Debater sobre os assuntos relevantes (e os não tão relevantes) de maneira aberta e objetiva
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
HOMELAND E A SOCIEDADE DECADENTE DOS EUA
Homeland é um seriado americano, baseado em Prisioners of War, da TV de Israel. Narra a história de um soldado dos EUA que, ao retornar do Afeganistão, após ser mantido em cativeiro por sete anos, tenta retomar a vida normal; mas há algo de errado com ele e uma agente da CIA tenta descobrir se ele é um infiltrado ou não.
A série, assim como outro sucesso da TV dos Estados Unidos 24 HORAS, flerta perigosamente com o preconceito contra os muçulmanos. Tudo transpira obsessão com quem é do Oriente Médio. O povo árabe é o povo negro da vez, tão segregado e discriminado quanto os afrodescendentes.
Para a agente da CIA vale tudo para “defender o país” contra ameças externas: mentir, invadir nações soberanas, conspirar, incitar golpe de estado, usar drones para espionar e até explodir adversários e usar a velha política do “o inimigo do meu inimigo, é meu amigo”. Isso é mostrado na série, mas reflete a realidade americana contemporânea.
País mais vigiado e paranoico do planeta desde o atentado de 11 de setembro, os EUA perderam o status de 'maior democracia do mundo' e passaram a desrespeitar seus cidadãos, cuspindo da 1ª emenda da constituição. O Decreto Patriota, assinado pelo Congresso americano (Obama inclusive) tirou a liberdade e os direitos civis, tão decantados nas décadas anteriores, mas agora apenas pálida lembrança de um passado distante.
Tal qual o personagem central de Homeland, o presidente Obama também acha certo conspirar contra países, apoiar golpes de estado e roubar recursos naturais de outras nações. Tudo em nome da “integridade dos EUA”, para proteger a pátria (contra o que, ninguém sabe) e para manter a paz mundial. Faz-se a guerra para criar a paz, entendeu? Pois é...
O jogo sujo da CIA está escancarado nos episódios, especialmente a partir da segunda temporada, quando o seriado optou por radicalizar contra o Islã e de seus fiéis adeptos. Países desafetos como o Irã são citados com muita frequência.
As recentes sanções do governo de Barack Obama contra a Rússia, para retaliar contra a posição do Kremlin ante a crise na Ucrânia, é um exemplo disso. Os EUA apoiaram o golpe (e financiaram), deram suporte financeiro e até com armamentos, incluindo aí grupos nazistas, e tiveram a desfaçatez de culpar Putin pela grave situação em Kiev.
A imprensa do mundo apoiou, comprando a ideia de que “comunista come criancinha” e demonizou o líder máximo da Rússia. Mais uma vez, a realidade das ações fascistas de Washington é encoberta, graças a jornalistas corruptos.
Episódios como o atentado em Paris só reforça o jogo sujo das chamadas potências ocidentais contra o próprio povo, usando o Islã como inimigo público número 1. O povão acredita, a imprensa não questiona e segue o mundo.
O país que se esconde atrás da alcunha de '‘superpotência’' é, na verdade, uma nação estremecida e decadente. Direitos civis são constantemente desrespeitados, conquistas sociais mudadas à revelia. A classe média passou a ser mais sobrecarregada. A pesada carga tributária –que visa alimentar a indústria bélica-- e a ausência clara de um projeto voltado para o povo são a tônica da administração atual, na verdade uma sequência da anterior. O sonho americano se transformou em pesadelo. Obama, de esperança se tornou algoz da própria nação. Cortes em benefícios, redução dos valores pagos aos veteranos (os mesmos idiotas que aceitaram ir ao exterior, matar civis, em troca de uma reles bolsa de estudos em faculdade comunitária) e o aumento na procura por tickets de alimentação e seguro desemprego são algumas das coisas que nos mostram quão fraca está a outrora nação super-poderosa.
Nada em contrário do imperialismo se vê nas ações dos EUA. Semeando discórdias, fomentando guerras (e lucrando com elas) se intrometendo em problemas geopolíticos (China vs Japão, União Europeia vs Rússia) a Casa Branca tem se mostrado como a maior patrocinadora de conflitos ao redor do mundo. Não se permite –nem a outros países-- falar em paz. Paz não gera lucros. Obama, como seus antecessores e seus sucessores, deve satisfação aos principais responsáveis por sua eleição: os grandes empresários de Wall Street e do setor bélico. Sem o endosso dessa gente, não se chega ao Salão Oval. Barack Obama sabe disso e procurou mantê-los sempre satisfeitos, em detrimento a sua população que chafurda em plena dificuldade pra sobreviver em um dos países mais excludentes do planeta.
