Debater sobre os assuntos relevantes (e os não tão relevantes) de maneira aberta e objetiva
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
ELEIÇÕES 2014 – A MAIS CONTURBADA DA HISTÓRIA
A CAMPANHA – Com mais opções do que de praxe, os eleitores acabaram pelo mais do mesmo de sempre. PT e PSDB acabaram polarizando e protagonizando o pleito. Isso empobrece a política nacional.
AS PROPOSTAS – Aécio falava, mas não mostrava o tal plano de governo; Dilma dizia que “faria isso e aquilo”. Poderia ter feito antes. O povo caiu na lábia dos dois.
OS DEBATES – A culpa é da imprensa, é claro, mas a espetacularização dos debates na TV também só foram possíveis por causa dos próprios candidatos que viraram popstars, devido à influência dos marketeiros e das frases de efeito. Emissoras ávidas por audiência optaram pelos embates televisivos para chamar atenção dos telespectadores. Deu certo. Ao menos colocou o assunto eleições como assunto do dia.
A IMPRENSA – Mais uma vez se prestando a um papel sujo e cafajeste. O chamado Grupo P.I.G. (Globo, Folha e Estadão e a Editora Abril, com sua 'Veja') manipularam, distorceram e massificaram a opinião pública de maneira nunca vista. Ou melhor, igual a 1989.
Jornalistas foram peões de seus “senhores de escravos”, os barões da mídia. Escrevendo o que seus donos ordenavam. Defendendo aquilo que seus mestres determinavam. E quando iam na corrente contrária, eram sumariamente demitidos. Veja o exemplo de Xico Sá da Folha de SP, chutado após defender sua opção de voto em Dilma. Tá certo, alguém da imprensa fazer isso é errado, mas quando o dono do jornal o faz em seus editoriais covardes (anônimos) e picaretas, aí tá tudo bem, né? Hipocrisia demais pra imprensa tupiniquim...
Se algo foi tirado de proveito do pleito de 1989, entre Collor e Lula, é que a mídia deve saber seus limites. Deixar-se corromper e cooptar eleitores para A ou B é fruto de um sistema sujo que tende à manipulação barata.
O PLEITO – A democracia no país ainda não está totalmente consolidada. Por todas estes motivos é que muita gente brada aos quatro cantos “volta ditadura!”. Como eleitores, mídia, candidatos não se dão ao respeito, esse tipo de calhordice acaba suscitando ranger de dentes, em especial com pessoas pouco afeitas aos trâmites democráticos.
A TERCEIRA VIA – Mais uma vez, a polarização PT/PSDB roubou a cena. E uma 3ª via não apareceu. Ou melhor, apareceu, mas não levou. Já tivemos em um passado recente, nomes como os de Heloísa Helena, Cristovam Buarque e o da própria Marina Silva, por duas vezes. Mas nenhum que tenha ganhado o eleitor. Enquanto isso não acontecer, permaneceremos na mesma situação dos EUA, com dois partidos majoritários e que, aos poucos, começarão a se parecer mais e mais, até se tornarem uma amálgama.
OS PROTESTOS DE 2013 – Muito se falou sobre a contradição da eleição de Dilma, devido aos protestos do ano passado. O questionamento é pertinente, já que o povo queria mudança. Fato; mas em momento algum foi pedido que se trocasse o PT pelo PSDB, afinal, são farinha do mesmo saco. Se conclamavam por mudança, deveria ser uma REAL mudança. Os tucanos não representam o 'novo'. Ao contrário. Foi o partido que teve o costumeiro apoio do P.I.G. (partido da imprensa golpista), com seus factoides e tentativas de ingerência no processo eleitoral.
Os que iam às ruas queriam que o mais do mesmo deixasse o cenário político. Dentre ele, o governo de Geraldo Alckmin, principal responsável pela crise de abastecimento em SP e envolvido no escândalo do metrô paulista. E também foi reeleito. Cabe ao povo buscar sua “Terceira Via” de maneira racional. Ainda não foi dessa vez.
PT – Que essas eleições sirvam de lição. Perderam um número significativo de parlamentares, de governos estaduais e naufragaram em tentativas de criar o novo –como em SP. Talvez o partido tenha que se refundar, para enxergar onde vem errando e corrigir seus erros. Começando se policiar melhor; analisar suas alianças e suas propostas; sua trajetória no início dos anos 80 e o atual momento.
Se conseguir fazer isso, reformulando seus ideais, talvez consiga se manter no poder por mais algum tempo.
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