segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CUBA e ISRAEL






Parece paradoxal citar em um mesmo texto dois países tão distantes e díspares quanto Cuba e Israel. Só que não.

Apesar da distância e do pouco em comum, podemos analisar a geo-política atual através destas duas nações.

É com pesar que vemos a realidade dos cubanos, sua luta diária para se manter, enquanto que causa espanto o cotidiano de israelenses e a dura jornada, mas dos que os cercam e que por eles são perseguidos.



Cuba tem eleições livres e democráticas, não obstante controlada com mão de ferro pelos irmãos Castro, há décadas. O sistema permite a participação popular de maneira mais direta do que em outros países.O parlamentarismo do regime sionista é enganoso, pois não consegue expressar uma maioria significativa, a não ser com a política do “toma-lá-dá-cá”, muito familiar ao Brasil, por exemplo. Em geral, a extrema direita mant´me o poder, recrudescêndo as relações exteriores contra a comunidade internacional.

A Ilha é um lugar paradisíaco, com rota de turismo crescente, ano após ano. Além de uma terra íngreme e árida, os pontos turísticos em Tel-Aviv e Jerusalém se resumem a dogmas religiosos.



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Fidel, Raul (e Che Guevara) implantaram saúde e educação de qualidade. Com a debandada de boa parte dos profissionais destas áreas específicas após a Revolução de 1959, houve a necessidade extrema de investirem em médicos e professores, bases importantes em qualquer sociedade evoluída; o governo de Israel investe na indústria bélica e pouco se importa com a preservação da vida.

O regime cubano não conta com o apoio ou proteção de país algum. Ao contrário, sempre foi vítima de um nefasto bloqueio econômico por parte da nação mais repugnante do planeta, os EUA.  Benjamin Netanyahu (e todos os seus antecessores) conta com o dinheiro e apoio logístico do benemérito Tio Sam, há décadas desviando dinheiro de seus próprios contribuintes para ajudar a implantar uma supremacia digna de Hitler no Oriente Médio.

Cuba quase foi varrida do mapa, durante a crise da Baía dos Porcos. Era o estopim para a 3ª guerra mundial. Já o governo de Tel-Aviv ninguém incomoda. Com um arsenal poderoso e um padrinho influente, não seria de bom tom ao fazê-lo.



A ilha caribenha é bem quista por todo o continente e admirada por outras tantas nações, mundo afora. Isso é fácil de entender, já que não causa cisão entre países, não se preocupa em agredir vizinhos, nem em exterminar povos para lhes tomar terras. Israel é o país mais odiado do mundo, depois dos Estados Unidos. Seu regime de Apartheid, segregando árabes (em especial palestinos) e os aniquilando gradativamente para poder expandir seu território, nos remete ao sofrimento dos próprios judeus durante a 2ª guerra mundial. O país sionista implementa uma versão do 3º Reich alemão, com a sanção de Washington.

Ao se rebelarem contra o regime injusto e criminoso de Fulgêncio Batista, Castro e todos os outros que acreditavam na ‘revolução’ foram taxados de guerrilheiros. A reação à isso foram várias tentativas de matar Fidel (o assassinato de Che), invasões à Ilha para perpetuar um golpe de estado à americana e um cerco que prejudica a população. Mas nada foi feito até hoje para punir o governo israelense por suas inúmeras monstruosidades de guerra, suas várias agressões ao povo árabe e os crimes contra a humanidade (inclusive, uso de armas químicas contra civis palestinos); nessa hora a ONU é de um silêncio atroz.



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Ainda assim, e com todas estas adversidades, Cuba se tornou referência em áreas humanitárias, tem índices de analfabetismo menores do que muitos países europeus, a saúde é exemplar, exportando profissionais para todo o planeta (as vítimas de Chernobyl foram tratadas na Ilha) e, graças aos EUA conseguiu angariar simpatia do mundo, devido à vitimização oriunda do tratamento desumano de Washington contra Havana. Israel, por sua vez, conseguiu se notabilizar por guerras, mortes, desrespeito à vida e sede de poder descontrolada. E, graças aos Estados Unidos tem despertado ódio e asco, graças aos métodos nazistas empregados contra a população da Palestina. E até por seu envolvimento em derrubadas de governo e no próprio 11 de setembro.

Mas na opinião de muitas pessoas, o regime cubano é o vilão. Castro é satanizado por muita gente que sorve as palavras da Veja, do Estadão, da Folha e da Globo, como se fossem verdadeiras. De novo, culpa do governo totalitário dos EU. Com grande influência por estas bandas faz com que a mídia brasileira acompanhe o dilema do povo cubano, nas mãos do terrível Fidel, com pesar. Mas não se interessa no que passa no Oriente Médio, pois é APENAS um conflito entre “israelenses e os terroristas palestinos”.


Massificação é um câncer. Consegue convencer que um lugar com seus problemas internos é o inferno na terra e que a agonia de um povo possa ser sonoramente ignorada, como se fosse algo comum. E assim caminha a humanidade...



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