Excrescências como Homeland servem para lembrar ao americano médio a única coisa em que ele (ou o seu “comandante-chefe”) é bom: dividir e conquistar. Velha tática napoleônica que não deu certo antes e tampouco agora. Enquanto se repete à exaustão o bordão “guerra ao terror”, os americanos são hipnotizados, massificados, alienados. Um terreno fértil para pessoas velhacas cuja ambição maior é manter o 'establishment' intocável, pelo maior tempo possível.
Pelo andar da carruagem e a julgar pelo despreparo do povo estadunidense, isso ainda vai durar muito tempo. Igual ao seriado. Azar o nosso.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
O FANATISMO RELIGIOSO E ALIENAÇÃO DOS INDIGNADOS
O atentado em Paris, que vitimou 12 pessoas e feriu mais de 40 parece ser uma daquelas catarses que não permite erro de avaliação. Mas há. E dos graves.
Um atentado é deplorável, sob qualquer aspecto e sob quaisquer pretextos. O que motiva é que deveria ser motivo de perplexidade. Atendo-se à superfície, o que está mais ao fundo passa despercebido.
Quem são? Qual o passado de cada um? Sua aparência? Sua religião? Tudo isso é sempre --eu disse SEMPRE-- descoberto em um curto espaço de tempo. Como aconteceu com o atentado em Boston, em 2013. Tudo foi prontamente descoberto. Mais uma vez, pessoas da comunidade islâmica. Nunca subestime a capacidade dos americanos em satanizar os muçulmanos. Em pouco tempo estavam presos. Dois irmãos, um morto e outro detido. Nunca se ouviu uma só palavra pública dele. Mas estava preso, isso bastava. Uma forma do povo dos Estados Unidos se sentir seguros. Só porque a mídia disse que "eles foram pegos".
Mas dia a dia, as tais evidências caíram por terra. Veja abaixo.
* O Atentado em Boston, Mais um Trabalho Interno?
A islamofobia apenas aumentou. E a pergunta é: a quem interessa isso?
O Ocidente é pródigo em perseguir muçulmanos, mas a coisa recrudesceu após o atentado de 11 de setembro. O mesmo que os EUA forjaram, com fins escusos. Veja abaixo:
* 11/9 - O DIA QUE NÃO EXISTIU
A Casa Branca e seus comparsas no crime --em especial seus capangas da Otan-- usam esse artifício como desculpa para perseguir, invadir e pilhar países de maioria árabe, com a desculpa de libertar o país de tiranos. Tal qual a máfia, que promete segurança, em troca de dinheiro, mesmo que a ameaça seja a própria mafia. É o jogo dos EUA.
O cartunista e sua equipe de aloprados se excedem há anos. Sempre pisando em gelo fino, sabendo com quem mexem: mais de 1,6 bilhão de seguidores do islamismo. Mesmo assim Charlie Hebdo continuou com suas patifarias. Não só contra muçulmanos, mas cristãos e até a ministra francesa Christine Taubira não escapou, sendo chamada de macaca pelo chargista. Mais patife, impossível.
Eis alguns dos "memoráveis trabalhos" do falecido:
"O filme que
envergonhou o mundo islâmico."
Maomé pergunta: "
Minha bunda! Vocês gostaram da minha bunda?"
"O Alcorão é
uma merda".
"Não para nem
as balas!"
Maomé: "Nasce
uma estrela".
"O Pai, o Filho
e o Espírito Santo".
"Assim o jornal Charlie Hebdo "ilustrou" o bombardeio de Israel a
uma escola palestina em 30 de julho de 2014...
O ataque israelense à escola matou 19 pessoas e feriu outras 125."
Isso não justifica a barbárie que tomou conta de Paris, no dia 7
de
janeiro. Mas mostra o tipo de gente que diverte a patuleia ocidental.
