Atleta do século, maior jogador de futebol de todos os tempos, tricampeão pela seleção canarinho, autor de mais de 1200 gols na carreira. Este é Pelé, uma marca fantasia.
Mas o cidadão Edson Arantes do Nascimento nunca foi capaz de ser, fora das 4 linhas, o que ele representava dentro de campo.
Há inúmeros percalços em sua vida turbulenta.
A parceria com o (ex) amigo Hélio Vianna gerou suspeitas de transações ilícitas e contas nas Ilhas Virgens. Edson também se aproximou, perigosamente, do outrora desafeto Ricardo Teixeira, então presidente da CBF. Ambos viveram às turras por um curto período de tempo; pra ser mais preciso, até 1995, quando o Santos foi fragorosamente roubado dentro de campo, frente ao Botafogo do poderoso Carlos Augusto Montenegro, homem forte do Ibope. A partir daí, Arantes mudou seu discurso e se aproximou de Teixeira.
Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto foi a filha que Edson esnobou, humilhou, vilipendiou e execrou em praça pública. Em 1991 foi requisitado o processo de reconhecimento de paternidade. Em 96 se tornou público (tudo o que Arantes não queria) e mostrou uma faceta até então desconhecida do “rei do futebol”: o desvio de caráter. Sandra queria que sua filiação fosse reconhecida. Edson não quis. Recorreu 13 vezes, até chegar no Supremo. Com a derrota, ele se viu obrigado a aceitar o fato que teria uma filha.
Ela morreu de câncer; Arantes não compareceu ao funeral (óbvio) e mandou flores chinfrim em nome da sua empresa. Foram todas devolvidas. Finalmente, caia a máscara do ídolo de milhões de brasileiros.
Nascimento sempre foi apolítico. Nunca se pronunciou sobre temas polêmicos, talvez para não se expor em demasia. Mas deixou transparecer sua total alienação de temas importantes quando veio a público dizer que não jogou a Copa do Mundo de 1974, em protesto contra o Regime Militar, instaurado no país.
Ele havia parado de jogar por estar abaixo de seu rendimento e se recusou a '‘servir’' a seleção pois sabia que o insucesso seria inevitável e seria cobrado quase que exclusivamente, pelo fracasso. Literalmente, ele “amarelou”. Como alguém que nunca disse coisa alguma sobre política, faria um protesto desse porte? Não tinha personalidade, nem clareza de ideias para tanto.
Não parou por aí.
Na revista ISTOÉ: “Rei do Futebol se envolve em escândalo imobiliário no país africano ao se declarar sócio de empresários brasileiros que venderam, e não entregaram, casas em condomínios de luxo na capital Luanda.”
Pelé e os negócios suspeitos de Angola
Na única vez em que o futebol nacional poderia ser passado a limpo com a CPI da CBF/Nike no Congresso, o maior nome do futebol se posicionou (pasmem!) contra. Queria que terminasse o mais rápido possível.
Na Folha: “O fim da CPI impossibilitaria a investigação da principal empresa do ex-ministro de FHC, a Pelé Sports & Marketing, que teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados, e de sua suposta participação em uma empresa de mesmo nome nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.”
Pelé pede fim de CPI
Edson sempre esteve do lado errado da história. Sempre procurou cacifar em cima do futebol.
Segundo um antigo colega de seleção, Paulo César Caju, Arantes nunca se importou com a problemática do racismo no país. Poderia fazer muito, mas se omitiu, segundo o ex atleta.
Paulo C. Caju diz que Pelé também tem culpa por racismo no futebol
Foi o maior incentivador da realização da Copa no Brasil. É o embaixador do evento e, como não podia deixar de ser, lucra com o mundial. Assim como os outros ex jogadores Ronaldo e Bebeto.
Repudiou, veementemente, os protestos contra a Copa, chegando a fazer apelo público para que cessassem as manifestações. Disse: "que o Brasil faça um turismo muito grande e recompense o dinheiro que foi roubado nos estádios. "
Pelé pede que brasileiros esqueçam dinheiro gasto com estádios para Copa 2014
Nascimento pouco se importa com as vidas dos trabalhadores vitimados nas construções dos estádios e arenas Brasil afora. Ele se compadece com aeroportos cheios. Para ele isso é mais importante.
Com tudo isso denegrindo a imagem de Edson Arantes do Nascimento, a figura mítica, lendária de Pelé continua quase intacta no imaginário do torcedor brasileiro, com sua costumeira necessidade de autoafirmação.
Para o cidadão comum, é motivo de orgulho ter o maior atleta do século, o maior jogador de futebol da história, o rei do futebol sendo brasileiro. Isso é algo que encanta as mentes tacanhas. Mas para quem conhece os meandros do futebol e suas mazelas extracampo, Pelé é idêntico ao cidadão Edson: uma sonora decepção.
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