais. Viral, em
todas as páginas de esquerda (sim, porque as conservadoras insistem em
desacreditar a matéria), propiciando uma enorme divulgação, obrigando até a
mídia tradicional e parcial, a tratar do assunto, ainda que a contragosto.
Os tucanos
são oposição. E o que se espera de alguém que se contraponha à situação, é
proposta, projeto, não de poder, mas de governo. Um
candidato da maioria e sem rachas internos, devido à fogueira de vaidades que
consome o partido há anos.
Quando estourou
o mensalão, um impeachment de Luis Inácio Lula da Silva caiu no colo do PSDB.
Faca e queijo nas mãos; bastava conduzir a CPI com maestria. Mas provou-se que
o mesmo esquema ilícito de arrecadação de campanha já assolava o tucanato
mineiro e Roberto Brant, então ministro de Fernando Henrique, do PFL, atual
DEM. Perderam uma chance de ouro para retomarem o poder.
Leia também:
Poderia
servir para apagar os vergonhosos e tenebrosos episódios da compra de votos
para aprovar a reeleição e da privataria.
Hoje,
faltando um ano para as eleições majoritárias, o partido vive uma encruzilhada:
limpar o nome, fazer de Aécio Neves um candidato de fato, tentar conter o
fogo-amigo de Serra e Alckmin (ambos de olho no Planalto e chateados demais com
traições em eleições passadas do senador mineiro) e provar que tem plataforma
de governo.
Porque usar o velho e batido “quanto pior, melhor”, não dá mais
certo. O PT usou e abusou desse recurso durante anos até chegar aonde queria.
Se é para
ser apenas “mais do mesmo”, até nos escândalos, não haveria necessidade de
alternância de poder.
E não para por aí...
A situação do PSDB está ficando cada vez mais complicada, agora ainda falam em mudar o nome do viaduto do Chã para Viaduto Mário Covas..prefiro viaduto da maconha...Já não ia tão bem...e esse português? Talvez venham a tona todos os processos de improbidade administrativa dos tucanos, e sabe lá mais quantos contratos fraudulentos de privatizações feitas em 20 anos de poder no Estado. O dedo inquisidor dos tucanos já não está tão firme agora pra acusar o mensalão do PT. Tudo farinha do mesmo saco...
ResponderExcluirFalou tudo meu amigo Marcos: os dois partidos são farinha do mesmo saco. E sem alternativa viável em 2014, sobra o mais do mesmo. Um abraço
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