O bobo da corte com sua tiras satíricas, debochando de meio
mundo, se escondendo atrás da tal "liberdade de expressão". Mas se isso é um princípio digno, as cores da bandeira da França dizem também que deve haver 'igualdade, liberdade e fraternidade'. Isso houve no tratamento dado à comunidade muçulmana nos últimos anos, marginalizando os descendentes de árabes que foram solenemente alijados da sociedade, gerando um estrondoso protesto por melhores condições de vida e que os crimes cometidos pela polícia francesa contra esses mesmos jovens acabassem? A extrema direita , amparados pelo nazista Le Pen consegue há anos, diminuir os direitos dos muçulmanos na França, assim como os faz ter mais e mais dificuldades em entrar no país ou conseguir a naturalização. São tratados como animais e, aos olhos dos franceses, mais acostumados a ser capachos dos EUA, isso dá certo. Até de andar com a cabeça coberta, as mulheres que seguem o Islã foram proibidas. Isso é um aborto da natureza.
janeiro. Mas mostra o tipo de gente que diverte a patuleia ocidental.
O bobo da corte com sua tiras satíricas, debochando de meio
mundo, se escondendo atrás da tal "liberdade de expressão". Mas se isso é um princípio digno, as cores da bandeira da França dizem também que deve haver 'igualdade, liberdade e fraternidade'. Isso houve no tratamento dado à comunidade muçulmana nos últimos anos, marginalizando os descendentes de árabes que foram solenemente alijados da sociedade, gerando um estrondoso protesto por melhores condições de vida e que os crimes cometidos pela polícia francesa contra esses mesmos jovens acabassem? A extrema direita , amparados pelo nazista Le Pen consegue há anos, diminuir os direitos dos muçulmanos na França, assim como os faz ter mais e mais dificuldades em entrar no país ou conseguir a naturalização. São tratados como animais e, aos olhos dos franceses, mais acostumados a ser capachos dos EUA, isso dá certo. Até de andar com a cabeça coberta, as mulheres que seguem o Islã foram proibidas. Isso é um aborto da natureza.
Ainda assim, o atentado é uma atrocidade ímpar. Mas por que aconteceu com tanta facilidade?
Eles tiveram tempo de render um funcionário, adentrar a sala de reunião, que ficava no último andar, matar 11 pessoas, ferir algumas dezenas, descer, trocar tiros com apenas dois policiais, matar um deles, caminhar tranquilamente até o veículo que os esperava e sair, como se nada tivesse sido feito.
Cherif Kouachi (esq.) e Said Kouachi (dir.)
O país se uniu ante a chacina cometida por dois irmãos. Ambos
falavam francês fluente, sem sotaque e gritavam que eram da
Al-Qaeda. Coisa atípica, já que eles só assumem atentados horas
depois do ocorrido.
Seria coincidência também que esses dois homens armados, andassem livremente pela rua, adentrassem um edifício comercial e fizessem tudo o que fizeram, após o parlamento francês decidir votar pelo reconhecimento da Palestina? Em se tratando de Israel, não.
Estranho que após o atentado cometido por Anders Behring Breivik na Noruega, que massacrou quase 90 pessoas, ninguém disse nada sobre ele ser um auto-proclamado cristão de extrema direita que prega que a "batalha contra o Islã" deveria permanecer. Nesse sentido houve um silêncio conivente da imprensa européia. Cristão, branco, de extrema direita que persegue e mata muçulmanos pode. O contrário, não. Em um mundo ideal, nenhuma dessas sandices deveriam acontecer.
Talvez a imagem que diga mais sobre os atentados. Quem tirou a foto?
Por que não havia ninguém nas ruas naquele momento? E, acima
de tudo, como a pessoa sabia a hora de fotografar o atentado, que
mal se inciava ?
O que acarreta disso tudo? Muita coisa.
Mas algumas dúvidas ficam no ar. Por que os tais terroristas fizeram questão de dizer várias vezes que ram da Al-Qaeda, para mais de um funcionário da editora?
Se os irmãos eram de uma célula jihadista há muito tempo, se seus respectivos nomes estavam na lista de 'proibidos' de adentrar os EUA (e sabemos que há cooperação entre nações da OTAN sobre esse tipo de gente) por que diabos esses caras andavam livremente e operavam sem nenhum tipo de restrição? Parece algo combinado. O propósito é o de sempre: satanizar, agregar ódio contra A ou B e usar isso para legitimar ações que fariam Hitler corar de vergonha. Os EUA e seus capachos estão fazendo a lição de casa direitinho.
um dos suspeitos já havia sido mostrado em um documentário
sobre o jihadismo.
