Como pode um povo não se interessar pelo que acontece a seu redor?
Difícil entender que pessoas possam ser alienadas, egoístas e atrasadas. Evidente que há exceções, mas há um número alto de habitantes neste país que padece dos males supracitados.
Poucas nações congregam políticos abastados (às nossas custas, é óbvio) sem lhes cobrar o que é devido. O brasileiro vota, como se estivesse indo para o abate; depois passa 4 anos reclamando que tudo está uma merda e nada mais vai mudar. Claro, votando de qualquer maneira, acaba-se recebendo o resto. Elegendo raposas, quem pode culpá-las por atacar o galinheiro? São os instintos. Culpados são os idiotas que as colocaram lá.
Quantos países têm a carga tributária onerosa como a nossa, recebendo de volta migalhas? Paga-se impostos como se vivêssemos na Suíça, e recebemos benefícios como se estivéssemos na Somália. Alguém fala algo?
O egoísmo nosso de cada dia aflora nas mais variadas situações. No trânsito, na fila do banco, nos corredores dos hipermercados da vida... Onde houver pessoas interagindo (ainda que contra a própria vontade) haverá sinais inequívocos de que egoístas caminham entre nós.
Da década de 50 em diante, tivemos exemplos de que a cultura nacional também era digna de destaque. Isso perdurou até o início dos anos 90. Com a proliferação de gêneros musicais de gosto duvidoso, a própria situação da nossa cultura degringolou. Se antes ouvíamos com frequência Chico Buarque, Tom Jobim, Elis Regina, Renato Russo, hoje temos Anitta, Michel Teló e duplas sertanejas mil a nos lembrar que o presente é preocupante.
Se as preocupações dos brasileiros se resume a futebol, novela e acompanhar vidinha de artista, então fracassamos como sociedade. Tendo “formadores de opinião” do calibre de Luciano Huck, Ana Maria Braga, chega-se a conclusão de que estamos experimentado dias turbulentos.
Parte da sociedade é facilmente influenciada por discursos panfletários, inflamados por idiotas úteis (ao sistema), que fazem de seus espaços na mídia uma enorme câmara de eco. Pra quem tem a cabeça fraca, Arnaldo Jabor, Sheherazade e Reinaldo Azevedo são o que há de mais eficaz para espalhar imbecilidade.
Resumo da ópera: o brasileiro médio não entende de política, de cultura, nem de respeito ao próximo. Parece que temos um looooongo caminho pela frente ainda, para que possamos nos autoproclamar “nação”.
Até lá, continuaremos nossas vidinhas superficiais, egoísticas e alienadas, esperando alguém nos dizer o que fazer. De preferência, quando aparecer no Jornal Nacional.
P.S. - Em tempos de politicamente correto, onde a pelegada patrulha mesmo, criticar o jeitão dos brasileiros é ser antipatriota. Afinal, tudo que for de encontro com o status quo (leia-se: governo do PT) não é aceitável; ou seu argumento será refutado com a tese de que você está contra o Brasil, ou ganhará o rótulo de “tucano”. Desqualificar críticas é típico de quem deve algo no cartório. Discurso semelhante era usado pelos militares. É melhor ser salvo pela crítica do que condenado pelo falso elogio. Tudo é uma questão de ego.
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