Parece
paradoxal citar em um mesmo texto dois países tão distantes e díspares quanto
Cuba e Israel. Só que não.
Apesar da distância e do pouco em comum, podemos analisar a geo-política atual através destas duas nações.
Apesar da distância e do pouco em comum, podemos analisar a geo-política atual através destas duas nações.
É com pesar
que vemos a realidade dos cubanos, sua luta diária para se manter, enquanto que
causa espanto o cotidiano de israelenses e a dura jornada, mas dos que os
cercam e que por eles são perseguidos.
Cuba tem
eleições livres e democráticas, não obstante controlada com mão de ferro pelos
irmãos Castro, há décadas. O sistema permite a participação popular de maneira mais direta do que em outros países.O parlamentarismo do regime sionista é enganoso,
pois não consegue expressar uma maioria significativa, a não ser com a política
do “toma-lá-dá-cá”, muito familiar ao Brasil, por exemplo. Em geral, a extrema direita mant´me o poder, recrudescêndo as relações exteriores contra a comunidade internacional.
A Ilha é um
lugar paradisíaco, com rota de turismo crescente, ano após ano. Além de uma terra íngreme e árida, os pontos
turísticos em Tel-Aviv e Jerusalém se resumem a dogmas religiosos.
Leia também:
Fidel, Raul
(e Che Guevara) implantaram saúde e educação de qualidade. Com a debandada de boa parte
dos profissionais destas áreas específicas após a Revolução de 1959, houve a
necessidade extrema de investirem em médicos e professores, bases importantes
em qualquer sociedade evoluída; o governo de Israel investe na indústria
bélica e pouco se importa com a preservação da vida.
O regime
cubano não conta com o apoio ou proteção de país algum. Ao contrário, sempre foi vítima
de um nefasto bloqueio econômico por parte da nação mais repugnante do planeta,
os EUA. Benjamin Netanyahu (e todos os
seus antecessores) conta com o dinheiro e apoio logístico do benemérito Tio
Sam, há décadas desviando dinheiro de seus próprios contribuintes para ajudar a
implantar uma supremacia digna de Hitler no Oriente Médio.
Cuba quase
foi varrida do mapa, durante a crise da Baía dos Porcos. Era o estopim para a
3ª guerra mundial. Já o governo de Tel-Aviv ninguém incomoda. Com um arsenal
poderoso e um padrinho influente, não seria de bom tom ao fazê-lo.
A ilha
caribenha é bem quista por todo o continente e admirada por outras tantas
nações, mundo afora. Isso é fácil de entender, já que não causa cisão entre
países, não se preocupa em agredir vizinhos, nem em exterminar povos para lhes
tomar terras. Israel é o país mais odiado do mundo, depois dos Estados Unidos.
Seu regime de Apartheid, segregando árabes (em especial palestinos) e os aniquilando
gradativamente para poder expandir seu território, nos remete ao sofrimento dos
próprios judeus durante a 2ª guerra mundial. O país sionista implementa uma versão do 3º Reich alemão, com a sanção de Washington.
Ao se
rebelarem contra o regime injusto e criminoso de Fulgêncio Batista, Castro e
todos os outros que acreditavam na ‘revolução’ foram taxados de guerrilheiros.
A reação à isso foram várias tentativas de matar Fidel (o assassinato de Che),
invasões à Ilha para perpetuar um golpe de estado à americana e um cerco que
prejudica a população. Mas nada foi feito até hoje para punir o governo israelense
por suas inúmeras monstruosidades de guerra, suas várias agressões ao povo
árabe e os crimes contra a humanidade (inclusive, uso de armas químicas contra civis
palestinos); nessa hora a ONU é de um silêncio atroz.
Leia também:
Ainda assim,
e com todas estas adversidades, Cuba se tornou referência em áreas humanitárias,
tem índices de analfabetismo menores do que muitos países europeus, a saúde é
exemplar, exportando profissionais para todo o planeta (as vítimas de Chernobyl
foram tratadas na Ilha) e, graças aos EUA conseguiu angariar simpatia do mundo,
devido à vitimização oriunda do tratamento desumano de Washington contra
Havana. Israel, por sua vez, conseguiu se notabilizar por guerras, mortes,
desrespeito à vida e sede de poder descontrolada. E, graças aos Estados Unidos tem despertado
ódio e asco, graças aos métodos nazistas empregados contra a população da
Palestina. E até por seu envolvimento em derrubadas de governo e no próprio 11 de setembro.
Mas na
opinião de muitas pessoas, o regime cubano é o vilão. Castro é satanizado por
muita gente que sorve as palavras da Veja, do Estadão, da Folha e da Globo,
como se fossem verdadeiras. De novo, culpa do governo totalitário dos EU. Com
grande influência por estas bandas faz com que a mídia brasileira acompanhe o
dilema do povo cubano, nas mãos do terrível Fidel, com pesar. Mas não se interessa no que passa
no Oriente Médio, pois é APENAS um conflito entre “israelenses e os terroristas palestinos”.
Massificação
é um câncer. Consegue convencer que um lugar com seus problemas internos é o
inferno na terra e que a agonia de um povo possa ser sonoramente ignorada, como
se fosse algo comum. E assim caminha a humanidade...
Leia também: