Um evento que gira bilhões de dólares, onde cartolas do
Comitê Olímpico Internacional (e o brasileiro) lucrarão como nunca, os veículos
de imprensa também, ao colocar no mercado publicitário as cotas de patrocínio.
As empresas anunciantes idem, já que contam com a mesma anistia que os
patrocinadores da Fifa tiveram, durante a Copa de 2014, e a exposição de suas
respectivas marcas lhes darão um retorno imenso.
E os atletas? Bom, as estrelas sim, mas não só com o prêmio de
participação (que alguns países desenvolvidos pagam para ter os principais
atletas no evento), mas através das companhias (em especial, as de material
esportivo) que os apoiam durante o ano inteiro. Isso para alguns de renome, é
claro. Outros (e o Brasil é pródigo em negligenciar seus atletas) estarão à
deriva, como sempre, sobrevivendo com o dinheiro que o Estado destina ao COB.
Que até é uma quantia razoável para um país igual ao Brasil, mas cujo montante chega BEEEEM diluído para os profissionais. Mas Carlos Arthur Nuzman está sempre com seus ternos caríssimos, mesmo não
fazendo absolutamente nada pelo esporte nacional. Deve ser apenas coincidência, é claro...
E os voluntários? Estes estão em situação pior ainda. Dos
300 mil inscritos (causa espanto tantas pessoas caírem no truque, mas
enfim...), foram selecionados 80 mil. Com 50 mil aprovados para trabalhar na
faixa, as dificuldades parecem aumentar dia a dia, às vésperas de começar o
evento.
Muitos são de fora do Rio de Janeiro, o que já é complicado.
Hospedagem, alimentação, viagens...Nada parece ajudar aqueles que se propõem
colaborar de graça para os Jogos.
Até albergues estão reajustando seus valores.
Os preços estão superfaturados, com aumento de 50 para 200
reais/dia. Em um mês de Olimpíada, imagina só a despesa da pessoa?
A brilhante ideia do Comitê foi lançar o aplicativo “Meu
lugar no Rio”, onde um morador do Rio possa se inscrever e disponibilizar local
de hospedagem.
Com essas “providências” por parte do Comitê Olímpico não é
de se estranhar que milhares dos inscritos e aprovados estejam desistindo da
empreitada. Não é só o tempo que a pessoa irá dispensar para colaborar com os
Jogos Olímpicos. Seria uma quantia de dinheiro considerável. Tal situação torna
tudo inviável para quem se interessou em ajudar.
Pra sorte do COB, há no mínimo 30 mil aprovados que não
foram aproveitados, ainda. Isso é uma “gordura” considerável. Mas será que
todos eles ainda estão disponíveis ou, sobretudo, interessados?
MAS TUDO ISSO PRA QUÊ, EXATAMENTE?
As “vantagens” em ser um voluntário (que tem uma jornada de
9 horas diárias) são: alimentação durante o horário de trabalho, transporte até
as arenas e desconto de 15% nas passagens da empresa Latam. Viu como é
estimulante e recompensador, saber que você doará quase um mês de sua vida, sem
ganhar absolutamente nada (além de ter um enorme prejuízo), a um evento onde
corre muita grana, onde o COB e o COI ganharão milhões e bilhões, respectivamente, órgãos que mais faturam dinheiro no mundo --com
seríssimos escândalos pairando sobre ambas as instituições-- enquanto TVs, empresas multinacionais, atletas
renomados terão sua parte do bolo; além de vários aspones que serão presença
constante em momentos como esse.
Uma oportunidade como essa é imperdível, gente.
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