quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Os Alienados da Pátria Amada




Esporte é a única forma de convencer o brasileiro a ser "patriota", a cantar o hino nacional e se considerar a nação 'abençoada' por deus. Seguindo essa toada, alguns atletas conseguiram o estranho rótulo de "heróis" por suas trajetórias pela seleção, seja de futebol, vôlei, basquete, ou até em esportes onde se pratica sozinho.




Um dos expoentes desse ufanismo barato é o jogador aposentado Oscar "Mão Santa " Schmidt. Grande atleta, craque em momentos decisivos, Oscar tende a trocar alhos com bugalhos, quando se trata do basquete brasileiro. Prefere defender até a morte a prioridade à seleção brasileira, do que aos clubes.

Suas críticas se intensificaram nos últimos meses, quando a seleção foi eliminada na recente Copa América. O técnico argentino Rubén Magnano criticou a dispensa dos jogadores que atuam na NBA; apesar de não gostar do treinador (por ser estrangeiro), Schmidt fez eco. Mas suas palavras ganharam uma conotação diferente, revanchista contra os atletas que jogam no campeonato de maior destaque do planeta. Talvez porque ele mesmo nunca pôde atuar em quadras americanas.


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O reflexo de suas ações panfletárias se mostraram no último domingo (13/10) durante o jogo exibição entre clubes dos EUA: Chicabo Bulls e Washington Wizards. Nenê Hilário, jogador do Wizards e Leandrinho, que estava assistindo ao jogo, na platéia, ambos que pediram dispensa, sentiram na pele o efeito das palavras mal colocadas de Oscar: apupos, o tempo inteiro.

As vaias, o clima hostil são reflexos de uma visão errática de atribuir uma convocação para "servir a seleção" como algo literal. Veja AQUI.

Tudo é política. Os dirigentes que se eternizam no comando da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), os investimentos escassos e a base sendo relegada a segundo plano deveriam ser criticadas com a mesma ênfase, não só por Schmidt, mas por outros ex atletas que passaram pela "amarelinha". Mas ao crucificar jogadores 'estrageiros' em público, o Mão Santa acaba fazendo o joguinho da CBB e do COB, Comitê Olímpico Brasileiro, um feudo de Carlos Artur Nuzman que pouco faz pelo esporte nacional. Alguém já viu Oscar ou qualquer outro atleta aposentado criticar o Nuzman abertamente? Nem eu.


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Os jovens que se dispuseram a jogar basquete no país do futebol tiveram um início sofrível, com imensas dificuldades. Para conseguir atuar em um grande clube (e são pouquíssimos no país) é algo muito raro; depois de muito tempo ele consegue se manter, já que no início de carreira é apenas através do "paitrocínio". Alguns poucos são selecionados para a seleção, e um número ínfimo consegue jogar no exterior. Pergunto: qual a dívida que esse jogador tem com a seleção? Ele foi usado como todos os outros antes dele; era um número e de um número não passou. Quando ganhava algo a conquista não era "do Brasil!!!!", era da cartolagem e dos patrocinadores da Confederação; mas ao perder a derrota era só dele, e de mais ninguém. Ele deveria ter feito algo além do que já fez, apenas por um sentido patriótico, arcaico e cheirando a mofo?  Lógico que não. Oscar "servia" a seleção DE GRAÇA? Claro que não. São profissionais, e como tais devem ser suas condutas. Sem decisões apaixonadas.

Pode parecer exagero, mas não é. Clube, seleção são empresas, onde rola grana e apenas meia dúzia se dá bem. Oscar não se apercebe do comentário que fez, pois pensa como os senhores do esporte nacional. Nenê, Leandrinho, Varejão, Marquinhos, Tiago Spliter e Vítor Faverani estão a serviço da empresa que os paga (e paga bem).


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Trocar o clube pela convocação da CBB, para ganharem menos, ser os principais responsabilizados caso não haja classificação ou conquista, além de correrem o risco de lesões (coisa pela qual a CBB não se responsabiliza), ficando com o futuro profissional comprometido, não parece uma atitude lógica.
Oscar é um profissional vitorioso. Sempre primou pelo talento nato. Mas se deixou levar pela conquista no Pan de 1987, quando a força máxima brasileira ganhou dos universitários que integravam a seleção americana. Foi sua maior conquista --talvez o único título de expressão. A partir daí qualquer coisa que envolvesse o esporte em âmbito internacional, virava uma batalha naval.

No mundo moderno, esporte é sinônimo de profissionalismo. Quem se descuida é ultrapassado ou perde lugar. Mentalidade atrasada só ajuda a retardar a evolução do esporte no Brasil. É com isso que contam os cartolas brasileiros. Com isso e com os 'arremessos' do Mão Santa, no melhor estilo FOGO AMIGO.



Deu na ESPN: "Bola de latão. Basquete. A sublime confederação brasileira mandou e-mail gratificante aos times que disputarão o Brasileiro sub-15 feminino da segunda divisão, em Goiânia. As garotas devem levar roupa de cama, toalha, sabonete, pasta de dente e outros apetrechos. O torneio será no final deste mês."


E viva o país dos esportes!!




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