quarta-feira, 26 de março de 2014

UM IMPÉRIO MEDIEVAL E DECADENTE



Como surge um império? Geralmente, com o propósito de dominação e exploração. 

É o caso da milenar Igreja Católica Apostólica Romana. Surgiu se apropriando de um movimento popular (Cristianismo) que se opunha ao estado de coisas vigente em Roma, no século II; com o crescente apoio da população, era natural absorver a revolução, antes que se tornasse incontrolável.


Mas esse “golpe” deveria ter viés oficial. Os perpetradores do estratagema contavam com a ignorância de boa parte de seus fiéis e com a massificação –diga uma mentira, várias vezes, e ela se torna verdade.

O primeiro engodo veio com a presunçosa alegação de que Pedro, o apóstolo, era o fundador da Igreja. Até hoje os nomes se mantém: o Trono de Pedro, a Basílica de São Pedro. Mas nenhum dos prosélitos de Cristo passaram ou se estabeleceram em Roma para que tal afirmação fizesse sentido. Mas o populacho aceitou. Impingia-se nas mentes tacanhas que Roma tinha uma autoridade especial, exatamente por seu “vínculo” com Pedro. E começam aí as mentiras.


Para se investir de autoridade divina, São Jerônimo foi incumbido de fazer a edição final da bíblia, que ganharia o estranho adjetivo de '‘sagrada’'. 

Jerônimo teve em suas mãos livros escritos em latim, hebraico e grego. Ele decidiu o que faria parte da edição derradeira e o que não combinava com o que a recém-criada igreja Católica queria. Inúmeros escritos ficaram de fora, por contestarem coisas que seriam sumariamente violadas por Roma. Vide OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO.


O mundo, hoje segue a bíblia que a igreja criou. Excetuando-se a dos evangélicos que tem seis livros a menos, após a reforma de Matinho Lutero. Mas o império tinha, enfim, o '‘livro oficial de deus’'. E com ele começou a governar.

Mas todo império necessita de vultuosas somas de dinheiro, de riquezas para se manter. Mas se uma empresa não produz, como arrecadar? 

Uma fonte importante de renda era a contribuição compulsória, ou dízimo. A Igreja Católica institucionalizou a cobrança no Concílio de Macon, em 585, estabelecendo a quantia de 10% das posses dos fiéis. 


A coleta dava certo, mas não condizia com a ambição descabida dos clérigos, cada vez mais ávidos em enriquecer rapidamente, contrariando a velha máxima de Jesus: “dê de graça o que recebeste de graça”.

A venda de indulgências caiu como uma luva. Mediante ouro ou joias, pessoas acreditavam piamente que seriam perdoadas se confessassem com um padre ou bispo, desde que também contribuíssem para a “causa do senhor”. Os pecados foram “catalogados”. Assassinatos: 20 Ave-Maria, mais algumas joias; roubo, 10 Pai Nosso e moedas de prata. E assim sucessivamente. Deus perdoava, mas por uma quantia módica.

Também se tornou recorrente a cobrança de valores para '‘salvar entes queridos do purgatório’'. Como um representante “oficial” de deus na terra, somente o papa poderia salvar determinada pessoa. Indo para o céu ou inferno, dependia da quantidade paga pela intercessão papal. Algo que fere o raciocínio lógico, além de demonstrar uma total falta de caráter.


O líder máximo da Igreja passava a ser considerado como o homem mais poderoso do mundo ocidental. Reis eram submetidos a sua aprovação; guerras eram iniciadas a seu bel prazer. O destino da vida dos fiéis eram determinados por ele. Era imposto ao mundo a visão e vontade egoísticas de um só homem, travestida de “vontade divina”.

Até nos nomes oficiais a presunção era escancarada. O nome “papa” é meramente fantasia. Autoproclamado como VIGÁRIO GERAL DE DEUS NA TERRA, PRÍNCIPE DE DEUS, VIGÁRIO DO FILHO DE DEUS e PRÍNCIPE DO CLERO, num gesto de megalomania aguda.

A igreja se tornara um império financeiro com o advento do Banco do Vaticano. Uma fonte de riquezas ímpar na Terra. Nenhum reino tinha tamanho poderio econômico. 

O “supremo pontífice” via seu domínio aumentar, quando as descobertas de Espanha, Portugal e Inglaterra chegaram a um novo continente. Além de dar apoio às expedições (por módicas quantias em retorno), era a forma de ampliar os tentáculos da empresa. 


Vozes dissonantes eram levadas às câmaras de torturas das igrejas. Perante o tribunal da “santa” Sé, o acusado deveria retirar o que havia dito ou escrito (como por exemplo “a terra é redonda”). Em caso de negativa, o réu era queimado em praça pública. Para justificar tamanha barbárie era usada a bíblia; mas no mesmo livro, as passagens “ame ao teu próximo como a ti mesmo”, ou “perdoai até 7 vezes 70”, eram, convenientemente ignoradas.

A ampliação do império católico era sem precedentes. Seu domínio assustava. A Igreja convenceu o mundo que a figura papal era mais importante do planeta e, conseguinte, deveria ser venerada incondicionalmente.

