Enquanto Primeira-Dama,
Hillary Clinton se preocupava com assuntos sociais, em especial a saúde dos
americanos.
Chegou a
comprar briga feia com o lobby das empresas de seguro-saúde, que atuava no
Congresso. E, apesar de mulher do presidente, ela perdeu a batalha homérica.
Afinal, quem
realmente manda no país são os empresários endinheirados que vivem de apostar
em candidatos e cobrar a dívida, depois de eleitos. Bill Clinton foi um deles. E
os congressistas não eram diferentes. A máfia venceu.
Batalha
perdida, ela não se cansou em tentar modificar os erros do sistema. Mandava
cartas às casas dos americanos, conclamando a reflexão e questionando sobre a
qualidade do sistema público que deveria amparar as pessoas e o que poderia ser
feito para melhorar.
Difícil
imaginar como uma verdadeira democrata poderia se transformar no monstro em
que ela se tornou agora. Isso mudou já durante a administração Bush, onde o
Decreto Patriota, que violentou cada direito constitucional dos americanos, rasgou
a constituição em nome do combate ao terror, teve a anuência de quase todos os
democratas, inclusive a própria Hillary e o atual presidente Obama. Uma afronta
à liberdade individual e os direitos civis.
Resolveu que
era hora de se lançar candidata à presidente e numa disputa fratricida com
Barack Obama, onde a baixaria rolou solta, perdeu a indicação, se vendo
obrigada a apoiá-lo durante a campanha, com a promessa do partido de que teria
um cargo no eventual governo e seria a sucessora natural.
Endossou
cada ato vil da administração Obama, do qual é peça importante, como Secretária
de Estado. E não poderia ser diferente. Seria uma contradição já que, ainda
como senadora havia mostrado suas garras ao apoiar as medidas fascistas de
George Bush, durante a invasão ao Iraque e Afeganistão; mudar de lado,
justamente quando deixou de ser oposição e se tornou situação, seria estranho.
Legitimou as
mesmas guerras herdadas do governo anterior e mantidas pelo establishment
bélico dos EUA, principal financiador de campanha de políticos, seja dos
Democratas como dos Republicanos.
Atacou
potências mundiais, como Rússia e China, em especial no quesito direitos
humanos, quando o seu próprio país brutalizava homens e mulheres em prisões
secretas pelo mundo. A de Guantánamo, uma das poucas conhecidas do grande
público, é até hoje palco de horrores e barbáries contra a dignidade humana.
Focou suas ações em concentrar ainda mais o poder e a hegemonia dos EUA,
principalmente no Oriente Médio. Dando apoio logístico e bélico para manter fascistas
aliados ou derrubar pessoas que não comungavam com seus “ideais”. O
status quo americano foi abalado com a chegada da “Primavera Árabe”.
Endossou as
ações nazistas de Israel, olhando para o outro lado quando o exército
israelense barbarizava com a vida de civis palestinos (aos milhares) e se
indignava quando o Hamas lançava foguetes de curto alcance em direção a
Jerusalém, danificando o asfalto. Vinha a público achincalhar com o Estado
Palestino, chamando o país de terrorista. Perdeu a chance de contemporizar;
rompeu a promessa de se campanha de Barack Obama.
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O atentado
contra a embaixada americana na Líbia, onde o embaixador americano, J. Christopher Stevens morreu,
junto com mais três funcionários deixou a Casa Branca em maus lençóis. A
incompetência era escancarada e respingava em Hillary e no Big Boss.
Hillary foi
responsável por recrudescer o discurso contra nações soberanas, mas que
recusavam se curvar ante o imperialismo americano.
Abandonou o
discurso contemporizador da época de seu marido (que Bill usava quando lhe era
conveniente, é claro). Defendeu o envio de mais soldados ao Iraque e ao
Afeganistão. Concomitantemente, o número de veteranos que foram abandonados ao
voltar para casa com sequelas (doentes, mutilados ou com “neurose de guerra”)
aumentou, assim como aqueles que cometeram suicídio. Abandonados pelo próprio
governo que os usou, descaradamente, como meio para um fim. Fato que envergonha
um governo dito “democrata”.
Mesmo com a
economia combalida, com a influência global enfraquecida e a imagem desgastada,
devido aos recentes escândalos divulgados por Edward Snowden sobre a espionagem
contra cidadãos de inúmeros países, os Estados Unidos provavelmente acompanharão
a ascensão de mais um democrata ao poder. Hillary Clinton poderá se tornar a
mulher mais poderosa do mundo. E o cenário que isso promete é sinistro e
tenebroso. O planeta lamenta.