Em tempos assim, as condições estão propícias para mudanças
bruscas contra o vento, ou seja, contra os direitos constituídos. Foi
assim que surgiu o Decreto Patriota nos EUA, que dava plenos
poderes ao governo de retirar quaisquer direitos da população em
nome da segurança nacional. Que poderiam perder sua privacidade,
que poderiam ser detidos sem causa plausível, que poderiam ficar presos, sem contato com família e advogados, por tempo indeterminado. Em tempos normais isso seria combatido de maneira firme. Em tempos de crises (verdadeiras ou criadas artificialmente por governos, vira terra de ninguém, contando com a conveniente cegueira coletiva.
O governo francês tem tecnologia de ponta em espionar seu povo,
inclusive patrulhando as redes sociais, como um autêntico espião.
Vinha sendo usado desde o 11 de setembro, mas recentemente a
coisa engrossou. Foi usado e abusado durante para descobrir algo
sobre o paredeiro dos terroristas. Vai permanecer, com a desculpa
que serve para ajudar a segurança nacional. Os incautos acreditam.
George Orwel é que estava certo.
O atentado ao "Charlie Hebdo" foi um filme mal produzido?
Com o fim do caso e a conseguinte morte dos criminosos (quase
nunca são pegos com vida) o presidente François Hollande tentou
justificar a morte dos civis, como algo inevitável. O desastre que
foi a captura dos bandidos foi ignorada pela mídia, que prefere
enaltecer a vitória dos mocinhos ante os facínoras. Mais uma vez a
desinformação venceu.
Seria coincidência também que esses dois homens armados, andassem livremente pela rua, adentrassem um edifício comercial e fizessem tudo o que fizeram, após o parlamento francês decidir votar pelo reconhecimento da Palestina? Em se tratando de Israel, não.
Estranho que após o atentado cometido por Anders Behring Breivik na Noruega, que massacrou quase 90 pessoas, ninguém disse nada sobre ele ser um auto-proclamado cristão de extrema direita que prega que a "batalha contra o Islã" deveria permanecer. Nesse sentido houve um silêncio conivente da imprensa européia. Cristão, branco, de extrema direita que persegue e mata muçulmanos pode. O contrário, não. Em um mundo ideal, nenhuma dessas sandices deveriam acontecer.
Talvez a imagem que diga mais sobre os atentados. Quem tirou a foto?
Por que não havia ninguém nas ruas naquele momento? E, acima
de tudo, como a pessoa sabia a hora de fotografar o atentado, que
mal se inciava ?
O que acarreta disso tudo? Muita coisa.
Mas algumas dúvidas ficam no ar. Por que os tais terroristas fizeram questão de dizer várias vezes que ram da Al-Qaeda, para mais de um funcionário da editora?
Se os irmãos eram de uma célula jihadista há muito tempo, se seus respectivos nomes estavam na lista de 'proibidos' de adentrar os EUA (e sabemos que há cooperação entre nações da OTAN sobre esse tipo de gente) por que diabos esses caras andavam livremente e operavam sem nenhum tipo de restrição? Parece algo combinado. O propósito é o de sempre: satanizar, agregar ódio contra A ou B e usar isso para legitimar ações que fariam Hitler corar de vergonha. Os EUA e seus capachos estão fazendo a lição de casa direitinho.
sobre o jihadismo.
Em tempos assim, as condições estão propícias para mudanças
bruscas contra o vento, ou seja, contra os direitos constituídos. Foi
assim que surgiu o Decreto Patriota nos EUA, que dava plenos
poderes ao governo de retirar quaisquer direitos da população em
nome da segurança nacional. Que poderiam perder sua privacidade,
que poderiam ser detidos sem causa plausível, que poderiam ficar presos, sem contato com família e advogados, por tempo indeterminado. Em tempos normais isso seria combatido de maneira firme. Em tempos de crises (verdadeiras ou criadas artificialmente por governos, vira terra de ninguém, contando com a conveniente cegueira coletiva.
O governo francês tem tecnologia de ponta em espionar seu povo,
inclusive patrulhando as redes sociais, como um autêntico espião.
Vinha sendo usado desde o 11 de setembro, mas recentemente a
coisa engrossou. Foi usado e abusado durante para descobrir algo
sobre o paredeiro dos terroristas. Vai permanecer, com a desculpa
que serve para ajudar a segurança nacional. Os incautos acreditam.
George Orwel é que estava certo.
O atentado ao "Charlie Hebdo" foi um filme mal produzido?
