O Início do Fim
Todo império
cai; tudo que sufoca a liberdade e o desenvolvimento daqueles que se tenta
aprisionar ou manter sob cabresto, acaba ruindo.
O início do
fim da Rede Globo de Televisão começou exatamente no dia 06 de agosto de 2003,
quando faleceu Roberto Marinho, jornalista, empresário de mídia, dono das
Organizações Globo.
Tudo era
diferente enquanto estava vivo. Governantes se curvavam a ele, ministros
eram empossados com sua anuência e a concentração de mercado midiático era
quase total.
Hoje, os
Marinho Brothers, herdeiros de uma dinastia que sempre sonhou com poder
absoluto, penam em todas as frentes possíveis e imagináveis para manter um mínimo
de respeito pelo nome da famiglia.
Pela primeira vez, a concorrência com outras emissoras de TV é acirrada. Seja contra SBT ou Record, as coisas estão mais parelhas. E mesmo em momentos de glória de uma Manchete (a primeira a incomodar, de fato, o império global), nunca se viu uma disputa fratricida como a travada contra o canal dos Bispos. A linha editorial é beligerante, provocativa e acintosa. Sem medir as palavras ou as imagens, a emissora paulista tem pegado pesado e demarcado território. Assim como Silvio Santos com seu Sistema Brasileiro de Televisão, a Rede Record também tem roubado pontos de audiência e alguns contratados da Globo. Se antes era sinal de prestígio pertencer ao "Plim-Plim" (o efeito 'Bozó', personagem célebre de Chico Anysio), nos dias de hoje vale é onde pagam mais.
Se alguém
ainda insiste em desacreditar o argumento em questão, basta lembrar dos
movimentos pelas ruas do Brasil, desde o início do ano. Em praticamente todos,
era uníssono o coro de “Fora Rede Globo”
e “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.
Nas manifestações todos os “profissionais” da emissora foram achincalhados e, literalmente expulsos dos protestos. Repórteres tiveram que andar com
seguranças e sem o logo do canal nos microfones, para evitar prévia
identificação. Havia mais.
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* A Casa Grande e a Senzala da Globo
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Tentou
subterfúgios de outrora, quando se manipulava a opinião pública para
determinados fins. Se fosse na época de “papai”, a massificação teria dardo
certo. Mas hoje a direção de “jornalismo” da casa não consegue ao menos
convencer o cidadão comum de que 2+2 são 5, matemática que sempre funcionou com
o “Dr.” Marinho vivo. Doutor em quê, mesmo?
Nunca foi
novidade que a emissora carioca fraudasse ou evitasse pagar suas dívidas (a que
está pendente no BNDES é estratosférica), mas ser pega, isso nunca aconteceu.
Mas tudo mudou com o conhecimento público do Processo de 2006 da Receita
Federal em que a Globo devia mais de 615 Milhões de Reais, divulgado pelo blog
do Cafezinho. A imprensa independente ferveu e explorou o assunto à exaustão.
Nas redes
sociais, formou-se a maior concorrência ao horário nobre da antiga “Vênus
Platinada”: o Facebook. E o grande concorrente no mercado publicitário: o
Google. Um drenou números do Ibope global e o outro, uma dose maciça de
faturamento que era concentrado de maneira irregular e desonesta, pelos
herdeiros. E, com uma internet livre fica fácil falar o que se pensa da
emissora, criando páginas, comunidades, blogs e etc.
Se em um momento
da nossa história, Roberto Marinho ditava o ritmo do país, hoje a realidade é
bem diferente, e os irmãos João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto
Irineu Marinho estão aprendendo da pior forma possível. Afinal, um império custa
caro erguer, mas mantê-lo, sem a ajuda do rei em pessoa é quase impossível.
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