Não havia mais humanidade (se é que existiu em algum momento da história de Roma), nem vínculos com os primórdios da cristandade. A humildade e o amor e dedicação ao próximo foram trocados pela usura, corrupção e luxúria. A figura simplória de Cristo fora esquecida, exatamente por representar o desapego às riquezas e o distanciamento do poder -- "a César o que é de César, e a deus o que é de deus”. Enfim, o que era sagrado virou profano. Na lama em que se encontrava o Vaticano, praticamente nada se salvava.

O que leva alguém ao sacerdócio? E como se vai de um idealismo (servir ao próximo) à ganância descabida? 

Barganhando milagres como uma meretriz, o papa (seja quem for) lesava a pura e verdadeira fé dos primeiros seguidores de Jesus. Os poucos que ousaram se rebelar contra tamanha perfídia foram expulsos, excomungados, desacreditados ou lançados à fogueira.

Nos cultos, os preceitos eram repetidos mecanicamente. A palavra '‘deus’' apenas algo decorativo. Os pobres, objetivo maior dos ensinamentos do Messias, relegados à própria sorte. Assim como nos três poderes, também no seio da igreja havia corruptos, desvios de dinheiro e constante ofensa aos ensinamentos de seu pretenso fundador.

Ainda no século XVIII, a mais enojante das ações vindas de Roma: foi-se instituído a INFALIBILIDADE PAPAL. Trocando em miúdos, um papa, fosse quem fosse, NUNCA errava. Era imune à falhas. Seu grau era de perfeição absoluta. Mais uma cusparada na cara das pessoas racionais. Mas também com esse último disparate, a até então incontestável  figura do pontífice fora coberta de criticas. França foi responsável pela derrocada do Vaticano e seu poderio mundial.


Alianças com ditadores, apoio a regimes de exceção, conluio com pessoas de caráter duvidoso e silêncio conivente com holocaustos se tornaram a tônica de uma já decadente Igreja. Os ecos do protestantismo tomando seus fiéis, fizeram com que o Vaticano endurece o discurso. Mas pouco adiantou. Sem poder recorrer ao fogo, companheiro de longa data, o Papa agora se via obrigado a recriminar seus desafetos. 

Todos os clérigos ao redor do mundo faziam algo semelhante. Covardemente escondidos atrás de seus púlpitos, vociferavam palavras negativas e conclamando seus discípulos a se oporem aos que criticavam os ensinamentos do Santo Padre”. 
O Vigário de deus, com suas roupas majestosas inspiradas nos antigos sacerdotes egípcios, com seus sacramentos e trindade, também copiadas descaradamente do antigo Egito ainda mantém o status de maior religião do mundo. Em franca decadência, é claro. Mas mantém a primazia em muitas nações.


Uma instituição que tem imóveis pelo planeta afora (pratica a especulação imobiliária), seu banco próprio (envolto em inúmeros escândalos), com sucessivos caos de abusos de menores em suas fileiras, não poderia nem remotamente dizer que representa o criador, na terra. Usar o nome de Pedro para legitimar sua fundação é um grosseiro desrespeito a sua memória de simples batalhador pela causa justa. Dizer que fala em nome de Jesus é um acinte, já que ele andava entre mendigos, prostitutas e leprosos. Coisas impensáveis para os pomposos clérigos católicos que nadam em dinheiro e repelem pobres.

Cabe à nova direção da empresa (papa Francisco) mudar a imagem desgastada da multinacional, antes que o estrago seja irreparável. 

Sua tática de aceitar homossexuais na igreja, permitir em determinadas condições, o uso de métodos anticoncepcionais, abdicar publicamente do luxo e abrir investigação interna sobre os casos de pedofilia mostram um sinal positivo, principalmente se for algo palatável. 

Francisco, assim como seu predecessor, tem o nome envolto em escândalos. Acusam o Pontífice de apoiar os ditadores na Argentina durante a ditadura militar, assim como Bento XVI era nazista e militou na causa por muito tempo, além de ter encoberto muitos padres e bispos pedófilos. 

Uma guinada na maneira como se encara os demônios internos, pode dar ao Vaticano uma visão mais positiva da população mundial. 

Pra quem depende, e muito, do dinheiro alheio para sobreviver no mercado, a Igreja Católica demorou muito para fazer uma auditoria interna para sanar seus problemas administrativos. Talvez não seja tarde demais.




3 comentários:

  1. https://www.youtube.com/watch?v=hlUv6zQ3nEI
    https://www.youtube.com/watch?v=ygiED0FF-SQ
    https://www.youtube.com/watch?v=q3xkzbTHeoI
    https://www.youtube.com/watch?v=8LmcpL-8Ytg
    https://www.youtube.com/watch?v=-_wF23-i4uY
    https://www.youtube.com/watch?v=qBVySJga--k
    http://pt.scribd.com/doc/155603625/Holocaust-in-Nazi-Catholic-Croatia-1941-1945
    http://pt.scribd.com/doc/162636368/O-regime-brutal-da-Croacia-Catolica
    http://pt.scribd.com/doc/162638486/A-Cumplicidade-Da-Igreja-Com-o-Nazismo-e-o-Fascismo

    ResponderExcluir
  2. Texto interessante, o que ficou gritante e ridículo foi que é muito, mas muito tendencioso, o cara que escreveu isto com certeza é EVANGÉLICO, pois em momento algum fala do império atual desses ladroes que se passam por pastores de ovelhas.

    ResponderExcluir