Com o fim do caso e a conseguinte morte dos criminosos (quase
nunca são pegos com vida) o presidente François Hollande tentou
justificar a morte dos civis, como algo inevitável. O desastre que
foi a captura dos bandidos foi ignorada pela mídia, que prefere
enaltecer a vitória dos mocinhos ante os facínoras. Mais uma vez a
desinformação venceu.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
PT e PSDB – COMO O BIPARTIDARISMO ESTRAGA A POLÍTICA NACIONAL
Divisão do país, intervenção militar, morte à presidenta...Nada de útil se percebe da “discussão” política nas redes sociais, que parece emburrecer ainda mais o pobre cidadão brasileiro, pouco afeito à democracia.
É possível perceber o tabuleiro da seguinte forma: de um lado petistas alienados, concordando com tudo o que o PT faz, por mais idiota e esdrúxulo que seja, enaltecendo cada ação de Dilma como uma baforada de liberdade e inclusão social, sem o menor dos defeitos, rumo a um socialismo que proverá a todos os pobres da nação.
De outro, tucanos, em grande parte, doadores de cérebro em vida, que clamam um golpe de estado por parte dos militares na esperança de salvar o país do “comunismo”, criticando cada ação do PT, esquecendo que o partido de FHC sempre fez coisas piores.
Os internautas agem como 'groupies' estéricos, defendendo ou acusando de maneira visceral, sem medir consequências; apenas para ter o gosto de dizer “o seu partido é corrupto, mas o meu não”.
Militantes pelegos do Partido dos Trabalhadores apregoam que o governo de esquerda (??) do PT é o melhor em 500 anos de história nacional. Os simpatizantes do PSDB alardeiam que a corrupção do governo petista é absurda, e que só os militares podem nos salvar. Isso em si, mostra que a argumentação política anda bem rala no país.
É, pra dizer o mínimo, risível dizer que o Partido dos Trabalhadores faz um governo de esquerda, haja vista as enormes concessões feitas ao sistema para chegar ao poder. Os inúmeros escândalos de corrupção que perseguem o partido, além da suspeitíssima morte do ex prefeito Celso Daniel, que ainda assombra a legenda.
Não menos patético os militantes virtuais dos tucanos conclamarem a primazia de uma verdadeira administração republicana, sem corrupção e exemplar aos olhos do mundo, como pensam que o ex presidente FHC era. Segundo eles, um 'sociólogo de renome mundial'. Nada que um Lexotan não resolva.
Mas sob um olhar mais crítico, essas argumentações surreais não se sustentam. O PSDB começou algo que o PT deu sequência e melhorou; um pouco ao menos. O PT fez melhorias sociais, mas sem se aproximar do que prometera no passado.
Os escândalos se avolumaram em ambas as legendas. A mídia começou a tomar partido logo cedo pelos tucanos, ignorando seus desmandos em âmbito federal e estadual. Veja, Globo, Estadão e Folha acobertam, vergonhosamente, a corrupção tucana; Carta Capital Caros Amigos e alguns blogs mais à esquerda, protegem o PT.
Expressões novas se tornaram virais nas redes. Petralhas e tucanalhas são as que definem, como as gangues de rua tem suas denominações.
Cada ato da presidente Dilma é ovacionado pelos seus fãs. Os erros são solenemente ignorados.
Cada movimento do PSDB como oposição é tido como salvação de uma nação combalida. Mesmo ações como “intervenções militares”. Pra um partido forjado na oposição ao regime militar, que o PMDB representava no fim dos anos 80 e com tão ilustres fundadores como Mário Covas e Franco Montoro, causa espécie ver o partido associado a esses movimentos golpistas. Se não pedem golpes publicamente, nada fazem por dissociar a imagem dessa onda de primitivismo político, típico de pessoas com amente tacanha. Ver o PSDB associado a um clamor pelo totalitarismo beira o ridículo.
Onde está o entendimento da real situação do Brasil? Com certeza não em frases como “o PT planeja um golpe comunista”. Isso é o cúmulo da ignorância plena. Prova da imbecilidade crônica que tomou o Brasil nos últimos anos.
Como PT e PSDB são a mesma coisa, a opção deveria ser uma terceira via. Os EUA são prova de que bipartidarismo não funciona. Por lá, pouco se vê de diferença entre os Democratas e os Republicanos. Lá, como cá, a briga é apenas para chegar ao poder, e de lá não sair mais.
A perda de temo em discutir qual é o menos corrupto, deveria ser trocada pelo “qual é a melhor opção para o país”? E, caso eu não concorde com a situação, qual a melhor forma de se fazer uma oposição que não seja raivosa, nem medieval?
Estamos anos-luz desse caminho. O da democracia plena e da política verdadeiramente estabelecida e amadurecida.
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