quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Brasil já teve seu “11 de Setembro”. Ou quase...




Sequestro do voo 375 foi uma ação ocorrida no voo da VASP em 29 de setembro de 1988 por Raimundo Nonato Alves da Conceição, que tinha como objetivo colidir o avião com 98 passageiros e 7 tripulantes a bordo1 contra o Palácio do Planalto em Brasília. O voo, numa aeronave Boeing 737-300, partiu de Porto Velho rumo ao Rio de Janeiro, fazendo escalas em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. Na fase final do voo, entre a capital mineira e o Rio de Janeiro, foi sequestrado e desviado para Brasília.



Raimundo, na época com 28 anos, havia perdido seu emprego na construtora Mendes Júnior em Minas Gerais. No final da década de 80, o Brasil enfrentava uma péssima fase econômica com elevados índices de desemprego e inflação. Raimundo decidiu punir quem achava ser culpado pela má situação pela qual ele e o País passavam: o então presidente da República, José Sarney, lançando um avião contra o Palácio do Planalto, onde fica o Gabinete Presidencial.

Raimundo comprou um revólver calibre 32 e embarcou no voo VP-375. É importante ressaltar que na época, aparelhos de raios-X e detectores de metal não eram utilizados para verificar bagagens para voos nacionais, o que permitiu a passagem livre do passageiro. O voo, que vinha de Porto Velho e fazia escala em Belo Horizonte, decolou às 10h42 e cerca de 20 minutos após a decolagem, com o avião já no espaço aéreo do Rio de Janeiro, Raimundo Nonato anunciou o sequestro: disse que queria entrar na cabine e baleou Ronaldo Dias, um comissário de bordo, quando este tentou impedí-lo. Disparou várias vezes contra a porta da cabine, a arrombou e entrou. Ao entrar, Raimundo baleou o engenheiro de voo, Gilberto Renher, que teve a perna fraturada pelo tiro. Sem que o sequestrador percebesse, o piloto Fernando Murilo de Lima e Silva acionou pelo transponder o código 7500, que na linguagem da aeronáutica, indica interferência ilítica (sequestro). Quando tentava atender à resposta do Cindacta pelo rádio, o co-piloto Salvador Evangelista foi baleado pelo sequestrador e morreu na hora. Em seguida, Raimundo apontou o revólver para o piloto e exigiu que a aeronave fosse desviada imediatamente para Brasília.





Raimundo acabou desistindo de jogar o avião contra o Palácio do Planalto, mas impediu o comandante de pousar o avião quase sem combustível no Aeroporto Internacional de Brasília e na Base Aérea de Anápolis. Quando se aproximou de Goiânia, o piloto fez duas manobras acrobáticas (um "tonneau" e um parafuso) que foram testemunhadas por um caça Mirage III. Obteve sucesso na segunda manobra, o que permitiu um pouso rápido no Aeroporto Internacional Santa Genoveva às 13h45. 

Em terra, o sequestro e as negociações continuaram por várias horas. O sequestrador chegou a exigir um avião menor para fugir, mas por volta das 19h, quando descia a escada do avião usando o comandante como escudo, acabou sendo baleado três vezes pela equipe de elite da Polícia Federal. Morreu dias depois, vítima de uma infecção por anemia falciforme, sem relação com os tiros, segundo o legista Fortunato Badan Palhares.


A reportagem:





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