terça-feira, 6 de janeiro de 2015

PT e PSDB – COMO O BIPARTIDARISMO ESTRAGA A POLÍTICA NACIONAL




Divisão do país, intervenção militar, morte à presidenta...Nada de útil se percebe da “discussão” política nas redes sociais, que parece emburrecer ainda mais o pobre cidadão brasileiro, pouco afeito à democracia.

É possível perceber o tabuleiro da seguinte forma: de um lado petistas alienados, concordando com tudo o que o PT faz, por mais idiota e esdrúxulo que seja, enaltecendo cada ação de Dilma como uma baforada de liberdade e inclusão social, sem o menor dos defeitos, rumo a um socialismo que proverá a todos os pobres da nação.



De outro, tucanos, em grande parte, doadores de cérebro em vida, que clamam um golpe de estado por parte dos militares na esperança de salvar o país do “comunismo”, criticando cada ação do PT, esquecendo que o partido de FHC sempre fez coisas piores.



Os internautas agem como 'groupies' estéricos, defendendo ou acusando de maneira visceral, sem medir consequências; apenas para ter o gosto de dizer “o seu partido é corrupto, mas o meu não”.



Militantes pelegos do Partido dos Trabalhadores apregoam que o governo de esquerda (??) do PT é o melhor em 500 anos de história nacional. Os simpatizantes do PSDB alardeiam que a corrupção do governo petista é absurda, e que só os militares podem nos salvar. Isso em si, mostra que a argumentação política anda bem rala no país.




É, pra dizer o mínimo, risível dizer que o Partido dos Trabalhadores faz um governo de esquerda, haja vista as enormes concessões feitas ao sistema para chegar ao poder. Os inúmeros escândalos de corrupção que perseguem o partido, além da suspeitíssima morte do ex prefeito Celso Daniel, que ainda assombra a legenda.



Não menos patético os militantes virtuais dos tucanos conclamarem a primazia de uma verdadeira administração republicana, sem corrupção e exemplar aos olhos do mundo, como pensam que o ex presidente FHC era. Segundo eles, um 'sociólogo de renome mundial'. Nada que um Lexotan não resolva.



Mas sob um olhar mais crítico, essas argumentações surreais não se sustentam. O PSDB começou algo que o PT deu sequência e melhorou; um pouco ao menos. O PT fez melhorias sociais, mas sem se aproximar do que prometera no passado.



Os escândalos se avolumaram em ambas as legendas. A mídia começou a tomar partido logo cedo pelos tucanos, ignorando seus desmandos em âmbito federal e estadual. Veja, Globo, Estadão e Folha acobertam, vergonhosamente, a corrupção tucana; Carta Capital Caros Amigos e alguns blogs mais à esquerda, protegem o PT.



Expressões novas se tornaram virais nas redes. Petralhas e tucanalhas são as que definem, como as gangues de rua tem suas denominações.



Cada ato da presidente Dilma é ovacionado pelos seus fãs. Os erros são solenemente ignorados.
Cada movimento do PSDB como oposição é tido como salvação de uma nação combalida. Mesmo ações como “intervenções militares”. Pra um partido forjado na oposição ao regime militar, que o PMDB representava no fim dos anos 80 e com tão ilustres fundadores como Mário Covas e Franco Montoro, causa espécie ver o partido associado a esses movimentos golpistas. Se não pedem golpes publicamente, nada fazem por dissociar a imagem dessa onda de primitivismo político, típico de pessoas com amente tacanha. Ver o PSDB associado a um clamor pelo totalitarismo beira o ridículo.



Onde está o entendimento da real situação do Brasil? Com certeza não em frases como “o PT planeja um golpe comunista”. Isso é o cúmulo da ignorância plena. Prova da imbecilidade crônica que tomou o Brasil nos últimos anos.



Como PT e PSDB são a mesma coisa, a opção deveria ser uma terceira via. Os EUA são prova de que bipartidarismo não funciona. Por lá, pouco se vê de diferença entre os Democratas e os Republicanos. Lá, como cá, a briga é apenas para chegar ao poder, e de lá não sair mais.



A perda de temo em discutir qual é o menos corrupto, deveria ser trocada pelo “qual é a melhor opção para o país”? E, caso eu não concorde com a situação, qual a melhor forma de se fazer uma oposição que não seja raivosa, nem medieval?




Estamos anos-luz desse caminho. O da democracia plena e da política verdadeiramente estabelecida e amadurecida.



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