Não é de
hoje que a polícia militar dos estados da federação são alvo de reclamações por
ações truculentas. Mas desde as manifestações que se intensificaram no primeiro
semestre, o despreparo se acentuou de maneira tal, que até órgãos
internacionais dos direitos humanos se pronunciaram contra.
Mas o que
faz um policial, que na teoria está lá para proteger e servir (o cidadão e a sociedade)
se descontrole ao ponto de torturar e agredir civis desarmados e que, na maioria
das vezes sequer representam ameaças? A mando de quem?
Muitas vezes
contando com a própria subserviência da mídia, atrelada a seus compromissos com
prefeitos e governadores eleitos com a ajuda de veículos de imprensa, os
disparates foram se multiplicando e passando para o público que era um guerra
da sociedade contra “vândalos”. Depois, contra os “mascarados” (sim, porque
para os maganos da mídia tupiniquim, máscara é sinônimo de covardia), em
especial os Black Blocs. Políticos não usam máscaras, mas agem como
delinquentes, e ainda assim, pouco se ouve sobre suas atividades criminosas.
E os
protestos sempre foram (com raras exceções) por motivos justos. Desde
transporte público de qualidade, até reivindicações salariais, passando por cobranças
aos políticos. A pergunta é: de que lado está a polícia militar?
Não se
discute o dever de se proteger o patrimônio público, defender transeuntes e evitar
eventuais crimes. Mas é só até o capítulo 2 que vai o trabalho da corporação. Muitos começaram a tomar gosto pela liberdade ilimitada de agredir, brutalizar sem medo de eventuais punições. Quando acontecem são apenas medidas administrativas.
INFILTRADOS
Longe de
conseguirem manipular a opinião pública (mesmo com a ajuda da mídia), os
policiais resolveram tentar outra técnica, digna da Gestapo de Hitler:
infiltrações. Passamos a conhecer os P2,
indivíduos que se fazem passar por integrantes das passeatas nas ruas, pra
depois ‘tacar fogo no circo’.
Graças a
mídia independente (a Ninja, por exemplo), junto com a blogosfera (como sempre)
difundindo conteúdo nas redes sociais (viva a internet, amigo!) as pessoas
puderam ter acesso a real situação das ruas.
Um a um, os
P2 foram expostos à luz das mentiras contadas de maneira contundente, para ganhar
simpatizantes, mas que tomaram o caminho oposto. Com isso, a truculência só
aumentou.
ENQUANTO
ISSO, NO RIO...
A gota d’água
foi a manifestação dos professores da rede municipal do Rio de Janeiro, que
foram covardemente atacados pela força de repressão do governo Cabral. Tanto
ele, o pseudo governador, quanto o prefeito Eduardo Paes são amigos de
carteirinha, portanto é comum um proteger ou blindar o outro. A Globo, que
apoiou a eleição de ambos, também faz a linha de “olhar para o outro lado”, mas
com a repercussão negativa de sua linha editorial durante os últimos meses junto à
população (“O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”), a direção da casa achou
por bem, defender os dois, mas com cautela.
Ver
professores, que são constantemente achincalhados pelo sistema, vilipendiados
pelas autoridades e menosprezados por muitos do corpo discente, apanhar de
policialzinho, capacho do sistema é lamentável.
Um
verdadeiro policial militar deveria apoiar os grevistas, endossar as
reivindicações e engrossar o coro dos excluídos. Acabaram optando pelo lado
errado da força. Pena.
Há os que os
defendam alegando que eles não tinham opção. São funcionários do governo. Bom,
os professores também; e nem por isso se omitiram de lutar contra a dura e triste realidade.
Os Black
Blocs deram a ‘cara à tapa’, uma atitude que incomoda muita gente. É inegável também
que houve excesso, como sempre acontece. Mas foram estes mesmos “encapuzados”
que se entrepuseram no conflito da PM e dos manifestantes em greve.
O que ficou
difícil aceitar, em mais uma prova cabal da hipocrisia do sistema, foi a
imposição de se usar máscaras por parte dos cidadãos durante manifestações e
protestos; mas havia vários integrantes da Polícia que usavam a famigerada “touca
ninja”, dificultando reconhecimento.
Os “Blocs”
chamaram para si o confronto que era inevitável (em momento algum o prefeito
quis dialogar e a ação militar era iminente, portanto...). Mesmo assim, houve
abusos, truculência, provocações e, como sempre, impunidade. Comum encontrar
nas redes sociais provocações por parte de algum PM aos professores.
Faz com que
tenhamos sérias dúvidas com relação à seleção desses “profissionais”. Existe um
exame psicotécnico para admiti-los? São periodicamente analisados ou passam por
processos de reciclagem? Há pessoas que fiscalizam suas ações nas ruas? Difícil
dizer. Parece claro que sua profissão é estressante; o que não fica claro é o porquê
de descontarem suas frustrações na população (cidadãos desarmados) se poderiam evitar postura tão beligerante.
Talvez se
houvesse um mínimo de consciência política por parte dos nossos colegas da corporação...Os
grevistas protestavam por algo justo. Algo que interessa, e muito, aos PMs: SALÁRIO
JUSTO E DIGNO.
Se era
inevitável a violência por parte deles, deve-se dizer que os policiais bateram
nas pessoas erradas.
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