Não se pode
dizer certas palavras ou expressões nos dias de hoje sem que os mais sensíveis
se choquem e comecem a criar balbúrdia. Assim como não se pode acompanhar em
uma telenovela que um vilão seja de determinada profissão para que as pessoas,
teoricamente atingidas, reajam de maneira ruidosa.
São os “Politicamente
Corretos” que, com suas mentes tacanhas, atrofiadas por anos de pouco uso,
acabam criando polêmicas e causando mal estar, muitas vezes cerceando a
liberdade de expressão alheia.
Nos dias
atuais não se pode mais dizer deficientes físicos, apenas ‘portadores de
necessidades especiais’; o catador de papelão virou ‘coletor de material
reciclável’; se antes havia as denominações “brancos e pretos”, agora apenas brancos
e ‘afrodescendentes’.
A questão é:
MUDA ALGO?
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Os Politicamente
Corretos (PCs) diriam que são formas mais dignas de tratar estas pessoas. Seria
isso ou apenas um jeito de atenuar uma realidade que os incomoda?
É sabido que
os PCs são conservadores, elitistas muitas vezes, principalmente quando os
convém. Talvez chamar uma pessoa de “coletor de material reciclável” torne a
realidade (apenas para ele) menos chocante. Afinal o Politicamente Correto
dificilmente se importa se há alguém em situação periclitante. Na sua cabeça
limitada, é a forma que encontrou de “ajudar a resolver o problema”. Como se
tudo se resumisse a uma mera nomenclatura...
Ao usar a
palavra “afrodescendente”, o racismo está intrínseco, proveniente de atavismo
milenar, mascarado pela atitude contemporizadora. Assim como citar o “portador
de necessidades especiais” é meramente para entrar no jogo da sociedade. Uma
escamoteação por não incluí-lo na sua empresa, via lei de cotas. Ou para ignorar a vaga em estacionamento, reservada aos deficientes, que o PC insiste em usar.
Talvez o que
deva mudar não são as expressões para se referir a alguém; e sim a ATITUDE.
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