segunda-feira, 9 de novembro de 2015

UMA SOCIEDADE EM DECADÊNCIA





Primeiro vieram os afrouxamentos das leis, que já eram capengas, como permitir que alguém pego em flagrante com posse de drogas, possa se declarar usuário e escapar incólume aos olhos da lei.

Depois projetos de lei esdrúxulos que debatem a permissão do consumo da maconha.




Soma-se a isso, a lei da palmada, em que um pai ou mãe sequer pode dar um tapa no bumbum de seu filho, sem correr o risco de parar no Conselho Tutelar –dando um poder enorme para crianças e adolescentes manipularem uma situação que lhes seja favorável.

Ainda temos a constante negativa do Congresso Nacional em reduzir a maioridade penal e em debater a melhoria como um todo das leis brasileiras, muito brandas para um país tão violento.

Bata tudo no liquidificador e temos uma desordem institucionalizada. 



Mas basta criticar o estado de coisas em que vivemos e aparecerá meia dúzia de doadores de cérebro, acostumados a partidarizarem as discussões e dizer que nada disso é construtivo, que apenas a educação resolve as mazelas sociais do país e que os adolescentes são apenas e tão somente vítimas do sistema.

Esse discurso pequeno-burguês apenas empobrece o problema.

Que a ausência de um sistema educacional eficiente e que produza bons alunos e, futuramente, profissionais ainda melhores, é a principal causa para tantos desvios nessa nação, isso é fato. Mas é a principal causa, e não a única. Muito do que se vê é proveniente de uma sociedade leniente com o errado, com o crime; praticamente conivente com certas atitudes espúrias, agindo como 'fogo amigo' contra a sociedade.



Os alienados de plantão bradam aos 4 cantos que não é admissível que “crianças” sejam julgadas como adultos. Mas agem como gente grande, quando convém. Querer torná-las inimputáveis ao taxá-las de incapazes, é passar atestado de burrice crônica. Estas "crianças" que cometem assassinatos, estupros, latrocínios, tráfico de drogas e outras coisinhas insignificantes.

Tudo se encaixa num compêndio de equívocos.

Passam a mão na cabeça, são condescendentes com erros, não se pode corrigi-los, perde-se tempo em colocá-los na linha, mesmo sabendo que o “mundo” os levará à tentações e más companhias das mais diversas; permite-se que cometam delitos e os absolvem. Nada parece detê-los. Podem transar, se drogar, votar (a partir dos 16) e tudo é permitido. Menos ter responsabilidade por ações cometidas. Pode isso? 

Na cidade litorânea Praia Grande, em SP, havia até pouco tempo, um pirralho de apenas dez anos que chefiava o bando que assaltava, traficava e matava. O mesmo "neném" já tinha matado seis, segundo as palavras do mesmo. 


Na região central de São Paulo, o número alto de pivetes que barbarizam os transeuntes é absurdo. Quando roubam, agridem e matam alguém, ninguém esboça reação; mas quando a polícia os aborda e prende, aparece um monte de anencéfalos pra tomar as dores dos menininhos indefesos. Nem precisa. Os mesmos já decoraram o bordão, que repetem incessantemente para os policiais: "eu sou de menor, tio". Um clichê que acabou por 'viralizar'. É lamentável, mas a dura e triste realidade.

Critique esse sistema viciado e será tachado de 'direitista'. Contrarie esse estado de coisas e verá pessoas acintosamente lhe rotular de "coxinha". Uma pobreza intelectual, sem precedentes. Mas a temática é recorrente. 

Usando um outro bordão famoso, "tá com dó, leva pra casa", pode-se aperfeiçoar o raciocínio da seguinte forma: e se fosse sua filha que tivesse sido espancada, estuprada, torturada e assassinada, em pleno matagal, por um relés menor amparado pela lei torta e desigual, você se sentiria em paz com seu dogma? Continuaria a defender publicamente os desvios de conduta, os crimes cometidos por aqueles que tem menor de 18 anos?
Bom, um pai que pensava assim, mudou de ideia quando teve que enterrar a própria filha vítima de um menino de 16 anos. Mais conhecido como Champinha.






A SUPER-PROTEÇÃO

Os pelegos juram de pé junto que é errôneo misturá-los com outros bandidos. Justo. Por isso eles deveriam ser mantidos na Fundação Casa, onde já ficam, e apenas aos 18 seriam mandados para um presídio convencional, o que realmente acontece aos que cometem crimes quando já são maiores de idade. O que muda? Na cabeça dos fanatizados, tudo. Para as pessoas com senso crítico, é um pequeno passo. 

A educação é o problema? Vamos fazer uma mudança radical. Mas quantas décadas demoraria pra se sentir os primeiros efeitos de uma guinada na área educacional? Até lá, já estaríamos em um ponto quase que irremediavelmente sem retorno.

Enquanto isso, a gente se esconde embaixo da cama? Não dá.



Seja na antiga Febem ou no sistema prisional convencional, os jovens infratores devem estudar (olha a educação aí, como ferramenta de mudança, ainda que atrasada) e trabalhar; quem levanta cedo, estuda e trabalha, quando chega a noite não tem tempo pra tacar fogo em colchões e fazer rebeliões, porque está de mal humor. Disciplina e rigor.


E QUANTO A MAIORIDADE PENAL?



A boa e velha palmada na bunda do filho não é contraproducente, como alegam alguns desprovidos de raciocínio lógico. Muitos de nós passamos por isso e nos tornamos pessoas melhores. O espancamento, o abuso, a violência é que devem ser coibidos. 

A eventual liberação do consumo de maconha seria mais um passo atrás. O porte já é visto com bons olhos. Isso possibilita ao jovem poder vivenciar certos problemas e se expor a outras drogas, lícitas ou não, fazendo dele um dependente contumaz.



De pequeno, não se pode repreendê-lo; quando se é adolescente, pode cometer crimes que a justiça abona; depois tem a benesse de poder permanecer chapado, pois nada o inibe. Quando chegar a fase adulta teremos um sociopata em potencial. Salvo as exceções de praxe.

Dramatizar, partidarizar ou tergiversar sobre as mazelas que assolam os jovens nesse país, é perda de tempo. A discussão deve ser mantida em um nível que extrapole o lugar comum. Quem convive no dia a dia das grandes cidades, sabe que a situação está perigosa e apenas aumentando. 



O “coitadismo” com o qual rotulam os adolescentes de hoje, prejudica os próprios, que se sentem acima do bem e do mal. Muitos jovens morrem, mas muitos também matam, por não terem o devido limite imposto por uma sociedade que deveria tratá-los com rigor, e não como um mero coleguinha de classe. 


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