Algo
que deveria ser apenas esporte, visto como um mero hobby, o futebol
suscita muito passionalismo em mentes tacanhas. Em países
subdesenvolvidos, como o Brasil, a situação é infinitamente pior.
No
mais recente caso envolvendo uma facção criminosa, vulgo torcida
organizada, todas as dúvidas foram dirimidas: não torcem, apenas
vivem da violência explícita que ajudam a propagar, como um cartão
de visitas.
No
Uol: “Um grupo de mais de cem torcedores revoltados invadiu o CT
e fez o Corinthians viver um dia de pânico. Durante mais de três
horas, o elenco ficou trancafiado no vestiário com acesso restrito a
comida e bebida. Guerrero demorou a entrar na sala com os
companheiros e chegou a ser agredido pelos vândalos. Depois de horas
de muita pressão e violência, funcionários, jogadores e dirigentes
do clube saíram com a sensação de que nunca tinham visto algo
parecido.”
Claramente,
um comportamento de selvagens, bestas do campo tresloucadas com o
único propósito de aterrorizar e barbarizar.
Na
teoria, '‘torcedores’' deveriam apoiar o time em todos os
momentos, e não virar a s costas no primeiro revés e se tornar seu
principal inimigo. Mas no Brasil, é exatamente o que acontece.
Em
países sul-americanos, os times, via de regra, são apoiados do
princípio ao fim da partida, mesmo que o placar seja adverso. Com
raras exceções. Por estas bandas, as agremiações paramilitares
que dizem apoiar os clubes fazem o papel de vilão. Pior que ser
derrotado por um adversário é ser agredido por seus próprios
torcedores.
Celulares
roubados, CT depredado, funcionários feridos….Esse é papel de
quem apoia?
Seja
Gaviões da Fiel, Mancha Alviverde, Independente, Torcida Jovem ou
qualquer outro grupelho, essa horda de imbecis acaba por transpor
para o mundo do futebol, suas próprias frustrações. Se o time vai
bem, eles estão felizes, mesmo que suas vidas estejam em frangalhos.
Não que eles percebessem devido ao alto grau de alienação.
Mas
se o clube do coração vai mal das pernas, seria como se sua vida
também estivesse. Partir para o revide é um pulo.
São pessoas confusas, com sérios problemas emocionais, com
distúrbios de personalidade e com alto grau de alienação.
Culpa
também dos próprios dirigentes dos times que sustentam as
organizadas com dinheiro, ingressos, benesses, favores pessoais e
proteção. Para um cartola, em momentos que o clube precisa de
visibilidade, de uma cara positiva nos estádios, ele acaba recorrendo às torcidas, sucateando seu próprio time para manter vagabundos que
nada mais fazem do que explorar indevidamente a marca do clube, com
ganhos exorbitantes, sem declaração oficial à Receita. Na hora que
o circo pega fogo, os mesmos que dão sustentabilidade financeira aos
vândalos, fogem pela porta dos fundos. E são os jogadores,
comissão técnica e os funcionários que sentem a nefastas
consequências.
(Na edição de novembro/dezembro de seu jornal O Gavião, a uniformizada já alertava que ia "cobrar os desvios de conduta" dos jogadores.)
Para
um país que sediará a Copa do Mundo, posando de nação de primeira
grandeza, ainda temos muito a consertar no que tange à civilidade de
seus torcedores.
Estranho
que protestar contra a realização do evento da Fifa será
criminalizado no país. Mas depredar clubes, atentar contra a vida
alheia e aterrorizar a sociedade, passa incólume aos olhos das
autoridades. Necessário é saber até onde vai o nível de
cumplicidade e conivência entre um lado e outro.
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