quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A HIPOCRISIA DE UMA DATA PAGÃ CHAMADA "NATAL"




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Então, é natal. Não que precisávamos lembrar você disso, afinal, desde outubro a ansiedade lucrativa dos comerciantes de varejo já fazia questão de estampar na sua cara enfeites de pisca-pisca e as músicas de sempre em tudo quanto é recinto comercial. Mas quando finalmente chega o derradeiro mês do ano, você não tem para onde fugir. Essa onda de consumismo e hipocrisia chega em cada estabelecimento. Você não encontra paz nem pra pedir um café com leite no bar ali da esquina.




Mal acabamos de comemorar o dia da consciência negra - uma das pouquíssimas datas "comemorativas" do nosso calendário que não tem apelo religioso e/ou francamente consumista e já somos obrigados a lembrar das festividades insuportavelmente hipócritas características do fim de ano, nas quais a mentira e o dinheiro rolam em doses cavalares.

O Papai Noel vem aí. E, com ele, as risadinhas falsas do "amigo secreto" da firma, os tapinhas nas costas tão verdadeiros quanto notas de três daqueles parentes insuportáveis que você não gostaria nem de lembrar que ainda existem, o Roberto Carlos enchendo seu já tão combalido saco junto com os outros "globais" toda vez que você entra na internet (mesmo longe da TV Globo, você não escapa dessa gente!), a muvuca nos grandes centros, os congestionamentos astronômicos no trânsito e, principalmente, o consumismo desenfreado travestido de religiosidade.




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Essa é a data na qual a ostentação se faz presente até nas crianças bem pequenas. O menino que ganhou videogame vai esnobar o que ganhou carrinho, que vai esnobar o que ganhou só uma "lembrancinha" de R$ 1,99, que vai esnobar o que não ganhou nada. Consumo, logo existo. Desde tenra idade. E ainda acham essa data o
suprassumo da infância e da ingenuidade!

Os publicitários - sem a menor nesga de dúvidas uma das profissões mais anti-éticas do nosso país - agem como mercenários histéricos para enfiar na cabeça de ricos e pobres, paulistas e pernambucanos, negros e brancos, adultos e crianças, o maior número de pseudonecessidades possíveis,
a serviço sempre das empresas que puderem pagar mais.

Nesse leilão do "amor cristão", no qual "ama" mais quem gasta mais, quem sai perdendo é justamente o trabalhador assalariado que tem nessa ocasião uma raríssima oportunidade de poupar e quitar velhas dívidas por meio do 13º salário, uma de nossas conquistas trabalhistas mais importantes. Mas ai dele se fizer isso e não "provar" que ama seus filhos, não é mesmo?

Então, infelizmente, é natal. A festa cristã. Salve-se quem puder.



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