Se Jesus estivesse aqui, nos dias de hoje, tenho certeza que
ele teria mais problemas do que há cerca de 2000 anos, quando SUPOSTAMENTE, nos
brindou com sua presença (não confirmada oficialmente).
Provavelmente, ele iria combater com todas as forças a tal
da ‘Teoria da Prosperidade’. Ao fazer isso, arregimentaria inúmeros inimigos,
como os milionários de plantão: Edir Macedo, Estevam e Sônia Hernandes, R.R.
Soares, Valdomiro Santiago, Marco Feliciano e Silas Malafaia.
É evidente que eles tentariam dissuadi-lo com argumentos do
tipo: “Ei, Jesus, vamos pregar a prosperidade!”; e ele teria que contra
argumentar, dizendo “Bem aventurados os pobres, pois deles serão o reino dos
céus”. Os bispos e pastores iriam rir e dizer que isso não funcionaria nos dias
de hoje. O tal Messias seria vítima de escárnio e campanha difamatória.
Se ele estivesse por aqui, também teria problemas com a
Igreja Católica que rejeita qualquer ensinamento ou dogma que não fosse
proferido pelo Papa em pessoa.
Ao negar vínculo com o Vaticano e afirmar, peremptoriamente,
que a Inquisição foi uma mancha negra na história da humanidade, Cristo seria
acusado de heresia por ousar questionar
a legitimidade da Igreja como representante de Deus na Terra. Ao aparecer de maneira apoteótica na Praça de
São Pedro (que nunca esteve em Roma e teve o nome apropriado de maneira ilícita)
o “Santo Papa” seria ovacionado pelos fiéis (!!). E teria sucesso ao
desacreditar o tal messias em praça pública, o chamando de herege. Este, por sua vez, diria “vocês transformaram
a casa de meu Pai em um covil de cobras e ladrões”. O Tribunal da ‘Santa’ Sé
seria seu destino e a punição, inevitável. Para muitos católicos, o “Vigário Geral de
Deus na Terra”, seja João Paulo II, Bento XVI ou Francisco é uma divindade.
Cabe a ele a palavra final sobre os desígnios religiosos de suas ovelhas e,
conseguinte, da humanidade. Prova de que isso é verdade que os escândalos
envolvendo pedofilia e lavagem de dinheiro no seio da igreja católica não
abalaram os prosélitos.
O Vaticano faria a opinião pública se virar contra o
Messias, endossando um novo processo de punição. Se não pela crucificação,
Cristo seria excomungado e amaldiçoado por pregar coisas que a Igreja Católica
abomina, como o voto de pobreza e a evolução espiritual. Nada mais hedonista do
que uma religião matar mais pessoas ao longo da história, do que o nazismo.
Ainda que conseguisse escapar dos pastores gananciosos,
sedentos por fama e fortuna e da inquisição
católica, como ele se livraria dos EUA?
Seria acusado de terrorista por pregações comunistas (“bem
aventurados os pobres, pois deles serão o reino dos céus”) e Jesus teria que
suportar uma investigação pesada da CIA sobre sua vida e suas associações. Uma
nova edição de “pescadores barbudos e oriundos da Palestina e Jordânia como
discípulos”, levaria a uma constatação de supostas conexões com células
terroristas. A Fox News faria a cobertura da notícia, em primeira mão e abriria
o noticiário das 18 horas com a manchete: “nova guerra ao terror”, agora contra
um tal morador do Oriente Médio que se intitula o ‘filho de Deus’.
Barack Obama faria um pronunciamento à nação americana,
tranquilizando seus compatriotas que essa afronta não será tolerada e imporá
sérias sanções contra o país de Cristo. Sua cidade natal, Belém, seria ocupada
por fuzileiros dispostos a tudo para levá-lo sob custódia, principalmente se
houver um prêmio por sua cabeça. A ONU se pronunciaria, como sempre, a favor da
decisão americana.
Após sua prisão, veríamos o “julgamento do século”. E a não
ser que Jesus se comprometesse a seguir a cartilha dos EUA à risca, teria que
cumprir pena em Guantánamo.
Mas o maior incomodado com toda essa história seria o
governo de Israel.
Preocupado que as pessoas acreditassem que Cristo é de fato
o Messias anunciado pelos profetas bíblicos (aqueles que os próprios hebreus
enforcavam, de tempos em tempos, quando não concordavam com suas previsões), o
primeiro ministro israelense se apressaria em desmentir tal afirmação, dizendo
que o povo judeu ainda espera por seu ‘libertador’, se esquecendo,
convenientemente, que o Sinédrio, no ano de 78 D.C, já havia reconhecido Bar
Cosiba como o “Escolhido” de Deus e que os levou a uma guerra inútil contra
Roma, marcando a derrocada dos judeus, naquela época.
O premiê de Israel pressionaria seu único aliado no mundo, o
governo dos EUA, a exigir retaliação, justificando sua decisão alegando que
Jesus, com suas afirmações, apoiava o fim do sionismo e, conseguinte, do estado
israelense.
Vendo sua condenação iminente por falsos apóstolos, judeus e
pelos Estados Unidos (o império romano da atualidade), teria Jesus a lucidez de relevar os acintes,
as provocações e as humilhações causadas por pessoas mesquinhas e perversas?
Talvez. Ou talvez ele tenha aprendido, às duras penas que “dar
a outra face” pode parecer um jogo perigoso ou terrivelmente deslocado para os dias de hoje.
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Meu caro amigo Marcelo, adorei seu texto.
ResponderExcluirReceba meus aplausos de pé...
Um forte abraço.
Minha amiga Claudinha, obrigado de coração por seu apoio, por sua atenção e sua amizade, acima de tudo. Um grande abraço pra você.
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